Em último ato antes do 1º turno, Lula participará de caminhada na Avenida Paulista com Boulos

Política
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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fará um último ato pela campanha do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) na disputa pela Prefeitura de São Paulo antes do primeiro turno e participará do evento "Caminhada da Vitória" na Avenida Paulista no sábado, 5. A ida do chefe do Executivo ocorre após insatisfações de dentro do PT e de campanhas aliadas com Lula por uma suposta falta de atuação do petista no pleito municipal.

A previsão é que Lula participe do ato na Paulista, que terá início às 9 horas no sábado. A candidata a vice na chapa de Boulos, Marta Suplicy (PT), também estará presente.

A expectativa é que o presidente passe o dia na capital paulista. No domingo, 6, ele vai a São Bernardo do Campo, vizinha a São Paulo, para votar.

Ainda está em aberto, porém, se Lula acompanhará Boulos na apuração dos votos, mas a previsão é que o presidente retorne a Brasília ainda no domingo.

A agenda ao lado de Boulos será a última do chefe do Executivo federal antes do primeiro turno e após uma série de cancelamentos da presença de Lula em eventos do psolista.

Como mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na semana passada, o petista cancelou as viagens que faria para promover candidatos do Estado de São Paulo nas eleições municipais.

Inicialmente, o presidente iria participar de uma caminhada com Boulos no Grajaú no último dia 28. Porém, a agenda foi desmarcada. Já na quarta-feira, 2, era esperada a participação de Lula em uma live com o psolista, mas o petista adiou. A justificativa dada foi o problema técnico que o chefe do Executivo teve em seu avião de volta do México a Brasília, na terça-feira, 1º.

O presidente, então, reagendou a participação na transmissão ao vivo com Boulos na quinta-feira, 3. "Queria te dar parabéns pela beleza da campanha que fez até agora. Queria dizer para você que estarei no sábado na frente do Masp na Paulista, às 11h", disse Lula na live da quinta. "Estou confiante. Estou confiante por muitas razões. Quero pedir a todos que já votaram em mim, votar no Boulos."

No início da campanha eleitoral, era esperada a presença de Lula em alguns eventos em São Paulo e em cidades que formam o ABCD paulista para promover os candidatos do PT. Em São Bernardo, por exemplo, retomar o poder no município seria um símbolo importante para o presidente e para o partido.

No entanto, a expectativa, em parte, foi frustrada. Como mostrou o Broadcast Político, candidatos e dirigentes do PT, além de integrantes de partidos aliados, cobraram participação maior do presidente em campanhas nas eleições municipais. Petistas de cidades como Fortaleza (CE), São Bernardo do Campo (SP), Teresina (PI), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), Manaus (AM) e Uberlândia (MG) precisam, em maior ou menor medida, absorver o eleitorado lulista.

Lula tem tentado ajudar aliados de outras maneiras. Ele já posou para fotos ou gravou vídeos para centenas de candidatos pedindo voto. Além disso, em algumas de suas viagens, promoveu petistas locais dentro dos limites das regras eleitorais.

Em entrevista ao Broadcast Político nesta semana, o senador Humberto Costa (PT-PE), que é um dos coordenadores do PT na campanha eleitoral, confirmou que havia uma previsão de Lula entrar mais a fundo na campanha da eleição municipal, o que não aconteceu. "O problema é que a agenda dele [Lula], a estrutura que é para poder mobilizá-lo para ir para o comício, uma assembleia, uma plenária, qualquer coisa, é grande demais. A agenda internacional dele, nesse período da campanha, pelo menos a campanha de rua, esse período de um mês e pouco, foi muito pesada também", comentou.

Para o segundo turno, o parlamentar disse esperar que a disponibilidade de Lula mude. "Nós esperamos que sim, que a gente possa contar com ele em alguns municípios importantes", afirmou. "Vamos ver se vai ser possível."

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A comitiva de autoridades que acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem à Rússia contará com a participação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e do vice-presidente da Câmara Elmar Nascimento (União-BA). Além disso, também contará com os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, e o assessor-chefe da Assessoria Especial, embaixador Mauro Vieira, de acordo com lista divulgada pelo Palácio do Planalto.

Esta será a terceira viagem feita por Lula da qual Alcolumbre participará. Os dois já estiveram juntos na comitiva que viajou ao Japão, em março, e à Itália para o velório do papa Francisco, em abril.

