Plano de governo de Datena para a Prefeitura de São Paulo propõe apenas ampliar o que existe

Política
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Após registrar sua candidatura à Prefeitura de São Paulo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e declarar patrimônio de R$ 38 milhões, José Luiz Datena (PSDB) apresentou, também nesta terça-feira, 13, seu plano de governo. O documento é separado por eixos temáticos e o apresentador não sugere metas quantitativas em suas propostas. "Despejar números e dados sobre os eleitores é a forma mais eficaz de tentar ludibriar a população", afirma o candidato em um dos textos. Além disso, suas ideias sugerem, no geral, ampliar e incentivar programas e medidas já existentes a apresentar novas soluções para a cidade.

No texto de abertura do plano, Datena volta a alfinetar seu adversário Ricardo Nunes (MDB) ao dizer que, como candidato do PSDB, tem a "obrigação inicial de honrar os compromissos públicos assumidos por Bruno Covas e que, infelizmente, o atual prefeito só cumpriu a metade". Ele conclui a ideia ao dizer que não usará o nome de Covas em seu mandato. "Ele não está mais aqui. Ninguém pode falar por ele. Nos resta respeitar seus compromissos."

Ao todo, a palavra 'criar' aparece três vezes nas 42 páginas do plano. Na primeira aparição do termo, que acontece dentro do eixo 'prosperidade', que discorre sobre desenvolvimento e criação de oportunidades na capital paulista, Datena promete não criar nenhum novo imposto. "Vou trocar imposto por empregos: imposto menor para quem gerar trabalho, principalmente na periferia", garante o candidato.

Em outra vez que o termo é citado no documento, agora dentro do eixo de 'inclusão', o jornalista diz que a cidade de São Paulo deve ser 'inclusiva e acolhedora' para "criar oportunidades para que todos vivam melhor". Em 'sustentabilidade', a palavra é usada pela terceira e última vez no documento para anunciar a criação de novos parques para ampliar a cobertura vegetal da capital paulista. Essa é a única vez que o termo é utilizado para apresentar uma proposta nova para seu governo.

Sem usar a palavra criar, mas apresentando um novo programa, o 'Territórios do Emprego', o candidato cita que algumas áreas da cidade receberão incentivo fiscal para construção de unidades habitacionais integradas a oportunidades de trabalho.

A palavra 'implantar' segue a mesma linha: também aparece por três vezes ao longo de todas as páginas. Fazendo o uso do termo, Datena anuncia que estabelecerá o ensino de história e cultura afro-brasileira em escolas de ensino fundamental. Essa é uma diretriz da Lei Nº 10.639 de 2003, assinada no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que coloca a obrigatoriedade da inclusão dessa temática na grade curricular da rede de ensino pública e privada.

A segunda aparição do termo 'implantar' diz respeito à proposta do tucano para a colocação de ecopontos em cada distrito da capital paulista. Já na última, a implantação de "barreiras coletoras de resíduos sólidos nos córregos da cidade" tem relação com o fortalecimento do programa Córrego Limpo, criado em 2007 pela Prefeitura de São Paulo.

Em contrapartida, "ampliar" é usada 15 vezes no documento. Entre os destaques, estão a ampliação do efetivo atual da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que hoje possui 7.039 agentes, e equipá-los com mais armamento. Além disso, o uso de câmeras corporais, também já defendido anteriormente pelo candidato, será ampliado para todos os guardas.

Também aparece a ampliação em mais duas horas do horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS), que passarão a funcionar até as 21h - alguns equipamentos de saúde funcionarão 24h por dia, de acordo com ele. Outra proposta cita que será aplicado o número de alunos que estudam em escolas de tempo integral.

Um dos programas que receberá incentivo de Datena, caso seja eleito, será o Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais (Promac) e, além disso, o número de instituições de longa permanência, destinadas à idosos, será ampliado - em mais duas utilizações da palavra. Outro programa já existente do município e que será reforçado pelo apresentador é o Guardiã Maria da Penha, de 2014.

Além disso, Datena também indica fazer uso de inteligência artificial para expandir a oferta de saúde digital, como a telemedicina, na cidade de São Paulo. Dentro de 'bem-estar', o jornalista também diz que incentivará o futebol de várzea, integrando grandes clubes da capital paulista com associações esportivas de periferias.

