Karla Sofía Gascón quebrou as regras do Oscar? Entenda regulamento da academia sobre campanhas

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O Oscar 2025 mal revelou seus indicados, e já está envolto em polêmicas. A mais recente envolve uma declaração da a atriz espanhola Karla Sofía Gascón, acusada de quebrar o regulamento acerca das campanhas promovidas pelos estúdios cinematográficos e pelos artistas envolvidos nos filmes indicados.

Em entrevista divulgada na última quarta-feira, 29, a atriz declarou à Folha de S.Paulo que "há pessoas que trabalham com Fernanda Torres que falam mal dela e de Emilia Pérez". As duas disputam a estatueta de Melhor Atriz. Durante a entrevista, Karla comentou sobre os ataques virtuais que o longa francês tem recebido e deu a entender que a equipe da brasileira está por trás de tal movimentação.

Nas redes sociais brasileiras, internautas passaram a questionar as acusações da artista espanhola e acusá-la de estar quebrando o regulamento da Academia. Após a repercussão da sua fala, Karla recuou e afirmou à revista Variety que seus comentários não se referiam às pessoas "diretamente associadas" com a atriz brasileira.

Mas afinal, quais são as regras da Academia relacionadas às campanhas do Oscar? O regulamento, intitulado "AWARDS CAMPAIGN PROMOTIONAL REGULATIONS FOR THE 97TH ACADEMY AWARDS", detalha o que os profissionais envolvidos nas produções concorrentes podem e não podem fazer durante a campanha.

"Membros, estúdios cinematográficos e indivíduos diretamente associados a um filme elegível devem estar atentos ao impacto que suas falas públicas podem ter, de forma direta ou indireta, na promoção de um filme, desempenho ou conquista, assim como no processo de premiação", afirma o documento.

O item 4, intitulado "SOCIAL MEDIA", reflete a postura esperada dos artistas indicados ao Oscar. Segundo o regulamento, os profissionais não podem:

- Declarar decisões, preferências ou estratégias de votação.

- Incentivar ou desencorajar membros a votar por qualquer filme, atuação ou conquista.

- Referenciar um filme atendendo, não atendendo ou superando os requisitos de elegibilidade do Oscar, como Padrões de Inclusão ou limiares de distribuição em cinemas.

- Compartilhar informações enganosas ou falsas sobre um filme, atuação ou conquista.

Já no item 5, intitulado "PRIVATE EVENTS AND GATHERINGS AND GENERAL COMMUNICATIONS", o documento aprofunda as regras que um membro da Academia, um estúdio cinematográfico ou um artista de um filme indicado devem seguir:

- Você pode incentivar outros a assistirem aos filmes.

- Você pode elogiar filmes e conquistas.

- Você não pode compartilhar suas decisões de voto em nenhum momento.

- Você não pode discutir suas preferências de voto e as preferências de voto de outros membros de forma pública. Isso inclui comparar ou classificar filmes, atuações ou conquistas em relação ao voto. Isso também inclui falar com a imprensa de forma anônima.

- Você não pode incentivar outros membros a votar ou não votar em um filme, ou conquistas.

- Você não pode fazer lobby para outros membros, seja diretamente ou de maneira fora do escopo destes regulamentos promocionais, para promover um filme, atuações ou conquistas.

- Caso um membro da Academia, um estúdio cinematográfico ou um artista de um filme indicado seja pego quebrando as regras, ele pode sofrer as seguintes punições:

- Suspensão ou revogação de privilégios de serviços de correspondência e comunicação.

- Revogação de privilégios para participar de eventos da Academia.

- Desqualificação de um filme, atuação ou conquista para consideração nos prêmios.

- Cancelamento de uma nomeação ao Oscar.

- Revogação dos privilégios de voto.

- Suspensão da filiação à Academia.

- Expulsão de um membro da Academia.

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Apesar da polêmica, é pouco provável que Karla Sofía Gascón sofra alguma punição por conta de seus comentários. As falas da atriz espanhola faziam referência ao time de redes sociais de Fernanda Torres, não ao mérito da atuação da brasileira e do filme de Walter Salles - o que é proibido.

O regulamento é claro ao afirmar que somente críticas aos "filmes, atuações ou conquistas" são consideradas fora das regras. Além disso, Sofía Gascón já recuou e afirmou que não estava se referindo aos profissionais diretamente envolvidos com a atriz brasileira, mas sim aos fãs de Ainda Estou Aqui.

A postura combativa de Sofía Gascón, no entanto, pode ser vista como antiética e acabar prejudicando as chances da espanhola. Caso a narrativa dela seja aceita pelos membros da Academia, no entanto, é Fernanda Torres quem sai prejudicada.

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Um aeronave pertencente ao Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), conhecido como Esquadrilha da Fumaça, caiu nesta quarta-feira de manhã, 30, no interior de São Paulo. O piloto conseguiu se ejetar com sucesso, passa bem e está sendo submetido a avaliações médicas, segundo a Força Aérea Brasileira (FAB).

