No Rio, Lula 'paga' por apoio recebido em 2022 e reafirma gratidão ao prefeito de Belford Roxo

Política
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Prestes a completar dois anos na sua terceira passagem pelo Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda "paga" pelos apoios recebidos durante a campanha que derrotou Jair Bolsonaro (PL), em 2022. Nesta quinta-feira, 12, o chefe do Executivo participou, pela segunda vez no ano, de uma agenda ao lado do prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, um dos aliados do petista na campanha no Estado, base do bolsonarismo, e reafirmou gratidão pelo empenho do político da Baixada Fluminense na disputa presidencial.

É a segunda vez no ano que Lula desembarca em Belford Roxo para retribuir o apoio de Waguinho. Desta vez, o presidente participou da inauguração de um centro de saúde para gestantes e crianças no município. Waguinho não é candidato nas eleições municipais deste ano - ele cumpre o segundo mandato como prefeito -, mas tenta emplacar o sobrinho, Matheus do Waguinho (Republicanos). O possível sucessor do clã Carneiro na Baixada não esteve na agenda por vedação da legislação eleitoral.

Primeiro a falar na cerimônia, Waguinho rasgou elogios ao petista e fez um balanço dos dois mandatos de sua gestão, citando construção de praças, escolas, asfaltamento de ruas e ampliação da rede municipal de saúde e educação.

"Só neste ano estamos recebendo o presidente Lula duas vezes. Quando falo do presidente Lula me causa emoção. Hoje é o dia em que estou muito emocionado porque receber o presidente pela segunda vez é uma coisa muito forte e uma gratidão que vamos levar para a vida toda. Eu comecei um projeto de cidade em janeiro de 2017. Vocês sabem o quanto nós trabalhamos para chegarmos a esse momento de cidade que estamos vivendo. Nesses 7 anos e 8 meses de gestão do prefeito Waguinho, conseguimos fazer muito", afirmou o prefeito de Belford Roxo.

Lula retribuiu os acenos e reafirmou gratidão ao empenho de Waguinho na campanha presidencial em que derrotou Jair Bolsonaro.

"Eu também vim aqui num gesto de gratidão ao companheiro Waguinho. Eu conheço milhares de prefeitos no Brasil. Fui o único que recebeu os prefeitos durante todo o período que governou o Brasil. Se o Brasil tivesse mais prefeitos como Waguinho seríamos muito melhores. A capacidade de Waguinho trabalhar, de fazer as coisas acontecerem, e o carinho que trata o povo de Belford Roxo é invejável. Também estou aqui por gratidão", disse o presidente.

O petista citou o assédio do clã Bolsonaro ao político da Baixada Fluminense durante o processo eleitoral de 2022 por apoio e agradeceu Waguinho e a mulher, a deputada federal Daniela Carneiro (União-RJ), pelo embarque na sua campanha.

"Num dos momentos mais difíceis da campanha de 2022, Waguinho tinha convite para apoiar outros candidatos. Ele e a primeira-dama (Daniela Carneiro) tiveram a coragem, a decência, de assumir a minha candidatura, mesmo sendo ameaçado, provocado e xingado", finalizou Lula.

'Picanhazinha e cerveja'

Ao encerrar o discurso em Belford Roxo, Lula prometeu que as pessoas que recebem até R$ 5 mil não pagarão imposto de renda. A medida deve ser colocada em prática, segundo o presidente, até o fim do mandato.

"Até o final do meu mandato, quem ganhar até R$ 5 mil não vai pagar imposto de renda. Enquanto eu estiver no mandato, esse povo vai comer a picanhazinha e tomar uma cerveja", finalizou a cerimônia.

A Rede Alyne é uma iniciativa do governo brasileiro de atualização da Rede Cegonha, para promover um modelo de cuidado humanizado e integral para a saúde da gestante, parturiente, puérpera e da criança. A cerimônia de inauguração da unidade de Belford Roxo contou com a participação das ministras Nísia Trindade (Saúde), Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e a ex-ministra Daniela Carneiro, deputada federal e mulher de Waguinho.

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O ministro federal da Informação do Paquistão, Attaullah Tarar, afirmou nesta quarta-feira (horário local), 7, que o país retaliou os recentes ataques da Índia e que três jatos e um drone indiano foram abatidos.

"A Índia realizou ataques covardes contra civis inocentes e mesquitas no Paquistão, desafiando a honra e o orgulho dessa nação. Agora, estejam preparados. Esta nação responsabilizará o inimigo por cada gota de sangue de seus mártires. As Forças Armadas estão dando uma resposta esmagadora, exatamente de acordo com os sentimentos do povo. A nação inteira está unida em orações e solidariedade aos nossos bravos oficiais e soldados", escreveu Tarar na rede X.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, condenou os ataques aéreos da Índia e disse o país "tem todo o direito de dar uma resposta firme" ao "ato de guerra imposto pela Índia".

