Nunes diz ser 'cria de periferia' e Boulos exibe Lula em estreia do horário eleitoral

Política
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Os candidatos à Prefeitura de São Paulo aproveitaram o início do horário eleitoral gratuito na televisão para se apresentarem ao eleitor, já levantando suas principais bandeiras. Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB) destacaram seus laços com a periferia da capital paulista. Além disso, o atual prefeito aproveitou seu longo tempo de propaganda, mais de seis minutos, para destacar alguns dos programas implantados na sua gestão. José Luiz Datena (PSDB) estreou na propaganda política com aparição rápida e sem novidades em seu discurso. Já Guilherme Boulos (PSOL) aproveitou todo o seu espaço para mostrar sua ligação com o presidente Lula (PT), principal apoiador de sua candidatura. Nenhum dos postulantes citou o adversário Pablo Marçal (PRTB), que não tem tempo de propaganda em rádio e TV.

O horário eleitoral gratuito será veiculado até 3 de outubro, de segunda a sábado, com 20 minutos diários em rede (divididos em dois blocos de 10 minutos) no rádio e na TV. Além disso, serão destinados 70 minutos em inserções diárias de 30 e 60 segundos, de segunda a domingo, entre 5 horas e meia-noite.

Marçal não terá espaço no horário eleitoral pois seu partido, o PRTB, não atingiu a cláusula de barreira nas eleições gerais de 2022. Além de Marçal, não participam do horário eleitoral Marina Helena (Novo), Bebeto Haddad (DC), João Pimenta (PCO), Altino Prazeres (PSTU) e Ricardo Senese (UP).

Confira o resumo dos programas dos candidatos:

Ricardo Nunes (MDB)

Com seis minutos e 30 segundos de duração, o atual prefeito da capital paulista Ricardo Nunes (MDB) possui o maior tempo de propaganda eleitoral entre todos os candidatos. A extensa minutagem é creditada à sua coligação, composta por 12 partidos - o que garantiu a ele o horário eleitoral mais dominante em São Paulo desde o ano 2000. Em seu programa, Nunes reforçou que a cidade é a "cidade das oportunidades" e que tem "orgulho" de ser prefeito.

Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), apoiadores oficiais da candidatura do atual prefeito, não apareceram no programa de estreia de Ricardo Nunes.

Em quase toda a duração do programa, o emedebista faz questão de destacar que morou em bairros da periferia de São Paulo quando menor, sendo apresentado como "cria da periferia". "Periferia para mim não é local no mapa. Faz parte da minha vida, da minha história", declarou, enquanto caminha pela rua em que cresceu na infância.

Novamente, é dito que o atual prefeito estudou em escolas públicas enquanto criança. Seu jingle diz que Nunes "nunca saiu de lá (periferia). Sempre voltou". O candidato foca em dizer que é o prefeito que "mais fez pela periferia, mas que trabalha pela cidade toda". E fala dos programas implementados em sua gestão municipal, como o 'Domingão Tarifa Zero' e a faixa azul para as motocicletas.

Para aproximar a figura do atual prefeito ao eleitor, Nunes apresentou sua casa, esposa, filhos e neto. Além disso, o emedebista foi descrito como um "caminho seguro" para o cidadão paulistano. "Já fizemos muito, mas sei que ainda tem muita coisa para fazer. Podemos ter os próximos quatro anos como os melhores quatro anos da história", diz.

Guilherme Boulos (PSOL)

O candidato Guilherme Boulos (PSOL) dedicou seu primeiro programa na televisão para mostrar sua relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista visitou a casa do deputado federal no Campo Limpo, zona sul de São Paulo, com os carros da comitiva presidencial, com a primeira-dama, Janja Silva, para reforçar seu apoio ao psolista. Lula destacou sua plena confiança em Boulos, e disse que ele é o candidato ideal para a capital paulista.

