Candidatos baixam Tom, Marçal pede perdão e Nunes vira alvo em debate

Política
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Os candidatos a prefeito de São Paulo adotaram um tom mais ameno e realizaram, até o momento, o debate mais propositivo nesta sexta-feira, 20, depois de uma série de encontros marcados por ataques, acusações e até por uma cadeirada - que pouco afetaram as intenções de voto e levaram ao aumento da rejeição geral.

No evento promovido por SBT, Terra e Rádio Novabrasil, Pablo Marçal (PRTB), principal agitador nos seis encontros anteriores, foi isolado pelos adversários, diminuiu o tom de voz e tentou se apresentar como um nome moderado diante da disparada de sua rejeição nas últimas semanas.

Com mais espaço para propostas, a administração do prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi o centro das discussões. O emedebista defendeu a gestão e ressaltou medidas realizadas em parceria com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu principal aliado.

Até mesmo o pedido para que os candidatos se chamassem pelo nome de campanha e não por apelidos, prática de Marçal repetida aqui e ali pelos demais, foi cumprido - a exceção foi uma ocasião já na reta final do debate.

O influenciador, que se tornou o candidato mais rejeitado ao crescer 17 pontos porcentuais nesse quesito nas pesquisas de intenção de voto nas últimas seis semanas, chegando a 47%, foi ignorado enquanto pôde pelos adversários no primeiro bloco. Eles preferiram discutir entre si e só fizeram perguntas ao influenciador quando não havia opção.

Marçal falou pela primeira vez somente 21 minutos após o início do debate, quando Tabata Amaral (PSB) foi obrigada, pelas regras, a direcionar sua pergunta a ele. Os organizadores deram direito de resposta a Marçal, após a candidata o comparar ao "jogo do tigrinho": promessas "fáceis, mas que lascam com a vida das pessoas", disse.

Pedido de perdão

A deixa serviu para o influenciador apresentar uma nova roupagem. Ele pediu perdão aos eleitores paulistanos, afirmou que sua tentativa até o último debate foi mostrar o caráter dos adversários, mas que a eleição começa para valer somente agora. "As pessoas querem saber a sua pior versão e a sua melhor. A minha pior eu já mostrei nos debates. A partir de agora você vai ver alguém que tem postura de governante", disse.

Ele parabenizou Tabata pelo programa "Pé de Meia", proposto pela candidata e aprovado no Congresso Nacional, chegou a defender Nunes após a deputada criticar a atuação do prefeito na crise causada pela má qualidade do ar na capital paulista, e se colocou como crítico ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao afirmar que fará a população "prosperar" para não votar no partido do presidente.

Marçal, no entanto, derrapou na sua penúltima intervenção ao chamar novamente o prefeito de "tchuchuca do PCC" (Primeiro Comando da Capital). "Você quer roubar até o apelido que coloquei em você. Lamento o nível que este rapaz trouxe para os debates. Estava indo bem até agora, mas ele não consegue", reagiu Nunes.

Covid

O emedebista foi criticado por Boulos por ter dito, em um podcast bolsonarista, que errou ao defender a vacinação obrigatória contra a covid-19. O prefeito tentou contemporizar. "O que eu falei é que a gente precisa sempre corrigir aquilo que a gente erra, que foi a questão do passaporte (comprovante de vacinação). Não precisa obrigar as pessoas a apresentarem passaporte para ir numa igreja, num bar, num restaurante", disse Nunes. Antes, Boulos já havia insistido que a campanha do prefeito na televisão não corresponde ao dia a dia da população, principalmente em relação à saúde e às mudanças climáticas. "Fazer propaganda, um discurso bonito, não resolve o problema e a sua vida", declarou.

Tabata também criticou Nunes pela declaração sobre a vacina, afirmou que ele recusou dinheiro enviado por ela para reformar Centros de Atenção Psicossocial (Caps), como mostrou o Estadão, e que seu compromisso é agir como se todo ano fosse de eleição. "O atual prefeito ficou três anos sem fazer praticamente nada. Vem ano eleitoral, ele despeja asfalto pela cidade", disse a candidata do PSB.

Após a cadeirada em Marçal, José Luiz Datena (PSDB) adotou postura mais amena. Elogiou as propostas de Tabata e foi menos incisivo do que o de costume ao perguntar a Nunes sobre a infiltração do crime organizado nas empresas de ônibus e o enfrentamento às enchentes.

Marina Helena (Novo) classificou o debate como um "grande circo", em que os candidatos repetem propostas que a população quer ouvir.

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O departamento eleitoral de Cingapura anunciou neste sábado (3) que o Partido Ação Popular (PAP), do primeiro-ministro Lawrence Wong, ganhou as eleições gerais ao conquistar 82 cadeiras parlamentares. O resultado oficial, após término da contagem de votos, veio em linha com o que a contagem de uma amostra dos votos indicava mais cedo.

O PAP já tinha cinco assentos no Parlamento. Com a contagem de votos deste sábado, o partido passa a deter 87 cadeiras, de um total de 97. O Partido dos Trabalhadores, da oposição, manteve seus 10 assentos.

Assim, o governo do PAP - ininterrupto há 66 anos - foi prorrogado, dando um grande impulso a Wong, que assumiu como primeiro-ministro há um ano.

"Estamos gratos novamente pela sua forte confiança. Honraremos a confiança que nos deram trabalhando ainda mais por todos vocês", disse Wong em um discurso antes de o resultado oficial ser divulgado. (Fonte: Associated Press)

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, sugeriu ter sido reeleito para mais um mandato de três anos por não ter se moldado às políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Os australianos escolheram enfrentar os desafios globais à maneira australiana, cuidando uns dos outros enquanto constroem para o futuro", disse a apoiadores em um discurso de vitória em Sydney. "Não precisamos implorar, pedir emprestado ou copiar de lugar nenhum. Não buscamos nossa inspiração no exterior. Encontramos aqui mesmo, em nossos valores e em nosso povo", completou.

Albanese é o primeiro premiê australiano a vencer duas eleições consecutivas desde 2004. Seu partido de centro-esquerda, o Partido Trabalhista Australiano, havia rotulado o rival, Peter Dutton, líder da oposição, de "DOGE-y Dutton" em referência ao Departamento de Eficiência Governamental dos EUA, que está sob o comando do empresário Elon Musk.

Enquanto isso, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, parabenizou Albanese. "A Austrália é uma aliada valiosa, parceira e amiga dos Estados Unidos. Nossos valores compartilhados e tradições democráticas fornecem a base para uma aliança duradoura e para os laços profundos entre nossos povos", disse em comunicado.

"Os Estados Unidos estão ansiosos para aprofundar seu relacionamento com a Austrália para promover nossos interesses comuns e promover a liberdade e a estabilidade no Indo-Pacífico e globalmente", acrescentou. (Fonte: Associated Press).

O primeiro-ministro do Iêmen, Ahmed Awad Bin Mubarak, reconhecido internacionalmente e nomeado para o cargo em fevereiro de 2024, renunciou neste sábado, 3, devido a disputas políticas, destacando a fragilidade de uma aliança que combate os rebeldes Houthi.

A decisão foi divulgada por meio de carta de renúncia dirigida a Rashad al-Alimi, chefe do conselho presidencial governante. O governo internacionalmente reconhecido tem sede na cidade sulista de Aden.

Bin Mubarak disse que estava renunciando por ser incapaz de tomar "as decisões necessárias para reformar a instituição do estado e executar a necessária reorganização do gabinete". Não houve comentário imediato do conselho presidencial.

Fonte: Associated Press.