Nunes faz aceno a Bolsonaro e vai a lançamento de pré-candidata do PL com Michelle

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Pressionado a fazer mais gestos em direção ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a entrada do ex-coach Pablo Marçal (PRTB) na corrida eleitoral, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), participou nesta sexta-feira, 13, ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do lançamento da pré-candidatura de Zoe Martínez (PL) à Câmara Municipal de São Paulo.

A influenciadora e advogada cubana é a aposta do PL para conquistar entre seis e oito cadeiras no Legislativo Municipal este ano. Nascida em Cuba, Zoe se mudou para o Brasil aos 12 anos e, com 16, começou a gravar vídeos compartilhando sua experiência no País da América Central. ingressou no PL após convite da própria Michelle e conta com o apoio da deputada federal Bia Kicis (PL-DF) e do deputado estadual Lucas Bove (PL-SP).

Nunes foi ao ato acompanhado de seu pré-candidato a vice, o ex-comandante da Rota Ricardo de Mello Araújo (PL), que usou as redes sociais para reforçar que o emedebista será o representante da direita em São Paulo, num recado a Marçal e a aliados de Bolsonaro que têm trabalhado pela candidatura do ex-coach. "A direita conservadora mostrando o caminho. Se alguém tem dúvidas, essas fotos mostram o que nosso presidente Jair Messias Bolsonaro quer aqui para São Paulo", escreveu Mello Araújo, ao publicar os registros de Nunes no evento.

O ex-Rota foi alçado ao posto a contragosto do prefeito, após Marçal receber a medalha de "imbrochável", "imorrível" e "incomível" de Bolsonaro e afirmar que o ex-presidente "não irá apoiar" Nunes. Aliados de Nunes interpretaram o gesto de Bolsonaro ao pré-candidato do PRTB como uma mensagem direta ao prefeito, que relutava em aceitar Mello Araújo.

Desde que a aliança entre Nunes e Bolsonaro foi estabelecida, aliados do ex-presidente têm demonstrado desconforto com a maneira como o prefeito tem lidado com a parceria, percebendo um distanciamento e, segundo alguns correligionários, até uma tentativa de esconder o apoio, fato que o prefeito nega veementemente. Uma das queixas era a falta de publicações ao lado do ex-presidente no feed do Instagram - Nunes costumava publicar as agendas nos stories, que desaparecem após 24 horas.

Ainda que conte com o apoio do ex-presidente, a campanha do emedebista tem receio de que a aproximação com Bolsonaro respingue negativamente nos seus resultados, dado que o ex-presidente enfrenta uma alta taxa de rejeição na cidade. A estratégia de Guilherme Boulos, pré-candidato do PSOL, tem sido justamente polarizar o pleito a partir da associação de Nunes ao bolsonarismo. No entanto, a entrada de Marçal na disputa trouxe uma nova preocupação: a possibilidade de Bolsonaro, descontente com a aliança, romper com o prefeito e levar seus eleitores para outro candidato.

Desta vez, o prefeito fez questão de publicar a aparição ao lado da ex-primeira-dama. "Contamos com a presença inspiradora da Michelle Bolsonaro, que reforçou a importância de termos mulheres fortes e decididas caminhando conosco, com voz ativa na tomada de decisões, na missão de construir a cidade dos sonhos da nossa gente", escreveu Nunes.

Em outra categoria

O Ministério das Relações Exteriores alemão rebateu as críticas de autoridades americanas à decisão do país de classificar a Alternativa para a Alemanha (AfD) como extremista de direita. "Aprendemos com nossa história que o extremismo de direita precisa ser combatido", afirmou, em comunicado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.