"Eu acho que o companheiro Boulos construiu uma história extraordinária em São Paulo. E pela ligação dele com os movimentos sociais que brigaram neste País pela democracia, por habitação, eu acho que Boulos é, sem sombra de dúvidas, o mais qualificado dos candidatos", disse Lula. "Você certamente terá muito sucesso nessa empreitada". Boulos afirmou, em seguida, que o apoio de Lula fortalece sua candidatura.

A candidata a vice na chapa de Boulos, a petista Marta Suplicy (PT), foi citada, mas não marcou presença na estreia de Boulos na primeira inserção do dia no horário eleitoral gratuito destas eleições. Lula ressaltou a experiência da ex-prefeita de São Paulo. "Vai juntar a força e o vigor de um jovem, com a experiência de uma mulher bem-sucedida", declarou.

Ao contrário do horário eleitoral nas emissoras de rádio, pela manhã, Boulos não falou do adversário Pablo Marçal (PRTB). "Um candidato oportunista, que tenta iludir as pessoas com discurso de prosperidade, mas que prosperou mesmo foi no mundo do crime. Escolher qualquer um desses dois é entregar São Paulo nas mãos do bolsonarismo e do crime. Nosso caminho é outro, é o da esperança e das oportunidades para todos", disse mais cedo no rádio, em referência a Marçal, sem citar o nome dele.

O presidente Lula também participou de comícios neste fim de semana com Boulos e Marta no Campo Limpo e em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo. "É hora de derrotar os dois candidatos de Bolsonaro em 2024", declarou Boulos no evento na região leste. "O prefeito Nunes está há três anos e meio, é o legado dele é pior que nada". "Do lado de lá, candidato que fez carreira e ganhou a vida dando golpe bancário em aposentado", disse em seguida, referindo-se a Marçal.

Essa é a primeira vez que o PT não tem um candidato cabeça de chapa na cidade de São Paulo desde a redemocratização do País. No maior colégio eleitoral do País, Lula tem mais influência sobre a indicação de um nome desconhecido para comandar a Prefeitura de São Paulo do que Jair Bolsonaro (PL), de acordo com levantamento realizado no mês de julho pela Quaest. Entre os entrevistados, 29% afirmaram que votariam em alguém que não conhecem caso o candidato fosse apoiado por Lula, ante 20% que fariam o mesmo se a indicação fosse de Bolsonaro.

José Luiz Datena (PSDB)

O apresentador José Luiz Datena (PSDB) participou da primeira propaganda eleitoral em TV de sua vida. Em 35 segundos, o candidato diz que "o tempo é curto, mas a história é grande". Ao contrário de outros candidatos, o jornalista não usou o horário para se apresentar, mas fez questão de reforçar a principal bandeira de sua campanha: a segurança pública.

O tucano se apresentou como o único com "independência e coragem" para denunciar facções criminosas e máfias. Reforçou também que colocará "o pobre no orçamento" e que vai melhorar a saúde da capital paulista, mas sem apresentar mais informações.

Apresentado como "prefeitão", Datena encerra o programa com fala gravada durante agenda de campanha no Mercado Municipal de São Paulo: "Quem for vagabundo, vai sair fora."

Tabata Amaral (PSB)

Com o menor tempo, a candidata do PSB, Tabata Amaral, utilizou seus 30 segundos de propaganda na TV para tornar-se conhecida pelo público e, a todo momento, fez questão de mencionar sua história na periferia de São Paulo. Ela destaca que é filha de diarista e de cobrador de ônibus, que vieram para a capital paulista "em busca de vida melhor."

"Gente honesta e trabalhadora nunca está no comando da cidade", reforçou a candidata. "Quero colocar a periferia no topo e no centro das atenções da Prefeitura". A Coluna do Estadão mostrou que no horário eleitoral gratuito, a deputada federal deve focar na apresentação de propostas e em se tornar mais conhecida para os paulistanos. As denúncias contra Marçal serão mantidas nas redes sociais.

