Secretário de Cultura de Salvador faz critica após Claudia Leitte tirar nome de orixá em música

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Após um vídeo da cantora Claudia Leitte trocando o nome de Iemanjá por Yeshua (Jesus em hebraico) em uma apresentação, o secretário de Cultura de Salvador, Pedro Tourinho, fez uma publicação chamando a atenção para as raízes negras da Axé Music. O ritmo baiano que consagrou a artista completa 40 anos no verão de 2025 e teve sua origem ligada a blocos afro em Salvador. Procurada, a assessoria da cantora não se manifestou. O espaço segue aberto.

Na sua publicação, sem nomear a cantora, Tourinho explica as origens do termo "axé" e sua ligação com os povos de origem africana que vieram ao Brasil serem escravizados. "Axé é uma palavra de origem yorubá, que tem um significado e um valor insubstituível na cultura e nos cultos de matriz africana. Deste mesmo lugar, e com essa mesma importância, vêm também os toques de percussão que sustentam, dão identidade e ritmo à chamada Axé Music", escreveu.

"Quando um artista se diz parte desse movimento, saúda o povo negro e sua cultura, reverencia sua repercussão e musicalidade, faz sucesso e ganha muito dinheiro com isso, mas, de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome de Orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo, e é surreal e explícito reforço do que houve de errado naquele tempo", disse o secretário.

Apesar do termo ter sido criado sem conotação religiosa, em meados dos anos 1980, se tornou popular e marca o ritmo que caracteriza o carnaval soteropolitano e acabou se espalhando pelo País. "Sempre há tempo para refletir, entender, mudar e reparar, mesmo após os 40 anos. O papel da cultura negra no axé music, o protagonismo dos cantores brancos, com os negros na composição e na 'cozinha', são fatos que não podem ser contornados. Não é para se fazer caça às bruxas, mas sim fazer justiça e colocar tudo no seu devido lugar", continuou Tourinho.

Essa não é a primeira vez que a cantora evita falar nomes que se relacionam com as religiões de matriz africana. O vídeo que circula nas redes sociais são referentes ao primeiro show dos ensaios de verão da cantora, que aconteceu no Candyall Guetho Square, em Salvador, onde fica a sede da Timbalada, banda criada por Carlinhos Brown. O próprio músico, compositor e agitador cultural chegou a nomear Claudia de "negalora".

Tourinho continua defendendo que as homenagens ao ritmo axé deveriam valorizar as raízes africanas na música baiana. "Homenagens ao Axé Music em 2025 têm de ser também afirmativas, trazendo os tambores para frente, os compositores para o alto. Têm de remunerar também de forma equivalente todas as cores. Têm de trazer a informação da origem daquela batida, falar de Dodô tanto quanto de Osmar. Celebrar aquele momento, trazendo luz a tudo e todos", diz seu texto.

O secretário finaliza a publicação chamando a atenção, mais uma vez, para a história do ritmo. "Se é para celebrar os 40 anos do Axé Music, que seja para celebrar com respeito, fortalecendo seu fundamento, ajustando desequilíbrios, valorizando sua verdade, avançar caminhando para frente. Não podemos admitir desrespeito, apropriação e retrocesso, novamente", pontuou.

Apesar de Tourinho ter feito a publicação em meio à polêmica, o secretário não citou a artista. No entanto, muitas pessoas comentaram relacionando a fala dele com a cantora. Por conta disso, ele trancou os comentários da postagem. "Essa questão que levantei é muito mais sobre o todo do que sobre a parte, e maior e mais endêmica do que qualquer caso isolado. Sei que perde-se controle, mas a intenção não é alimentar hate contra ninguém, e sim puxar a discussão como um todo sobre a necessidade de saber o que é axé e reconhecer toda a história. Fechei comentários porque a discussão estava indo na direção errada", escreveu.

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Um juiz aposentado foi preso na manhã desta quinta-feira, 24, depois de atropelar uma ciclista na cidade de Araçatuba, interior do Estado de São Paulo.

O acidente aconteceu na Avenida Waldemar Alves, no bairro Jardim Presidente, quando o homem dirigia uma caminhonete Ford Ranger e parou o veículo próximo a um supermercado.

A Polícia aponta que uma mulher que acompanhava o magistrado estava nua e tentou sentar em seu colo. Neste momento, ele acelerou o carro e acabou atingindo a ciclista.