Em seu plano de governo, Datena volta a citar subsídios recebidos por empresas de ônibus de SP

Ponto de destaque de seu plano, misturando as temáticas de mobilidade urbana e segurança pública, carro-chefe de Datena, o jornalista volta a falar sobre os subsídios bilionários recebidos pelas empresas concessionárias do transporte público de São Paulo e que, por isso, elas serão "obrigadas a melhorar, muito, a qualidade dos serviços". O candidato finaliza dizendo que esses contratos "serão objeto de auditorias para afastar qualquer suspeita de conexão com o crime organizado e a corrupção."

Durante a sabatina do programa 'Roda Viva', da TV Cultura, desta segunda-feira, 12, o tucano voltou a citar suspeitas contra Ricardo Nunes, mas sem, como de costume, cravar que ele tenha envolvimento com os casos mencionados, como o aumento de contratações emergenciais sem licitação e a investigação que aponta para a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) em duas empresas de ônibus que prestam serviço de transporte público na capital.

"Você acha que é possível acontecer fraudes, infiltrações do crime organizado sem que o prefeito saiba? Eu acho difícil o prefeito não saber de nada. Ele nunca sabe de nada", respondeu, ao ser questionado sobre qual evidência tinha da participação de Nunes no caso das empresas de ônibus. "Eu acho que esse cara pode ser no mínimo refém do PCC ou ter medo do PCC", acrescentou.

'Obra fechada é texto literário', diz Datena

Na tentativa de justificar a falta de números e metas quantitativas em seu plano, Datena diz, em um dos textos, que serão incluídas, em seu programa de diretrizes, ideias "que a população e os técnicos forem me oferecendo nessa caminhada. Obra fechada é texto literário. Programa de governo é dinâmico e aberto o suficiente para respeitar evidências, corrigir rumos e incorporar o que for bom para o povo."

Em pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira, 8, o apresentador de TV e o empresário Pablo Marçal, do PRTB, apareciam empatados na terceira e quarta colocação, respectivamente, com 14% cada. O prefeito Ricardo Nunes e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) aparecem empatados tecnicamente na liderança da disputa pela Prefeitura de São Paulo: Nunes tem 23% e Boulos, 22%. A deputada federal Tabata Amaral (PSB) figura com 7%.

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O governo Donald Trump informou que a Universidade de Harvard não poderá receber novos subsídios federais para a pesquisa até cumprir com as exigências, que colocaram a universidade mais rica e prestigiada o país em rota de colisão com a Casa Branca.

O bloqueio foi comunicado em carta enviada pelo Departamento de Educação ao reitor da universidade e confirmado em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 5. O representante do departamento disse à imprensa que Harvard não receberá novos subsídios federais até que "demonstre uma gestão responsável da universidade" e atenda às exigências do governo.

A Casa Branca já havia congelado US$ 2,2 bilhões em subsídios federais destinados à universidade. Em outra frente, Trump pressiona para que Harvard perca o seu status de isenção fiscal enquanto tenta forçar a instituição de ensino a atender suas demandas.

A carta foi a primeira resposta significativa do governo desde que Harvard entrou com ação judicial na tentativa de impedir o corte bilionário de verbas. "Esta carta é para informá-lo de que Harvard não deve mais buscar subsídios do governo federal, pois nenhum será fornecido", escreveu a secretária da Educação Linda McMahon ao reitor Alan Garber.

O documento estipula que Harvard deve abordar preocupações relacionadas ao antissemitismo no campus; revisar políticas raciais; e responder a queixas de que teria abandonado a busca pela "excelência acadêmica" ao empregar relativamente poucos professores conservadores, segundo a visão do governo.

Representantes de Harvard não responderam imediatamente ao pedido de comentário.

A ameaça sugere que o governo pode estar alterando ou reforçando suas táticas contra as universidades. Inicialmente, a Casa Branca havia retirado subsídios existentes - medida drástica, mas que deixa margem para contestações na Justiça, como no caso de Harvard.

Representantes do setor em todo país tem expressado de forma reservada preocupações com uma campanha mais ordenada de pressão sobre as universidades, que seria mais difícil de reverter nos tribunais.

O embate com Harvard começou quando o governo Donald Trump enviou, no mês passado, um série de exigências à universidade. A lista incluía a obrigatoriedade de relatar ao governo federal quaisquer estudantes internacionais acusados de má conduta e a nomeação de um supervisor externo para garantir que os departamentos acadêmicos fossem "diversos em termos de pontos de vista".

A universidade se negou a cumprir as demandas da Casa Branca e denunciou uma tentativa de interferir na liberdade acadêmica. Na ação judicial, Harvard acusou o governo Donald Trump de tentar exercer um "controle inédito e indevido".