O início da viagem está previsto para esta terça-feira, 6, à noite, quando Lula partirá de Brasília às 22h rumo a Casablanca. A chegada do chefe do Executivo brasileiro à Rússia é esperada para quarta-feira, 7.

No país, o petista participará da celebração dos 80 anos do "Dia da Vitória", quando os russos celebram a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na segunda guerra mundial. Ainda, terá encontros bilaterais com o presidente Vladimir Putin e com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico.

Na reunião com Putin, Lula deve fazer uma menção à questão da necessidade de reequilibrar a balança comercial entre Brasil e Rússia. "Nós importamos dois produtos que são fundamentais, fertilizantes são fundamentais até para o nosso setor exportador, e diesel também, mas nós queremos ampliar as nossas exportações para a Rússia", disse o secretário de Ásia e Pacífico, embaixador Eduardo Paes Saboia.

O ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Asif, alertou nesta terça-feira, 6, para um possível conflito "inevitável" com a Índia, motivado pela disputa por recursos hídricos e por um ataque que matou sete soldados paquistaneses e foi atribuído por autoridades paquistanesas aos indianos. As informações são da imprensa local.

Segundo um canal de TV do país, Asif afirmou que um confronto com a Índia está próximo. "Foi dito no briefing de hoje que a agressão da Índia é esperada", declarou. Ele também teria ameaçado retaliar caso o governo indiano bloqueie o fluxo de água destinado ao Paquistão.

"Se os governantes indianos tentarem bloquear a água do Paquistão, eles vão se afogar nela", disse Asif, segundo a mídia local. O ministro ainda teria afirmado que o país está pronto para destruir qualquer estrutura construída pela Índia no rio Indo.

As declarações vieram poucas horas após um atentado no sudoeste do Paquistão. Uma bomba caseira atingiu um veículo militar no distrito de Kachhi, matando sete soldados. O Exército paquistanês responsabilizou o grupo armado Baloch Liberation Army (BLA), que, segundo o Paquistão, teria ligações com a Índia, que nega. A Al Jazeera observou que não há evidências públicas dessa conexão, e nem o BLA nem o governo indiano comentaram as acusações.

O presidente Asif Ali Zardari e o primeiro-ministro Shehbaz Sharif condenaram o ataque e elogiaram o sacrifício das forças de segurança. A tensão aumentou ainda mais depois que o premiê indiano, Narendra Modi, anunciou que a Índia passará a reter águas antes compartilhadas com o Paquistão. "Antes, a água da Índia também ia para fora. Agora, a água da Índia fluirá para sua parte... e será utilizada pela própria Índia", disse Modi, segundo a Reuters.

O Paquistão já havia advertido que qualquer interferência em seus rios seria vista como um "ato de guerra", conforme reportou a France 24. O tratado de 1960, que garantia ao Paquistão o uso de 80% da água para fins agrícolas, foi suspenso por Nova Délhi após um ataque terrorista na Caxemira indiana, atribuído a militantes ligados ao Paquistão.

*Com informações da Associated Press

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, conversou por telefone nesta terça-feira, 6, com o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e os líderes discutiram aspectos da situação atual no Oriente Médio, além de "algumas questões bilaterais urgentes", de acordo com uma mensagem russa enviada via Telegram.

Hoje, o líder russo também conversou com o presidente da República Islâmica do Irã, Masoud Pezeshkian, sobre questões relativas ao desenvolvimento da cooperação entre os dois países com base no Tratado Bilateral de Parceria Estratégica Abrangente, assinado durante uma visita oficial do presidente iraniano à Rússia em 17 de janeiro.

"Foi dada especial atenção à expansão de laços mutuamente benéficos no comércio e na economia, inclusive por meio da implementação de importantes projetos conjuntos em transporte e energia", mencionou outra nota do governo russo no Telegram.

"Os líderes trocaram opiniões sobre questões internacionais e regionais urgentes, incluindo o andamento das negociações entre o Irã e os EUA sobre o programa nuclear iraniano, que estão sendo mediadas por Omã", acrescenta a nota, que menciona a disposição russa para facilitar o diálogo e alcançar o acordo "justo, baseado nos princípios do direito internacional".