Conforme o Corpo de Bombeiros, a ocorrência foi registrada em Santa Rita do Passa Quatro, município paulista, por volta das 10h30 da manhã. "O Comando da Aeronáutica informa que uma aeronave A-29 Super Tucano, pertencente ao Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), conhecido como Esquadrilha da Fumaça, acidentou-se durante voo de treinamento, realizado em área desabitada, destinada para atividades do EDA, no interior de São Paulo", disse a FAB.

Duas viaturas do Corpo de Bombeiros foram encaminhadas para atendimento. Investigadores do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) também estão a caminho do local para iniciar os procedimentos de Ação Inicial da ocorrência.

A juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal, aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e tornou réus por tentativa de homicídio qualificado o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como o Oruam, e seu amigo Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira. A decisão foi tomada nessa terça-feira, 29, de acordo com a o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. As defesas não foram localizadas.

A denúncia citava dois crimes de homicídios qualificados, ambos na forma tentada, contra as vítimas Moysés Santana Gomes, delegado de Polícia Civil do Rio, e Alexandre Alvez Ferraz, oficial de cartório da Polícia Civil fluminense.

"A denúncia expôs com clareza os fatos criminosos e todas as suas circunstâncias. Consta, ainda, a qualificação dos denunciados e a precisa tipificação dos crimes imputados", consta no documento.

A Justiça decretou as prisões preventivas de ambos para a garantia da ordem pública e da futura aplicação da lei penal. No caso, Oruam, que já está preso preventivamente em Bangu 3, teve novo mandado expedido.

Denúncias do MP

No fim de julho, o MP do Rio denunciou o cantor pelos crimes de tentativa de homicídio, lesão corporal, tentativa de lesão corporal, resistência com violência, desacato, ameaça e dano ao patrimônio público. "O MP aponta que ele e outros três homens, também denunciados, teriam atacado com pedras e ameaçado policiais civis durante uma ação na parte externa de sua residência, no bairro do Joá, Zona Oeste do Rio', disse na época.

Os crimes praticados foram apresentados em duas ações penais ajuizadas por duas promotorias:

A 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da Área Zona Sul e Barra da Tijuca ofereceu denúncia contra Oruam e Willyam, no dia 28 de julho, no inquérito referente à tentativa de homicídio.

A Promotoria de Justiça junto à 27ª Vara Criminal da Capital apresentou denúncia, em 29 de julho, em outro inquérito que trata dos crimes de lesão corporal, tentativa de lesão corporal, resistência com violência, desacato, ameaça e dano ao patrimônio público. "Nesta segunda ação respondem Oruam, Willyam e outros dois denunciados: Pablo Ricardo de Paula Silva de Morais e Victor Hugo Vieira dos Santos", acrescentou o MP do Rio, na mesma ocasião. As defesas dos outros citados não foi localizada.

Conforme as denúncias, na noite de 21 de julho, policiais civis foram à casa de Oruam para cumprir mandado de busca e apreensão contra um adolescente.

Segundo as investigações, o adolescente foi localizado saindo da casa do rapper, acompanhado de um grupo de pessoas. Durante a ação, os denunciados tentaram impedir a ação policial com ofensas verbais, ameaças de morte e agressões físicas.

"Na ocasião, um policial civil foi atingido por pedradas e ficou ferido. Um delegado também foi alvo das pedras, mas não se feriu. Os veículos descaracterizados utilizados na operação também foram danificados. Ainda de acordo com as ações ajuizadas, durante a confusão, MC Oruam afirmou aos policiais que era filho de Marcinho VP, numa tentativa de intimidação", disse o Ministério Público.

Tentativa de homicídio qualificado

A investigação que resultou na denúncia por tentativa de homicídio qualificado apurou que algumas das pedras arremessadas por Oruam e Willyam tinham grande peso e poderiam causar lesões letais imediatas. "A perícia identificou sete pedras lançadas, com pesos variando entre 130 gramas e 4,85 quilos", disse o MP-RJ.

Ainda segundo a denúncia, os objetos foram arremessados de uma altura de 4,5 metros, e houve repetição da conduta, mesmo diante da potencial letalidade das agressões. De acordo com a Promotoria, na ocasião, um dos policiais foi golpeado nas costas e no calcanhar esquerdo, enquanto outro conseguiu se proteger atrás da viatura.

Oruam se entregou à polícia no Rio de Janeiro em 22 de julho, após o ataque a policiais civis. Ele teve a prisão decretada pela Justiça pelos crimes de resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal. Ele permanece detido.

A Polícia Civil do Rio afirmou, na época, que o rapper era investigado também por tráfico de drogas e associação para o tráfico.

Por vez, a sua defesa alegou que não foram encontradas drogas ou produtos ilícitos durante as buscas realizadas na casa de Oruam. Já a resistência aconteceu devido a abuso de autoridade por parte dos policiais, conforme os advogados do rapper.

O ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, preso neste sábado, 26, após espancar a namorada dentro de um elevador em um condomínio de Natal, no Rio Grande do Norte, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Ele deve responder por tentativa de feminicídio.

Em depoimento à polícia, ele alegou que agiu dessa forma motivado por "surto claustrofóbico", mas imagens de câmera de segurança mostram que ele começou a agredir a mulher após uma discussão verbal. A violência começa quando a porta do elevador ainda estava aberta. Sua defesa não foi localizada pela reportagem.

Também à polícia, a vítima afirmou que ele teria agido por ciúmes. "Ele disse que ia me matar", afirmou, por bilhete. Ela está com dificuldades de falar porque teve o maxilar fraturado durante as agressões. Foram ao menos 60 socos contra ela, conforme mostram as imagens da câmera de segurança. Será necessária uma cirurgia reparadora.

Quando, como e onde as agressões aconteceram?

Conforme a delegada Victoria Lisboa, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), responsável pelo caso, Cabral teve uma crise de ciúmes depois de ver mensagens no celular da namorada.

"Eles estavam em um churrasco, em um momento de confraternização com os amigos, momento em que ele pediu para ver o celular dela", disse a delegada. "Ela mostrou o celular, falou que as mensagens não tinham nada demais - foram palavras dela -, quando ele ficou enciumado."

Em seguida, Cabral teria subido até o apartamento da namorada para pegar seus pertences. A vítima também subiu logo depois, mas resolveu permanecer no elevador por segurança, já que ele já demonstrava comportamento agressivo.

"Ele entrou no elevador e pediu para ela sair. Ela, já temendo qualquer conduta que ele poderia praticar contra ela, sabendo que no corredor não teriam câmeras para pegar o ato, permaneceu dentro do elevador, momento em que ele a agrediu", descreveu a delegada.

As imagens do elevador flagraram as agressões. Cabral avançou contra a vítima e desferiu mais de 60 socos em seu rosto. Ele continuou os golpes mesmo com a mulher no chão e ensanguentada.

O que aconteceu com a mulher?

A vítima, que não foi identificada pela polícia, tem 35 anos e foi encaminhada ao Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, logo após o ocorrido.

Ela teve o maxilar fraturado e deve passar por cirurgia de reconstrução do rosto. Seu depoimento à polícia foi prestado por meio de bilhetes, pois ela não conseguia falar.

Quem é Igor Cabral?

Igor Eduardo Pereira Cabral tem 29 anos, é estudante e ex-jogador de basquete. Seu nome aparece em registros da Liga Nacional de Basquete, mas, procurada, a entidade não se pronunciou até o momento. Ele tem um filho.

Como ele foi preso?

O porteiro do condomínio, segundo relatos, viu as imagens da agressão pela câmera do elevador e acionou imediatamente a Polícia Militar. Quando o elevador parou no térreo, moradores contiveram o homem até a chegada da polícia e ele foi preso em flagrante.

Conforme o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, o responsável pela agressão passou por audiência de custódia ainda no fim de semana e foi decretada a prisão preventiva dele por tentativa de feminicídio.

O que ele disse à polícia?

Segundo a polícia potiguar, Igor afirmou em seu depoimento que teria agido desta forma por conta de um "surto claustrofóbico". Ele afirmou que tinha ido ao apartamento da namorada buscar seus pertences pessoais, pois havia descoberto uma traição minutos antes da agressão.

Ele afirmou que o fato de a mulher não ter aberto a porta para ele "o deixou irritado". Disse ainda que a namorada o xingou e rasgou sua camisa.

E o que diz a vítima?

A vítima diz que ele teria agido em um surto de ciúmes após ver fotos em seu celular que não seriam "nada demais". Ela alega que não saiu do elevador por medo, pois sabia que não haveria câmeras caso ele a agredisse no corredor ou dentro do apartamento.

"Eu sabia que ele ia me bater, então não saí do elevador. Ele começou a me bater e disse que ia me matar", escreveu a vítima em um pedaço de papel durante atendimento no hospital.

A que crimes Igor deve responder e qual a pena?

Igor vai vai responder pelo crime de tentativa de feminicídio, por conta da gravidade e do volume das agressões, que poderiam ter matado a vítima. Se condenado, pode ter que pagar pena de reclusão de 20 a 40 anos.

A tentativa de feminicídio se refere ao ato de tentar matar uma mulher motivado por questões de gênero, ou seja, quando a violência é cometida contra a vítima motivada pelo papel social dela enquanto mulher.

Sancionada em outubro de 2024 pelo governo federal, a nova Lei do Feminicídio (14.994/2024) tornou o feminicídio crime autônomo, aumentando a pena de reclusão. Antes, era tratado como qualificadora do homicídio, com penas de 12 a 30 anos de reclusão.