Padilha critica Nunes por aliança com Bolsonaro: 'Infelizmente optou por ficar desse lado'

Política
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O ministro da Secretaria das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que as eleições municipais em São Paulo e no Rio deverão ser as mais simbólicas do País e fez críticas ao prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), por fazer uma aliança com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nunes é de um partido da base do governo federal, mas vai enfrentar Guilherme Boulos (PSOL), que tem o apoio explícito de Lula já na pré-campanha.

Padilha foi o palestrante do ciclo de debates "O Brasil na visão das lideranças públicas" organizado pela Fundação FHC como parte das comemorações de seus 20 anos. "As eleições municipais, em sua grande maioria, se concentram nas questões locais. Mas, no caso de São Paulo e Rio, o debate e o resultado serão extremamente importantes", disse Padilha.

Nas duas capitais e também em Recife, a disputa, assinalou o ministro, se dará entre os "extremistas de direita que fazem questão de abraçar 'o ladrão de jóias' e que pôs a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para perseguir adversários, e outras candidaturas que vão reproduzir a Frente Ampla que elegeu o presidente Lula".

Sempre chamando o ex-presidente Jair Bolsonaro de "ladrão de joias", Padilha lamentou que, em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes tivesse, nas palavras dele, abraçado o bolsonarismo, aceitando até a indicação do ex-presidente para vice na chapa, o coronel Mello Araújo. "Nunes chegou a receber aquela medalha do Bolsonaro, um objeto que reforça tudo que existe de pior como o preconceito, a discriminação e o machismo. Infelizmente optou por ficar desse lado". Procurado por meio da assessoria, Nunes ainda não se manifestou.

Importância de ganhar no Rio de Janeiro

De acordo com Alexandre Padilha, a grande vitória do que chama de "frente ampla", segundo Padilha, será se o prefeito Eduardo Paes (PSD) for reeleito. "Vencer no ninho do bolsonarismo é algo com um significado gigante. Principalmente derrotando o parceiro de Bolsonaro nos crimes na Abin, o deputado Alexandre Ramagem (PL)". Ramagem, ex-diretor da Abin está envolvido nas investigações da Polícia Federal, da chamada "Abin paralela" . De acordo com a investigação da PF, Ramagem, candidato a prefeito do Rio, e alguns assessores criaram uma organização criminosa com intuito de monitorar ilegalmente pessoas e autoridades públicas, invadindo aparelhos e computadores, além da infraestrutura de telefonia, entre os anos de 2019 e 2022. A polícia relatou que o grupo atuava para elaborar dossiês contra ministros, parlamentares e outras pessoas de interesse a fim de divulgar narrativas falsas e incitar uma tentativa de golpe de estado e enfraquecimento das instituições democráticas.

Também nessa lista de Padilha está o atual prefeito de Recife, João Campos (PSB) que vai enfrentar o ex-ministro do Turismo de Bolsonaro, Gilson Machado (PL). Nesse caso, as chances de Machado são pouquíssimas. Campos é o prefeito mais bem avaliado do País e aparece nas pesquisas com mais de 70% das intenções de voto.

O ministro comemorou a aprovação da regulamentação da reforma tributária e também falou sobre as futuras eleições para a presidência da Câmara e do Senado. Ele disse ser contra a antecipação dessa disputa que, em sua opinião, dispersa a energia dos parlamentares, fazendo com que eles deixem de se concentrar na aprovação das pautas que são importantes para o País e assinalou que o Governo não tem intenção de entrar nessa disputa tanto tempo antes da eleição que acontecerá somente no ano que vem.

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"Se o PAP tiver um mandato enfraquecido, é certo que haverá quem tente nos pressionar. Será mais difícil defender os interesses de Cingapura. Mas, com um mandato claro de vocês, minha equipe e eu poderemos representar o país com confiança", disse Wong nesta semana.

Esta é a primeira eleição sob a liderança de Wong desde que ele sucedeu Lee Hsien Loong, que deixou o cargo no ano passado após duas décadas no comando da cidade-Estado.

Conhecido por seu governo limpo e eficaz, o PAP é visto como símbolo de estabilidade e prosperidade. Embora uma vitória esteja praticamente garantida, o apoio ao partido tem diminuído devido ao descontentamento com o controle estatal e o alto custo de vida. A crescente desigualdade de renda, a dificuldade de acesso a moradias, a superlotação causada pela imigração e as restrições à liberdade de expressão também desgastaram a popularidade do partido.

A oposição admite que não pode derrotar o PAP, mas pede aos eleitores uma representação mais forte no Parlamento.

O Escritório Federal para a Proteção da Constituição, serviço de inteligência nacional alemão, informou nesta sexta-feira, 2, que classificou o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), o segundo mais votado nas eleições nacionais de fevereiro, como uma organização "extremista de direita", o que coloca suas atividades sob uma vigilância mais ampla e rigorosa.

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Os líderes do partido, Alice Weidel e Tino Chrupalla, classificaram a medida como "um duro golpe para a democracia alemã" e disseram que a classificação teve motivação política, o que o governo nega. "A AfD continuará a se defender legalmente contra essas difamações que colocam a democracia em risco", afirmaram Weidel e Chrupalla.