Boulos diz que só participará de debate se 'não tiver espaço para baixaria'

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O candidato Guilherme Boulos (PSOL) não confirmou sua participação no próximo debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo que será organizado pela revista Veja, nesta segunda-feira, 19. "Olha, debate que tenha regra bem definida, que não tenha espaço para baixaria, eu vou participar, mas os que tenham regras complicadas, nós vamos ter que avaliar", afirmou o psolista após caminhada pela região do Jabaquara, na Zona Sul da capital paulista, sem responder se participará ou não do embate.

Segundo a equipe de Boulos, a campanha está se comunicando com veículos de imprensa para garantir que os debates tenham regras pré-estabelecidas e que haja sanções a candidatos que descumprirem o regimento. O candidato do PRTB, Pablo Marçal, provocou o psolista no último embate dizendo que iria exorcizá-lo com uma carteira de trabalho e fez insinuações de que Boulos seria usuário de drogas, o que motivou o pedido de abertura de um inquérito na Polícia Federal por parte do Ministério Público Eleitoral (MPE).

Segundo dia de campanha acontece sem Marta Suplicy

Boulos iniciou seu segundo dia de campanha sem Marta Suplicy, com uma caminhada pelos comércios ao lado do Terminal Intermunicipal Jabaquara. Questionado por um apoiador sobre onde estava Marta, o psolista afirmou que ele e a vice se dividem entre as agendas para "acolher a cidade toda".

O postulante cumprimentou os comerciantes se apresentando como candidato "do Lula e da Marta", disse que "também mora na periferia", entrou em lanchonetes, lojas de roupas e galerias e ouviu pedidos de eleitores relacionados às condições dos pequenos empreendedores. Aos gritos de "É Lula" e de uma adaptação de "Tá escrito", de Xande de Pilares, no carro de som, Boulos seguiu para mais uma caminhada no comércio da Vila Mascote.

Na região, o postulante agradeceu aos apoiadores presentes, fez acenos aos candidatos a vereadores e disse que a meta é rodar toda a cidade nos próximos cinquenta dias. Boulos ainda pediu para que os apoiadores conversem com a população e "não caiam em provocação". Após o agradecimento, Boulos lamentou a morte do apresentador Silvio Santos e manteve a agenda de compromissos ao longo do dia. Boulos continuará pela Zona Sul com outras caminhadas pela Vila Clara, comunidade Pantanal, na Cidade Júlia, e Vila Joaniza, em Americanópolis.

O atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) decretou luto de sete dias pela morte do apresentador, mas manteve sua agenda para hoje, assim como Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo). Já Marçal cancelou todos os eventos agendados.

Boulos ataca gestão de Nunes e critica postura de Pablo Marçal

Na última sexta-feira, 16, em seu primeiro dia de campanha, no Campo Limpo, o deputado federal criticou a gestão do prefeito Ricardo Nunes e fez aceno à nacionalização das candidaturas para Prefeitura da capital paulista.

"Aqui é o time do Lula. Aqui é o time que tem a Marta como vice. Do outro lado, é o time dos privilegiados, o time do Bolsonaro, com um coronel que não gosta de pobre como vice", afirmou o psolista. A chapa do emedebista é composta pelo coronel Ricardo de Mello Araújo (PL), indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

As campanhas dos candidatos quase se encontraram no centro da cidade, na primeira ida dos adversários às ruas. A Polícia Militar precisou segurar o cordão de apoiadores do tucano para que não houvesse conflito, ação que foi combinada para evitar o encontro.

Boulos também falou sobre a postura de Pablo Marçal nos últimos debates eleitorais, considerando "lamentáveis" as provocações feitas pelo ex-coach. Marçal iniciou sua campanha andando pelas Rua 25 de Março, chegou a mostrar uma carteira de trabalho aos apoiadores, e voltou a dizer que apresentará provas sobre as acusações de Boulos "na hora certa".

Um pesquisa qualitativa feita pelo Instituto Travessia durante o debate do Estadão mostrou que os eleitores avaliam uma desestabilização de Boulos causada pelas provocações de Marçal.

Em outra categoria

O ministro federal da Informação do Paquistão, Attaullah Tarar, afirmou nesta quarta-feira (horário local), 7, que o país retaliou os recentes ataques da Índia e que três jatos e um drone indiano foram abatidos.

"A Índia realizou ataques covardes contra civis inocentes e mesquitas no Paquistão, desafiando a honra e o orgulho dessa nação. Agora, estejam preparados. Esta nação responsabilizará o inimigo por cada gota de sangue de seus mártires. As Forças Armadas estão dando uma resposta esmagadora, exatamente de acordo com os sentimentos do povo. A nação inteira está unida em orações e solidariedade aos nossos bravos oficiais e soldados", escreveu Tarar na rede X.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, condenou os ataques aéreos da Índia e disse o país "tem todo o direito de dar uma resposta firme" ao "ato de guerra imposto pela Índia".

