Com atriz americana de origem brasileira, 'Um Pai para Lily' debate visão de família

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Barbie Ferreira, atriz americana de origens brasileiras, foi criada pela mãe, a chef de cozinha Jana Seppe, pela tia e pela avó. Seu pai foi embora quando ela tinha 7 anos. Por isso, quando leu o roteiro de Um Pai para Lily, a atriz nascida em Nova York se sentiu extremamente conectada à história. "Eu queria um roteiro focado em uma personagem e no real significado de cinematografia. Muito do que eu andava lendo não estava me impactando dessa forma", ela conta.

O filme, que passou pelo circuito de festivais acumulando 26 prêmios desde o SXSW do ano passado, estreou de forma discreta nos cinemas brasileiros entre um novo filme da Marvel e a cinebiografia de Ney Matogrosso. Em Um Pai para Lily, acompanhamos a história de uma jovem criada apenas pelo pai, Bob Trevino, com quem mantém relação turbulenta. Solitária, a aspirante a poeta acidentalmente faz amizade no Facebook com um estranho que, embora compartilhe o mesmo nome de seu pai, é uma pessoa diferente, com quem ela cria uma relação transformadora.

Por mais improvável que a história pareça, o caso é verídico e aconteceu com a diretora Tracie Laymon durante seus anos formativos como cineasta. E, mesmo não sendo a história de Barbie, acabou se transformando em algo íntimo e pessoal também para a atriz. "Quando li o roteiro, não tinha expectativa. Mas me senti impactada. Era muito singular e específico, mas se conectava muito comigo. E eu sabia que outras pessoas se sentiriam assim."

No filme, à medida que Lily vai desenvolvendo uma amizade mais forte com o "novo" Bob Trevino, passa a enxergar nele uma figura paterna e a possibilidade de encontrar amor de pai em outros lugares. Por isso, a conexão que Barbie sente com a história é singular - mas não exclusiva. "Acabei encontrando figuras paternas que me ajudaram muito a passar pelas filmagens, às vezes difíceis", desabafa. "Muitas cenas eram dependentes de emoção, e isso pode ser exaustivo. É muito difícil quando você está sozinha em um lugar desconhecido, sem ninguém, e você precisa ser vulnerável e dar o seu melhor", desabafa. "Ter figuras paternas como (os atores) John Leguizamo e French Stewart foi maravilhoso."

Hoje aos 28 anos, Barbie ascendeu à fama interpretando Kat Hernandez em Euphoria, série que deixou ao fim da segunda temporada, alegando que o desenvolvimento da sua personagem, querida entre os fãs, havia estagnado. Desde então, atuou na série A Casa Mórbida, do Prime Video, e fez uma participação em Não! Não Olhe!, de Jordan Peele.

EXPRESSÃO

Foi na infância que ela deu os primeiros passos na carreira de atriz, em um curso para aprender a expressar suas emoções e personalidade. Chamou a atenção da professora, que a encorajou a e investir na carreira. Conseguiu alguns trabalhos como modelo e participou de pequenas montagens no teatro, em que aprimorou as habilidades.

Descolada e fashionista, Barbie é considerada um dos ícones da geração Z, e faz jus ao título com sua simpatia. A atriz atendeu o Estadão em uma entrevista virtual e, embora nascida nos Estados Unidos, parece carregar a famosa cordialidade brasileira sem esforço algum - apesar de ter preferido que o papo fosse conduzido em inglês.

Para ela, as origens latinas são traços que nunca estão longe, mas quando o assunto é trabalho, sua vontade é sempre a de expandir. "Nem sempre eu interpreto personagens latinas, mas, na maioria das vezes, sim. Geralmente são personagens ambíguas, e não totalmente latinas. E, para mim, tudo bem." É algo que acaba sendo limitante. "Eu acho que eles me veem como latina, mas ao mesmo tempo não", conta. "Acabei de fazer um filme em que eu não tinha nenhum traço latino. E foi uma experiência muito boa, porque ali percebi que em quase todos os meus outros papéis eu tinha pais que eram latinos."

