Bolsonaro, indiciado pela PF, avisa: 'Tenho 300 e poucos processos e a gente não vai recuar'

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que "não irá recuar" mesmo com investigações da Polícia Federal (PF) em curso contra ele. "Apesar de a PF ter ido três vezes na minha casa, hoje já tenho 300 e poucos processos ainda. Vale a pena. A gente não vai recuar", discursou.

A declaração foi dada no ato de encerramento do primeiro dia da Conferência de Política Ação e Conservadora (CPAC Brasil), neste sábado, 6. Perguntado pelo Estadão sobre o indiciamento pela PF, Bolsonaro desconversou: "eu falo ao vivo para TV Globo". O ex-presidente foi acusado de envolvimento na tentativa de vender joias que recebeu como chefe de governo da Arábia Saudita, caso revelado pelo Estadão.

Durante o pronunciamento, Bolsonaro voltou a questionar os processos que o tornaram inelegível, reforçou críticas ao projeto de lei que visa regular as redes sociais e disse que "pressentiu" os atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro do ano passado.

"Imagina se no dia 30 de dezembro de 2022 eu não tivesse saído do Brasil, com o 8 de Janeiro acontecendo, onde eu estaria numa hora dessa? Não sabia o que iria acontecer, mas pressentia que algo de errado estava por vir", afirmou.

Ele falou após a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), que fez críticas a atual primeira-dama, Janja da Silva. "Umas (primeiras-damas) têm vocação para trabalhar, outras para viajar", disse. Michelle voltou a apelar por mais participação de mulheres de direita na política.

Bolsonaro fez o discurso inaugural na manhã deste sábado. No primeiro pronunciamento, ele ignorou as acusações que pesam contra ele em seu primeiro discurso após o indiciamento pela Polícia Federal no caso das joias sauditas.

Em breve fala, ele criticou o PT, a quem chamou de "partido do trambique" e a imprensa, especificamente a Rede Globo. "Não tenho ambição pelo poder, tenho obsessão pelo Brasil, em que pese quaisquer outras questões que nos atrapalhe", afirmou.

Ele também disse que está à disposição para ser sabatinado ao vivo em um canal de televisão, mas não citou que seria a Globo. "Se acha que vão me desgastar, as redes sociais nos deram a liberdade. Será a maior audiência da história dessa televisão".

Bolsonaro chegou a chorar ao assistir um vídeo em sua homenagem. Bolsonaro foi às lágrimas ao ouvir o público cantar "eu sou brasileiro/com muito orgulho/com muito amor".

O primeiro dia de palestras do CPAC Brasil foi marcado principalmente pelo tom de aconselhamento eleitoral para pré-candidatos a prefeito e vereador nas próximas eleições municipais. O comentarista político Caio Coppola, por exemplo, deu dicas de comunicação ao público. Um dos slides era intitulado "os três pilares de campanhas vencedoras".

Parlamentares já eleitos contaram experiências de campanhas passadas e ressaltaram a todo momento a importância do bolsonarismo ocupar Câmaras Municipais e Prefeituras para dar sustentação a pré-candidatura de Jair Bolsonaro (PL) a presidente em 2026.

Embora esteja inelegível, eles faziam questão de ressaltar que o ex-presidente ainda é a primeira opção do grupo para o Palácio do Planalto e criticaram governadores aliados que querem se colocar como sucessores de Bolsonaro na próxima eleição.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira, 1, impor sanções a qualquer pessoa que compre petróleo iraniano, um alerta feito após o adiamento das negociações planejadas sobre o programa nuclear de Teerã.

Trump fez a ameaça de sanções secundárias em uma postagem nas redes sociais. "Todas as compras de petróleo iraniano ou produtos petroquímicos devem parar agora!". Ele disse que qualquer país ou pessoa que compre esses produtos do Irã não poderá fazer negócios com os EUA "de nenhuma forma".

Não ficou claro como Trump implementaria tal proibição. Mas sua declaração corre o risco de agravar ainda mais as tensões com a China - principal cliente do Irã - em um momento em que o relacionamento está tenso devido às tarifas do presidente americano.

Com base em dados de rastreamento de petroleiros, a Administração de Informação de Energia dos EUA concluiu em um relatório publicado em outubro que "a China absorveu quase 90% das exportações de petróleo bruto e condensado do Irã em 2023". Trump, separadamente, impôs tarifas de 145% à China dentro de sua guerra comercial ao país.

Negociações adiadas

A ameaça de Trump nas redes sociais ocorreu após Omã anunciar que as negociações nucleares planejadas para o próximo fim de semana haviam sido adiadas.

O ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, fez o anúncio em uma publicação na plataforma social X. "Por razões logísticas, estamos remarcando a reunião EUA-Irã, provisoriamente planejada para sábado, 3 de maio", escreveu ele. "Novas datas serão anunciadas quando mutuamente acordadas."

Al-Busaidi, que mediou as negociações em três rodadas até o momento, não deu mais detalhes.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, emitiu um comunicado descrevendo as negociações como "adiadas a pedido do ministro das Relações Exteriores de Omã". Ele disse que o Irã continua comprometido em chegar a "um acordo justo e duradouro".

Acordo nuclear

As negociações entre EUA e Irã buscam limitar o programa nuclear iraniano em troca do relaxamento de algumas das sanções econômicas que Washington impôs a Teerã. As negociações foram lideradas pelo Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, e pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Trump ameaçou repetidamente lançar ataques aéreos contra o programa iraniano se um acordo não for alcançado. Autoridades iranianas alertam cada vez mais que poderiam buscar uma arma nuclear com seu estoque de urânio enriquecido a níveis próximos aos de armas nucleares.

O acordo nuclear do Irã com potências mundiais, firmado em 2015, limitou o programa iraniano. No entanto, Trump retirou-se unilateralmente do acordo em 2018, desencadeando um maior enriquecimento de urânio por parte do Irã./Com Associated Press

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira que o então conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, não foi demitido, mas sim realocado para ser o próximo embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Waltz fez o trabalho que ele precisava fazer e o presidente Donald Trump achou melhor um novo cargo pra ele", disse Vance em entrevista à Fox News.

Segundo o vice, a saída de Waltz do cargo não teve a ver com escândalo do Signal. Em março, o conselheiro passou a ser investigado pela criação de um grupo de mensagens no software e incluir, por engano, o jornalista Jeffrey Goldberg. "Waltz tem minha completa confiança", acrescentou Vance.

Sobre a contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na quarta-feira, ele reiterou que "isso é a economia de Joe Biden".

Vance ainda comentou que a Índia tirou proveito do país por muito tempo, mas que o governo Trump irá rebalancear o comércio e que

a Rússia e a Ucrânia têm que dar o último passo para acordo de paz. "Chega um momento que não depende mais dos EUA".

Itália, Croácia, Espanha, França, Ucrânia e Romênia enviaram, nesta quinta-feira, aviões para ajudar a combater um incêndio florestal que fechou uma importante rodovia que liga Tel-Aviv a Jerusalém, em Israel. As chamas, iniciadas por volta do meio-dia (horário local) da quarta-feira, são alimentadas pelo calor, seca e ventos fortes no local e já queimaram cerca de 20 quilômetros quadrados.

A Macedônia do Norte e o Chipre também enviaram aeronaves de lançamento de água. Autoridades israelenses informaram que 10 aviões de combate a incêndios estavam operando durante a manhã, com outras oito aeronaves chegando ao longo do dia. Fonte: Associated Press.