No ano fiscal de 2024, os recursos federais para pesquisa representaram cerca de 11% do orçamento de Harvard - aproximadamente US$ 687 milhões. Embora o fundo patrimonial da universidade ultrapasse os US$ 53 bilhões, grande parte desse valor é restrito, o que limita como a instituição pode utilizá-lo.

O congelamento duradouro dos novos subsídios poderia causar um caos financeiro para Harvard, que já está elaborando planos de contingência e buscando captar recursos no mercado de títulos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A primeira-ministra da província canadense de Alberta, Danielle Smith, disse que realizará um referendo no próximo ano que poderá incluir uma votação sobre a separação do Canadá.

Smith afirmou que não apoia a separação no site do governo da província e em sua página no Facebook, mas acrescentou que, caso os cidadãos de Alberta reúnam as assinaturas necessárias, uma pergunta sobre a separação poderá fazer parte da votação de 2026. "Nosso governo respeitará o processo democrático", enfatizou ela.

Seus comentários são a mais recente investida da província produtora de petróleo e gás depois que os liberais federais conquistaram um quarto mandato na eleição de 28 de abril. Smith, os líderes empresariais e os cidadãos de Alberta estão profundamente frustrados com a política ambiental da última década, que, segundo eles, prejudicou as perspectivas econômicas da província. As medidas incluem a proibição de navios-tanque que transportam petróleo bruto para o noroeste da Colúmbia Britânica, um limite para as emissões de carbono do setor de energia e um processo de avaliação ambiental mais rigoroso.

Ela disse que teve uma conversa telefônica construtiva nos últimos dias com o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, mas "até que eu veja provas tangíveis de mudanças reais, Alberta tomará medidas para se proteger melhor de Ottawa".

Uma porta-voz de Carney não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo, 4, que instruiu seu governo a reabrir e expandir a notória prisão de Alcatraz, que foi fechada em 1963 e se tornou um ponto turístico na Califórnia.

"Por muito tempo, os Estados Unidos foram atormentados por criminosos cruéis, violentos e reincidentes, a escória da sociedade, que nunca contribuirão com nada além de miséria e sofrimento. Quando éramos uma nação mais séria, no passado, não hesitávamos em prender os criminosos mais perigosos e mantê-los longe de qualquer pessoa que pudessem prejudicar. É assim que deve ser", disse Trump, em uma publicação na plataforma Truth Social.

"É por isso que, hoje, estou instruindo o Departamento de Prisões, juntamente com o Departamento de Justiça, o FBI e a Segurança Interna, a reabrir uma prisão de Alcatraz substancialmente ampliada e reconstruída, para abrigar os criminosos mais cruéis e violentos dos Estados Unidos", escreveu o presidente americano, acrescentando: "A reabertura de Alcatraz servirá como um símbolo de Lei, Ordem e justiça."

A ordem foi emitida em um momento em que Trump vem enfrentando conflitos com os tribunais ao tentar enviar membros de gangues acusados ??para uma prisão notória em El Salvador, sem o devido processo legal. Trump também já sinalizou que poderia enviar cidadãos americanos para El Salvador.

Trump também ordenou a abertura de um centro de detenção na Baía de Guantánamo, em Cuba, para abrigar até 30 mil detentos que ele rotulou como os "piores criminosos estrangeiros".

Prisão

Alcatraz, hoje uma atração turística, fechou em 1963 devido aos altos custos operacionais após apenas 29 anos de operação, de acordo com o Departamento de Prisões dos EUA, porque tudo, de combustível à comida, tinha que ser trazido de barco.

Localizada a dois quilômetros da costa de São Francisco e com apenas 336 prisioneiros, a prisão abrigou vários criminosos notórios, incluindo o chefe da máfia da época da Lei Seca, Al Capone, e foi palco de muitas tentativas de fuga incríveis dos presos.

36 homens tentaram 14 fugas diferentes da prisão, segundo o FBI. Quase todos foram capturados ou não sobreviveram à tentativa.

O local ficou conhecido pelo filme "Alcatraz: Fuga Impossível", longa de 1979 que é protagonizado por Clint Eastwood. O filme conta a história de três prisioneiros que conseguiram fugir de Alcatraz.

Um porta-voz do Departamento de Prisões dos EUA disse em um comunicado que a agência "cumprirá todas as ordens presidenciais".

Atualmente, o Departamento de Prisões tem 16 penitenciárias que desempenham as mesmas funções de alta segurança de Alcatraz, incluindo sua unidade de segurança máxima em Florence, no Colorado, e a penitenciária dos EUA em Terre Haute, em Indiana. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)