Dino alimenta esperanças de Lula no orçamento e encomenda nova crise com Congresso

Política
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, fez um movimento na tentativa de devolver parte do orçamento capturado pelo Congresso para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e encomendou uma nova crise do Judiciário e do governo com os parlamentares, ao assinar dois despachos sobre o orçamento secreto e as emendas Pix.

Em um processo, mandou abrir os porões do orçamento secreto. Em outro, determinou uma varredura nas emendas Pix. O que mais pode "pegar", porém, é o que ministro decidiu daqui para frente. O governo não poderá mais pagar sobras do orçamento secreto sem transparência, como vem fazendo. Além disso, o Pix só vai cair se as prefeituras e os governos Estaduais disserem onde vão gastar o dinheiro - coisa que hoje não acontece.

Dino avançou ainda mais e determinou uma nova dinâmica para todos os tipos de emendas, e não só para os recursos tratados nos processos, proibindo parlamentares de mandarem dinheiro para fora de seus Estados e trazendo as emendas de comissão (que herdaram parte do espólio do orçamento secreto) para a baila.

Na prática, as decisões alimentam uma esperança do governo Lula de recuperar parte do orçamento que o Poder Executivo perdeu nos últimos anos, ainda que a prática da gestão petista tenha sido a de dar continuidade ao esquema que começou no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em contrapartida, o Congresso deve reagir e não ficará satisfeito com mais esse movimento do STF.

O ministro avisou que faria isso - e por que faria. "Temos um encontro marcado com o tema relativo à parlamentarização da elaboração orçamentária no Brasil e das despesas públicas no Brasil", disse o ministro durante uma sessão da Corte em abril, logo após tomar posse na cadeira e criticar a falta de poder do Executivo na hora de definir para onde vai o dinheiro da União.

O orçamento secreto e a emenda Pix, dois esquemas revelados por reportagens do Estadão, somaram R$ 67 bilhões até o momento e evidenciam o que se transformou o trato com o dinheiro público: apagão de planejamento, falta de transparência, desigualdades regionais e ainda corrupção. O Congresso não quer abrir mão do bônus de alocar os recursos, mas não assume o ônus de planejar e fiscalizar. O governo, por sua vez, dá aval a todo o processo enquanto fala em revisão de gastos.

É importante destacar que Dino não interrompeu nenhum processo de execução orçamentária, como empenhos e pagamentos, como fez a ministra Rosa Weber com o orçamento secreto em 2021. O magistrado, porém, delimitou como tudo deve funcionar daqui para frente. Outro fato relevante das decisões é recolocar o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU) na fiscalização das emendas, controle que tinha sido tirado e delegado aos órgãos locais, menos estruturados e mais suscetíveis a interferências políticas. Em tempos de metas e arcabouços em xeque, os próximos passos serão decisivos para as contas públicas e para as relações entre os Poderes.

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Oficiais da administração Trump estão explorando maneiras de desafiar o status de isenção fiscal de organizações sem fins lucrativos, segundo pessoas familiarizadas com o assunto, em uma movimentação que alguns funcionários do Serviço Interno da Receita (IRS, em inglês) temem que possa danificar a abordagem apolítica da agência.

Em reuniões que duraram horas e continuaram durante um fim de semana recente, advogados do IRS exploraram se poderiam alterar as regras que governam como grupos sem fins lucrativos podem ser negados o status de isenção fiscal, disseram as pessoas.

As reuniões começaram a acontecer logo depois que a administração Trump nomeou um novo advogado interino de topo na agência, Andrew De Mello, que Trump havia nomeado para um posto diferente em seu primeiro mandato. De Mello discutiu privadamente as regras de organizações sem fins lucrativos com oficiais da agência, incluindo aqueles da divisão de isenção fiscal, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

Outro oficial sênior do IRS, Gary Shapley, disse separadamente em pelo menos uma reunião que está dando prioridade à investigação do status de isenção fiscal de um grupo selecionado de organizações sem fins lucrativos, segundo pessoas familiarizadas com suas declarações. Shapley fez os comentários como o vice-chefe da unidade de investigações criminais. Shapley, que também é conselheiro do Secretário do Tesouro, Scott Bessent, não nomeou quaisquer grupos específicos, disseram as pessoas.

Oficiais da administração Trump fora do IRS também tiveram conversas contínuas sobre como potencialmente mirar no status de isenção fiscal e dotações de organizações sem fins lucrativos por meses, disse um oficial da administração.

Um oficial da Casa Branca na sexta-feira, 2, disse que a administração atual não está envolvida em decisões sobre o status de isenção fiscal de qualquer instituição, incluindo a de Harvard. É crime para o presidente, o vice-presidente ou certos outros oficiais de topo solicitar uma auditoria ou investigação específica do IRS.

(Com Dow Jones Newswires)

O presidente dos Estados Unidos e o perfil oficial da Casa Branca no X (antigo Twitter) publicaram na sexta-feira, 2, nas redes sociais, uma imagem em que Donald Trump aparece vestido como papa, sentado em uma cadeira de estrutura dourada.

A imagem foi divulgada na plataforma TruthSocial, de propriedade do presidente, e mostra Trump em trajes papais, incluindo uma mitra e um cordão dourado com uma cruz, sentado em uma cadeira de estrutura dourada e com o dedo indicador direito apontando para o céu.

O perfil oficial da Casa Branca também publicou a imagem, sem texto.

Na última terça-feira, Trump afirmou, em tom de brincadeira, que gostaria de ser o próximo papa. "Eu seria minha escolha número 1", disse Trump a repórteres.

Apesar da piada, ele disse que não tem uma preferência. "Temos um cardeal de um lugar chamado Nova York que é muito bom. Vamos ver o que acontece", afirmou.

O cardeal Timothy Dolan, arcebispo de Nova York, não está entre os principais cotados, mas outro americano aparece na lista: o cardeal Joseph Tobin, arcebispo de Newark, em Nova Jersey. Nunca houve um papa dos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos e a primeira-dama, Melania, participaram, em Roma, do funeral do papa Francisco.

A postagem ocorre poucos dias após a morte do Papa Francisco e às vésperas do início do Conclave no Vaticano, onde 133 cardeais se reunirão na Capela Sistina a partir de quarta-feira, 7, para eleger o novo pontífice.

Projeções apontam que o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, foi reeleito nas eleições realizadas neste sábado, sendo o mais novo líder de inclinação à esquerda a alcançar uma vitória, enquanto o presidente americano, Donald Trump, agita os mercados globais e desestabiliza os assuntos internacionais.

O Partido Trabalhista de Albanese estava projetado para ganhar o maior número de assentos na Câmara dos Representantes do país, onde os governos são formados, derrotando o bloco conservador que inclui os partidos Liberal e Nacional, segundo a Australian Broadcasting Corp.

Muitas disputas ainda estavam acirradas e sem definição, sinalizando que o partido de Albanese pode não alcançar a maioria absoluta na câmara de 150 assentos. Isso significa que os trabalhistas precisarão se unir a partidos menores e legisladores independentes para governar.

A eleição é o último retrato de como os eleitores estão reagindo a uma ordem mundial em mudança à medida que Trump mira países com tarifas, se aproxima da Rússia e usa retórica dura sobre os aliados tradicionais de Washington. Pesquisas mostram que eleitores na Austrália, Canadá e no Reino Unido veem os Estados Unidos mais desfavoravelmente desde que Trump assumiu o cargo.

(Com Dow Jones Newswires)