A Justiça Eleitoral concede, no mínimo, um minuto de direito de resposta a quem se sentiu ofendido com a fala de outro candidato. "Se a Tabata veicula uma acusação, que pode ter ocupado cinco segundos do programa de 30 segundos, e a Justiça entender que aquilo merece direito de resposta, ela terá que conceder um minuto de resposta ao Marçal", explicou o especialista em direito eleitoral e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) Fernando Neisser. Dessa maneira, a deputada perderia o tempo de dois blocos de propaganda de TV e rádio para cumprir a decisão judicial.

Mais cedo, no rádio, propaganda eleitoral começou com ataque de Boulos a Pablo Marçal

O candidato do PSOL Guilherme Boulos destinou parte de seu primeiro programa eleitoral de rádio nesta sexta-feira, 30, para atacar o influenciador Pablo Marçal, que não tem espaço na propaganda gratuita. O candidato apoiado pelo presidente Lula foi o único dos concorrentes no pleito paulista a citar o ex-coach, que registrou um avanço nas intenções de voto apurada nas últimas pesquisas, o que acendeu o sinal de alerta nas campanhas adversárias.

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O governo Donald Trump informou que a Universidade de Harvard não poderá receber novos subsídios federais para a pesquisa até cumprir com as exigências, que colocaram a universidade mais rica e prestigiada o país em rota de colisão com a Casa Branca.

O bloqueio foi comunicado em carta enviada pelo Departamento de Educação ao reitor da universidade e confirmado em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 5. O representante do departamento disse à imprensa que Harvard não receberá novos subsídios federais até que "demonstre uma gestão responsável da universidade" e atenda às exigências do governo.

A Casa Branca já havia congelado US$ 2,2 bilhões em subsídios federais destinados à universidade. Em outra frente, Trump pressiona para que Harvard perca o seu status de isenção fiscal enquanto tenta forçar a instituição de ensino a atender suas demandas.

A carta foi a primeira resposta significativa do governo desde que Harvard entrou com ação judicial na tentativa de impedir o corte bilionário de verbas. "Esta carta é para informá-lo de que Harvard não deve mais buscar subsídios do governo federal, pois nenhum será fornecido", escreveu a secretária da Educação Linda McMahon ao reitor Alan Garber.

O documento estipula que Harvard deve abordar preocupações relacionadas ao antissemitismo no campus; revisar políticas raciais; e responder a queixas de que teria abandonado a busca pela "excelência acadêmica" ao empregar relativamente poucos professores conservadores, segundo a visão do governo.

Representantes de Harvard não responderam imediatamente ao pedido de comentário.

A ameaça sugere que o governo pode estar alterando ou reforçando suas táticas contra as universidades. Inicialmente, a Casa Branca havia retirado subsídios existentes - medida drástica, mas que deixa margem para contestações na Justiça, como no caso de Harvard.

Representantes do setor em todo país tem expressado de forma reservada preocupações com uma campanha mais ordenada de pressão sobre as universidades, que seria mais difícil de reverter nos tribunais.

O embate com Harvard começou quando o governo Donald Trump enviou, no mês passado, um série de exigências à universidade. A lista incluía a obrigatoriedade de relatar ao governo federal quaisquer estudantes internacionais acusados de má conduta e a nomeação de um supervisor externo para garantir que os departamentos acadêmicos fossem "diversos em termos de pontos de vista".

A universidade se negou a cumprir as demandas da Casa Branca e denunciou uma tentativa de interferir na liberdade acadêmica. Na ação judicial, Harvard acusou o governo Donald Trump de tentar exercer um "controle inédito e indevido".

No ano fiscal de 2024, os recursos federais para pesquisa representaram cerca de 11% do orçamento de Harvard - aproximadamente US$ 687 milhões. Embora o fundo patrimonial da universidade ultrapasse os US$ 53 bilhões, grande parte desse valor é restrito, o que limita como a instituição pode utilizá-lo.

O congelamento duradouro dos novos subsídios poderia causar um caos financeiro para Harvard, que já está elaborando planos de contingência e buscando captar recursos no mercado de títulos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A primeira-ministra da província canadense de Alberta, Danielle Smith, disse que realizará um referendo no próximo ano que poderá incluir uma votação sobre a separação do Canadá.