*Com informações da Associated Press

A Índia anunciou nesta terça-feira, 6, o lançamento de mísseis contra nove alvos no Paquistão e na região da Caxemira após dias de tensões entre os dois países. As autoridades paquistanesas informaram que duas pessoas ficaram feridas e uma criança morreu.

O ataque escala as tensões entre os países vizinhos, que possuem armas nucleares.

As autoridades indianas informaram que os ataques foram direcionados contra "infraestruturas terroristas", em resposta ao ataque no território da Caxemira controlado pela Índia, que deixou 26 turistas hindus mortos no mês passado. O Paquistão prometeu retaliar.

A Índia culpa o Paquistão por apoiar grupos separatistas da Caxemira, uma região que é ocupada por Índia, Paquistão e China. Islamabad nega apoiar esses grupos.

Segundo o Ministério da Defesa da Índia, o ataque não teve nenhuma instalação militar do Paquistão como alvo. "Nossas ações foram focadas, comedidas e de natureza não escalonada", diz um comunicado. "A Índia demonstrou considerável contenção na seleção de alvos e no método de execução."

Os mísseis atingiram locais na Caxemira paquistanesa e na província de Punjab, no leste do país, de acordo com três autoridades de segurança paquistanesas. Um deles atingiu uma mesquita na cidade de Bahawalpur, em Punjab, e matou uma criança, além de deixar dois feridos.

Entenda as tensões atuais

No dia 22 de abril, um grupo armado atacou turistas na cidade de Pahalgam, na parte indiana da região, matando 25 indianos e 1 nepalês. O Paquistão negou envolvimento com o ataque, reivindicado por um grupo terrorista islâmico pouco conhecido chamado Frente de Resistência - que tinha hindus como alvo. A Índia acusa Islamabad de armar e abrigar o grupo. O Ministério da Defesa do Paquistão sugeriu que o ataque foi uma "operação de false flag".

No dia seguinte ao atentado, Nova Délhi expulsou diplomatas, suspendeu vistos e fechou fronteiras terrestres com o Paquistão. Islamabad respondeu suspendendo acordos bilaterais, fechando fronteira e espaço aéreo a companhias indianas, e impondo sanções comerciais.

Desde 24 de abril há registros de trocas diárias de tiros na Caxemira e ambos os exércitos estão em alerta máximo. Apesar dos arsenais nucleares, a tendência é que nenhum lado acione armas atômicas a menos que esteja encurralado. Mas mesmo confrontos convencionais poderiam ser devastadores.

Nos últimos dias, a Índia também suspendeu o Tratado das Águas do Indo, assinado em 1960, que garante o acesso do Paquistão ao rio Indo, responsável por 90% de sua irrigação. Em resposta, Islamabad afirmou que se a Índia reduzir a quantidade de água que lhe é atribuída, isso seria considerado um ato de guerra. (COM INFORMAÇÕES DA AP)

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou ter tido uma "conversa muito construtiva" com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após um encontro na Casa Branca nesta terça-feira, 6. Segundo Carney, o diálogo marcou o "começo do fim de um processo de redefinição da relação Canadá-EUA". O dirigente seguiu categórico ao rejeitar qualquer possibilidade de anexação do país ao vizinho.

"Canadá não está e nunca estará à venda", reiterou em entrevista coletiva, repetindo declaração anterior, em resposta a comentários de Trump sobre o país, eventualmente, se tornar o "51º estado americano". O premiê disse ter sido "muito claro" com o americano quanto à sua posição: "Fui muito claro com Trump que negociações serão feitas como dois países soberanos", afirmou. "É preciso separar o desejo da realidade. Pedi que ele parasse de falar sobre o Canadá se tornar o 51º estado dos EUA. É neste ponto que começa uma discussão séria", completou.

Ao comentar as tensões comerciais entre os dois países, Carney avaliou que "estabelecemos uma boa base hoje" para o avanço das conversas, mas reconheceu que "não tivemos decisões sobre tarifas". Ele ressaltou a complexidade do tema: "A discussão tarifária com os EUA é muito complexa. Estamos abordando uma grande quantidade de questões, por isso o progresso não será necessariamente evidente durante as negociações, mesmo que estejamos progredindo".

Ainda assim, o primeiro-ministro demonstrou otimismo. "Queremos seguir adiante com negociações comerciais com os americanos" e "veremos quanto tempo vai levar até os EUA tirarem as tarifas sobre o Canadá". Carney adiantou que ele e Trump concordaram em manter novas rodadas de diálogo nas próximas semanas, inclusive durante o encontro do G7.

Ao fim da reunião, o premiê destacou que "a postura de Trump e o quão concretas foram as discussões me fazem me sentir melhor". Apesar disso, reconheceu que "ainda temos muito trabalho pela frente e estamos totalmente empenhados". Por fim, assegurou ao republicano que "nossas medidas contra a entrada de fentanil nos EUA estão funcionando".