Isso, é claro, não quer dizer que ela renegue as raízes. "Eu quero desenvolver alguma coisa que tenha relação com o fato de eu ser brasileira, quero muito fazer isso. Sem contar que o renascimento do cinema brasileiro agora é muito animador, e as pessoas estão superempolgadas. Fui às lágrimas quando vi o apoio que o Brasil deu a Ainda Estou Aqui."

Em Um Pai para Lily, embora o assunto não venha à tona, sua personagem de fato tem origens latinas. No contexto, no entanto, isso acaba se ligando à ideia de a personagem ser bastante solitária. Além do pai, ela não tem nenhum outro membro da família. E embora a situação de Barbie seja diferente, as duas dividem algo em comum: Lily acaba descobrindo o conceito de "família escolhida", algo que definitivamente não é novidade para a atriz.

"Cresci com a minha avó, minha tia e minha mãe. Não tínhamos nossa família aqui nos EUA. Então, todos os imigrantes brasileiros da região eram melhores amigos. Minha mãe é a rainha do Facebook brasileiro", explica, aos risos. "Ela é muito sociável e valoriza demais a amizade. Então, cresci com muitas crianças de famílias brasileiras nascidas em Nova York, como eu. Íamos ao salão brasileiro, mercado brasileiro. Em todas as datas comemorativas são tipo 50 brasileiros que eu conheço a minha vida inteira que se reúnem. Eles são parte da minha família, e tão importantes quanto a minha família no Brasil."

Tudo isso fez com que a experiência de gravar Um Pai para Lily fosse prazerosa, mas ao mesmo tempo difícil. Eu sou uma pessoa muito específica na minha vida pessoal. Sou espalhafatosa, sou uma atriz, sou dramática. Tenho todas essas características que são minhas. Então, quando tenho de entrar em uma personagem, me desprendo de tudo isso. Mas, não importa o quanto eu estivesse em Lily, e não em Barbie, meu corpo sempre sentia as coisas que Barbie sentiria, através de Lily. Parecia uma atuação muito espiritual. Minhas próprias dores vieram à tona. E eu acho que é isso que faz bons filmes."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Por Redação

A ciclista Thais Bonatti, de 30 anos, morreu neste sábado, 26, após ser atropelada na manhã de quinta-feira, 24, pelo juiz aposentado Fernando Augusto Fontes Rodrigues Júnior, de 61 anos, na cidade de Araçatuba, interior do Estado de São Paulo. A reportagem não localizou a defesa de Bonatti.

Em nota, a Santa Casa de Araçatuba, onde a vítima estava internada, informou que Thais veio a óbito à 1h27 deste sábado. Ela estava internada na UTI.

"Apesar dos esforços de todas as equipes que atuam na unidade e no Centro Cirúrgico, a vítima não resistiu à gravidade dos politraumas, fratura de pelve e de traumatismo craniano encefálico sofridos", disse o hospital. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para autópsia.

"1h30 da madrugada eu estava em casa e recebi uma ligação da Santa Casa dizendo que ela tinha morrido. Então, enquanto ele (o juiz) estava dormindo com a família dele, eu estava escolhendo o caixão para a minha irmã. Ele está solto e o sentimento é de revolta", disse William Bonatti em entrevista ao Brasil Urgente, da Band.

O que aconteceu

Na manhã da última quinta, 24, o juiz estava a bordo da sua caminhonete modelo Ford Ranger, quando parou o veículo perto de um supermercado na Avenida Waldemar Alves, no bairro Jardim Presidente.

Ele estava acompanhado de uma mulher que, no momento em que o carro estava parado, teria tentado passar para o seu colo, segundo informações do boletim de ocorrência.

O juiz aposentado, então, teria acelerado o carro e passado com a caminhonete por cima de Thais Bonatti, que estava de bicicleta perto do veículo.

A vítima foi levada em estado grave para a Santa Casa de Araçatuba, onde não resistiu e faleceu neste sábado.

De acordo com a Polícia Civil, o juiz apresentava fala desconexa, falta de coordenação motora e forte odor etílico quando foi abordado pelos policiais.

Imagens de câmeras recolhidas pela polícia mostram que uma mulher nua estava em seu colo no momento do acidente. Ela teria se vestido e deixado rapidamente o local.