*Com informações da Associated Press

A Índia anunciou nesta terça-feira, 6, o lançamento de mísseis contra nove alvos no Paquistão e na região da Caxemira após dias de tensões entre os dois países. As autoridades paquistanesas informaram que duas pessoas ficaram feridas e uma criança morreu.

O ataque escala as tensões entre os países vizinhos, que possuem armas nucleares.

As autoridades indianas informaram que os ataques foram direcionados contra "infraestruturas terroristas", em resposta ao ataque no território da Caxemira controlado pela Índia, que deixou 26 turistas hindus mortos no mês passado. O Paquistão prometeu retaliar.

A Índia culpa o Paquistão por apoiar grupos separatistas da Caxemira, uma região que é ocupada por Índia, Paquistão e China. Islamabad nega apoiar esses grupos.

Segundo o Ministério da Defesa da Índia, o ataque não teve nenhuma instalação militar do Paquistão como alvo. "Nossas ações foram focadas, comedidas e de natureza não escalonada", diz um comunicado. "A Índia demonstrou considerável contenção na seleção de alvos e no método de execução."

Os mísseis atingiram locais na Caxemira paquistanesa e na província de Punjab, no leste do país, de acordo com três autoridades de segurança paquistanesas. Um deles atingiu uma mesquita na cidade de Bahawalpur, em Punjab, e matou uma criança, além de deixar dois feridos.

Entenda as tensões atuais

No dia 22 de abril, um grupo armado atacou turistas na cidade de Pahalgam, na parte indiana da região, matando 25 indianos e 1 nepalês. O Paquistão negou envolvimento com o ataque, reivindicado por um grupo terrorista islâmico pouco conhecido chamado Frente de Resistência - que tinha hindus como alvo. A Índia acusa Islamabad de armar e abrigar o grupo. O Ministério da Defesa do Paquistão sugeriu que o ataque foi uma "operação de false flag".

No dia seguinte ao atentado, Nova Délhi expulsou diplomatas, suspendeu vistos e fechou fronteiras terrestres com o Paquistão. Islamabad respondeu suspendendo acordos bilaterais, fechando fronteira e espaço aéreo a companhias indianas, e impondo sanções comerciais.

Desde 24 de abril há registros de trocas diárias de tiros na Caxemira e ambos os exércitos estão em alerta máximo. Apesar dos arsenais nucleares, a tendência é que nenhum lado acione armas atômicas a menos que esteja encurralado. Mas mesmo confrontos convencionais poderiam ser devastadores.

Nos últimos dias, a Índia também suspendeu o Tratado das Águas do Indo, assinado em 1960, que garante o acesso do Paquistão ao rio Indo, responsável por 90% de sua irrigação. Em resposta, Islamabad afirmou que se a Índia reduzir a quantidade de água que lhe é atribuída, isso seria considerado um ato de guerra. (COM INFORMAÇÕES DA AP)

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou ter tido uma "conversa muito construtiva" com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após um encontro na Casa Branca nesta terça-feira, 6. Segundo Carney, o diálogo marcou o "começo do fim de um processo de redefinição da relação Canadá-EUA". O dirigente seguiu categórico ao rejeitar qualquer possibilidade de anexação do país ao vizinho.

"Canadá não está e nunca estará à venda", reiterou em entrevista coletiva, repetindo declaração anterior, em resposta a comentários de Trump sobre o país, eventualmente, se tornar o "51º estado americano". O premiê disse ter sido "muito claro" com o americano quanto à sua posição: "Fui muito claro com Trump que negociações serão feitas como dois países soberanos", afirmou. "É preciso separar o desejo da realidade. Pedi que ele parasse de falar sobre o Canadá se tornar o 51º estado dos EUA. É neste ponto que começa uma discussão séria", completou.

Ao comentar as tensões comerciais entre os dois países, Carney avaliou que "estabelecemos uma boa base hoje" para o avanço das conversas, mas reconheceu que "não tivemos decisões sobre tarifas". Ele ressaltou a complexidade do tema: "A discussão tarifária com os EUA é muito complexa. Estamos abordando uma grande quantidade de questões, por isso o progresso não será necessariamente evidente durante as negociações, mesmo que estejamos progredindo".

Ainda assim, o primeiro-ministro demonstrou otimismo. "Queremos seguir adiante com negociações comerciais com os americanos" e "veremos quanto tempo vai levar até os EUA tirarem as tarifas sobre o Canadá". Carney adiantou que ele e Trump concordaram em manter novas rodadas de diálogo nas próximas semanas, inclusive durante o encontro do G7.

Ao fim da reunião, o premiê destacou que "a postura de Trump e o quão concretas foram as discussões me fazem me sentir melhor". Apesar disso, reconheceu que "ainda temos muito trabalho pela frente e estamos totalmente empenhados". Por fim, assegurou ao republicano que "nossas medidas contra a entrada de fentanil nos EUA estão funcionando".