Smith afirmou que não apoia a separação no site do governo da província e em sua página no Facebook, mas acrescentou que, caso os cidadãos de Alberta reúnam as assinaturas necessárias, uma pergunta sobre a separação poderá fazer parte da votação de 2026. "Nosso governo respeitará o processo democrático", enfatizou ela.

Seus comentários são a mais recente investida da província produtora de petróleo e gás depois que os liberais federais conquistaram um quarto mandato na eleição de 28 de abril. Smith, os líderes empresariais e os cidadãos de Alberta estão profundamente frustrados com a política ambiental da última década, que, segundo eles, prejudicou as perspectivas econômicas da província. As medidas incluem a proibição de navios-tanque que transportam petróleo bruto para o noroeste da Colúmbia Britânica, um limite para as emissões de carbono do setor de energia e um processo de avaliação ambiental mais rigoroso.

Ela disse que teve uma conversa telefônica construtiva nos últimos dias com o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, mas "até que eu veja provas tangíveis de mudanças reais, Alberta tomará medidas para se proteger melhor de Ottawa".

Uma porta-voz de Carney não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo, 4, que instruiu seu governo a reabrir e expandir a notória prisão de Alcatraz, que foi fechada em 1963 e se tornou um ponto turístico na Califórnia.

"Por muito tempo, os Estados Unidos foram atormentados por criminosos cruéis, violentos e reincidentes, a escória da sociedade, que nunca contribuirão com nada além de miséria e sofrimento. Quando éramos uma nação mais séria, no passado, não hesitávamos em prender os criminosos mais perigosos e mantê-los longe de qualquer pessoa que pudessem prejudicar. É assim que deve ser", disse Trump, em uma publicação na plataforma Truth Social.

"É por isso que, hoje, estou instruindo o Departamento de Prisões, juntamente com o Departamento de Justiça, o FBI e a Segurança Interna, a reabrir uma prisão de Alcatraz substancialmente ampliada e reconstruída, para abrigar os criminosos mais cruéis e violentos dos Estados Unidos", escreveu o presidente americano, acrescentando: "A reabertura de Alcatraz servirá como um símbolo de Lei, Ordem e justiça."

A ordem foi emitida em um momento em que Trump vem enfrentando conflitos com os tribunais ao tentar enviar membros de gangues acusados ??para uma prisão notória em El Salvador, sem o devido processo legal. Trump também já sinalizou que poderia enviar cidadãos americanos para El Salvador.

Trump também ordenou a abertura de um centro de detenção na Baía de Guantánamo, em Cuba, para abrigar até 30 mil detentos que ele rotulou como os "piores criminosos estrangeiros".

Prisão

Alcatraz, hoje uma atração turística, fechou em 1963 devido aos altos custos operacionais após apenas 29 anos de operação, de acordo com o Departamento de Prisões dos EUA, porque tudo, de combustível à comida, tinha que ser trazido de barco.

Localizada a dois quilômetros da costa de São Francisco e com apenas 336 prisioneiros, a prisão abrigou vários criminosos notórios, incluindo o chefe da máfia da época da Lei Seca, Al Capone, e foi palco de muitas tentativas de fuga incríveis dos presos.

36 homens tentaram 14 fugas diferentes da prisão, segundo o FBI. Quase todos foram capturados ou não sobreviveram à tentativa.

O local ficou conhecido pelo filme "Alcatraz: Fuga Impossível", longa de 1979 que é protagonizado por Clint Eastwood. O filme conta a história de três prisioneiros que conseguiram fugir de Alcatraz.

Um porta-voz do Departamento de Prisões dos EUA disse em um comunicado que a agência "cumprirá todas as ordens presidenciais".

Atualmente, o Departamento de Prisões tem 16 penitenciárias que desempenham as mesmas funções de alta segurança de Alcatraz, incluindo sua unidade de segurança máxima em Florence, no Colorado, e a penitenciária dos EUA em Terre Haute, em Indiana. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)