Júnior foi conduzido à Delegacia Seccional e submetido a um exame clínico que constatou que estava "alcoolizado/embriagado" no momento do atropelamento.

A polícia deu voz de prisão a Júnior e, na sequência, a sua prisão em flagrante foi convertida em preventiva (sem prazo pré-definido).

Na sexta-feira, 25, ele foi liberado após o pagamento de fiança no valor de R$ 40 mil, e vai responder em liberdade.

Histórico do juiz

Rodrigues Júnior fez sua carreira como juiz da 1.ª Vara Cível de Araçatuba, a 530 quilômetros da capital São Paulo, até se aposentar em 15 de agosto de 2019.

Segundo dados do Tribunal de Justiça de São Paulo, disponíveis no Portal da Transparência da Corte, entre janeiro e junho, ele teve rendimento bruto somado de R$ 917 mil. Com os descontos, seu contracheque líquido bateu em R$ 781 mil acumulados no período, média de R$ 130 mil por mês.

Um homem, identificado como Gustavo Rodrigues Guimarães, morreu na tarde de ontem, 25, após cair de uma altura aproximada de 50 metros na Cachoeira da Usina, na zona rural da cidade de Alto Paraíso de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros.

O acidente ocorreu enquanto ele praticava highline e atravessava uma fita suspensa sobre a queda d'água.

Segundo relatos de testemunhas, Gustavo caiu diretamente sobre as pedras à margem do poço da cachoeira. Amigos que estavam no local tentaram reanimá-lo por meio de manobras de RCP (ressuscitação cardiopulmonar), mas ele não respondeu.

O Corpo de Bombeiros de Goiás foi acionado e, ao chegar ao local, encontrou a vítima deitada na borda do poço, com sangramento intenso na região de trás da cabeça e sem sinais vitais. A equipe do Samu confirmou o óbito.

A Polícia Técnico-Científica, o Instituto Médico Legal (IML) e a Polícia Civil também foram chamados para os procedimentos legais, e o corpo foi recolhido ainda na tarde de ontem.

Nas redes sociais, Gustavo mostrava um pouco da rotina de viagens e da prática da modalidade esportiva que realizava durante o acidente. Além do highline, ele compartilhava o dia a dia trabalhando com montagens de palco e praticando malabarismo.

Amigos e familiares se mobilizam nas redes para arrecadar fundos destinados ao translado do corpo e ao custeio do sepultamento.

Um incêndio atinge uma indústria de vasilhames na tarde deste sábado, 26, em Guarulhos, na Grande São Paulo. O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado às 14h32. A informação inicial é que não há vítimas.

"Graças a Deus não há vítimas", disse a capitã Karoline Burunsizian, porta-voz do Corpo de Bombeiros, em entrevista ao programa Brasil Urgente, da Band. "A brigada da empresa que estava combatendo as chamas no início falou que não há vítimas dentro, não havia funcionários. Estamos trabalhando com essa informação", continuou.

Segundo a capitã, o foco dos agentes é evitar que o fogo se alastre para outras partes do prédio. Karoline afirmou ainda que o material incendiado é uma mistura de plástico e produtos químicos.

"Nós estamos fazendo esse levantamento com a empresa. Provavelmente são vasilhames de plástico com produto químico no interior. Mas o que é exatamente [a substância] só vamos saber depois das equipes no local confirmarem", acrescentou a porta-voz.

Inicialmente, seis viaturas foram deslocadas para a rua Atleca Fratucelli Lopes, nº 189, no bairro Vila Nova Bonsucesso. Porém, na última atualização do caso, às 15h59, os Bombeiros disseram que 40 homens em 12 viaturas trabalhavam para conter as chamas.

Nas redes sociais, usuários relatam que é possível avistar a fumaça a dezenas de quilômetros de distância, como o Tucuruvi, na zona norte da capital paulista. Outros pontos mencionados são Tatuapé, Guaianases e as cidades de Cotia e Osasco.

O local do incêndio fica a pouco mais de 6 km de distância do Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde as chamas também podem ser vistas de acordo com relatos publicados nas redes sociais.

A administração do aeroporto informou que pousos e decolagens ocorrem normalmente no local.