O Estadão não conseguiu contato com a defesa do juiz aposentado Fernando Augusto Fontes Rodrigues Junior. O espaço está aberto.

Quem é o juiz?

Fernando Augusto Fontes Rodrigues Júnior, de 61 anos, fez sua carreira como juiz da 1.ª Vara Cível de Araçatuba, a 530 quilômetros da capital São Paulo, até se aposentar em 15 de agosto de 2019.

Segundo dados do Tribunal de Justiça de São Paulo, disponíveis no Portal da Transparência da Corte, entre janeiro e junho, ele teve rendimento bruto somado de R$ 917 mil. Com os descontos, seu contracheque líquido bateu em R$ 781 mil acumulados no período, média de R$ 130 mil/mensais.

Júnior foi levado à Delegacia Seccional e submetido a exame clínico de embriaguez. O médico legista atestou que o juiz estava alcoolizado. A polícia deu voz de prisão ao magistrado. Júnior foi indiciado por lesão corporal culposa.

Quem é a vítima e qual seu estado de saúde?

A ciclista Thais Bonatti, de 30 anos, está hospitalizada em estado grave. Quando a Polícia Militar chegou ao local da ocorrência, Thais já tinha sido socorrida ao pronto-socorro.

Um funcionário sofreu mal súbito no topo de uma torre de celular com aproximadamente 20 metros de altura, precisando ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros na manhã desta sexta-feira, 25, na Rua São João da Boa Vista, 45, no bairro de Americanópolis, zona sul da cidade de São Paulo. Não há detalhes sobre o atual estado de saúde da vítima.

Conforme a corporação, a ocorrência foi registrada por volta das 10 horas da manhã, sendo o homem retirado da torre, aos cuidados da Unidade de Suporte Avançado (USA), em parada cardiorrespiratória. Ele foi encaminhado ao Hospital Pedreira.

Segundo os bombeiros, o funcionário estava inconsciente. Ele ficou preso pelo cinto de segurança. Ao menos cinco viaturas colaboraram para o atendimento da ocorrência.

Um saco contendo partes de um corpo humano foi encontrado na tarde desta quinta-feira, 24, à margem de uma lagoa onde a adolescente Nicolly Fernanda Pogere foi encontrada esquartejada.

A localização da vítima, de 15 anos, ocorreu no dia 18, em Hortolândia, interior de São Paulo. De acordo com a prefeitura, o material foi avistado por uma equipe da Secretaria de Serviços Urbanos durante um serviço de roçagem no local. A Polícia Civil foi acionada.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a equipe do Instituto de Criminalística (IC) constatou serem partes de um corpo humano, compatíveis com os da adolescente que estava desaparecida. Além disso, foram localizados objetos que podem ter sido utilizados no crime.

A lagoa fica no Jardim Amanda I, onde o corpo mutilado da adolescente foi encontrado. De acordo com a investigação, Nicolly foi morta e esquartejada pelo namorado, um jovem de 17 anos, com a ajuda de uma adolescente de 14 anos, com quem ele também tinha um relacionamento.

Conforme a polícia, os dois mataram Nicolly com uma faca, após ela ter surpreendido o casal. A menina morava em Mococa e, quando visitava o avô em Hortolândia, teria procurado o namorado. Encontrou o rapaz, porém, na companhia de outra adolescente.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos adolescentes.

Após matar Nicolly, segundo a polícia, eles usaram um carrinho de mão para transportar o corpo até lagoa e colocaram pedras para fazer o cadáver submergir.

Nas costas da vítima foram inscritas as iniciais PCC, mas a polícia descartou ligação do caso com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital. A inscrição teria o objetivo de confundir a polícia.

O casal suspeito do crime foi apreendido nodia 20, no Paraná. Os dois alegaram que agiram em legítima defesa: ao encontrá-los juntos, em um acesso de ciúmes, Nicolly teria se munido de uma faca para atacá-los. Já a polícia acredita que o casal de jovens planejou o crime.

O corpo esquartejado de Nicolly foi encontrado dentro da água, próximo à margem da lagoa, enrolado em uma lona. O reconhecimento foi feito por familuares da vítima.

Segundo a SSP, o material recolhido nesta quinta foi encaminhado para exame pericial. As diligências para o esclarecimento total do crime prosseguem no 2º Distrito Policial de Hortolândia.