Apadrinhados por Lula e Bolsonaro lideram em 7 capitais, dizem institutos

Política
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Quatro pré-candidatos apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa pelo comando de capitais lideram as pesquisas de intenção de voto, conforme os mais recentes levantamentos dos principais institutos do País. Já os apadrinhados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão à frente em outras três capitais. Essas sete cidades somam quase 12 milhões de eleitores.

Os nomes que têm aval de Bolsonaro e estão em primeiro lugar nas pesquisas concorrem às prefeituras de Aracaju, Belém, Curitiba e Salvador (4,9 milhões de eleitores). Os postulantes de Lula, por sua vez, aparecem em vantagem em Porto Alegre, no Recife e no Rio (7 milhões de eleitores). Os dados foram compilados pelo Estadão com base em pesquisas Atlas, Datafolha, Quaest, Paraná Pesquisas e Real Time Big Data.

Na capital paulista, levantamento do Real Time Big Data divulgado na segunda-feira passada mostrou que o deputado Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato de Lula, está empatado com prefeito Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro. Ambos têm 29% das intenções de voto.

O mesmo ocorre em Rio Branco, onde, segundo pesquisa do mesmo instituto do início de abril, Marcus Alexandre (MDB) aparece empatado com o prefeito Tião Bocalom (PL), com 34%. Lula apoia o emedebista e Bolsonaro, o pré-candidato do PL.

Outros nomes

Em Belo Horizonte e Fortaleza, os nomes chancelados por Lula e Bolsonaro estão em empate técnico, mas quem lidera as intenções de voto são pré-candidatos de outros partidos. Na capital mineira, o Real Time Big Data mostrou Mauro Tramonte (Republicanos) na liderança, com 22%. Bruno Engler (PL), apoiado por Bolsonaro, tem 14%; e Rogério Correia (PT), aliado de Lula, registrou 9%.

Na capital cearense, o preferido do eleitorado até o momento é Capitão Wagner (União Brasil), com 33%, segundo o Datafolha. André Fernandes (PL), nome de Bolsonaro na disputa, tem 12%; e Evandro Leitão (PT), apoiado por Lula, apareceu com 9%.

Particularidades

Na avaliação do pesquisador da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e diretor do Ipespe Analítica, Vinícius Alves, as eleições municipais representam um quadro multifacetado, com as particularidades de cada cidade. Pesam, segundo ele, o contexto político local, o "timing" do apoio dos padrinhos e um possível histórico de votação mais à esquerda ou à direita, por exemplo.

Com isso, o voto na eleição municipal pode ser influenciado por fatores que escapam à polarização nacional. No segundo turno da eleição presidencial de 2022, por exemplo, a capital mais bolsonarista do País foi Boa Vista, onde 78% do eleitorado optou pela reeleição do então presidente. Por outro lado, a capital com o maior porcentual de votos em Lula foi Salvador, onde 71% dos votos válidos foram direcionados ao petista.

Além dessas variáveis, o pesquisador também destacou que o apoio de Lula e de Bolsonaro não tem a mesma "intensidade" em todas as cidades, já que é preciso levar em conta a rejeição de um e de outro. "Os dois são capazes de atrair apoiadores, mas eles também atraem rejeição em considerável medida. Portanto, se associar claramente a um deles no início da disputa pode ter algum custo", afirmou Alves.

O Estadão procurou os comandos do PT e do PL, responsáveis pelas estratégias para as eleições deste ano, mas não houve resposta dos partidos.

As capitais tendem a ser locais onde a disputa nacional reverbera com mais peso, observou o pesquisador. "Acredito que, em geral, existe um terreno mais favorável nas capitais de grandes cidades para tentar polarizar a disputa, emular o que acontece no plano nacional. Mas não dá para achar que vai ser do mesmo jeito em todos os locais", afirmou.

Salvador

Na capital da Bahia, a vantagem do pré-candidato avalizado por Bolsonaro, até agora, é a mais expressiva. Segundo o Paraná Pesquisas, Bruno Reis (União Brasil), nome do ex-presidente na disputa, tem 64% de intenções de voto, ante 11% do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), apoiado por Lula.

Em Belém, o deputado bolsonarista Éder Mauro (PL) aparece em 30% das menções, ante 13,4% do prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), chancelado por Lula, de acordo com o mesmo instituto. Em Aracaju, a vereadora Emília Corrêa, pré-candidata apoiada por Bolsonaro, lidera a disputa pela prefeitura, com 26% das intenções de voto. A petista Candisse Carvalho tem apenas 1%, de acordo com pesquisa do Real Time Big Data encomendada pela Record.

Na disputa em Curitiba, PT e PL não vão encabeçar chapas. A sigla de Lula apoia o deputado Luciano Ducci (PSB) e o partido de Bolsonaro, o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD). Segundo o Paraná Pesquisas, Pimentel lidera com 22,9%, ante 13,1% de Ducci.

Recife

Do lado do petista, a vantagem do pré-candidato do presidente é observada no Recife, onde o prefeito João Campos (PSB) tentará a reeleição com apoio do PT. Campos registrou 57,3% das menções, ante 21,4% do bolsonarista Gilson Machado (PL), conforme levantamento Atlas Intel/CNN de 26 de abril.

No Rio, o prefeito Eduardo Paes lidera a disputa, segundo pesquisa Quaest de 18 de junho. Paes é a aposta de Lula para enfrentar o deputado Alexandre Ramagem (PL), pré-candidato da família Bolsonaro. Paes tem 51% das intenções de voto e Ramagem, 11%.

Na capital gaúcha, levantamento Atlas/Intel apontou a deputada Maria do Rosário (PT) com 30%, seguida do prefeito Sebastião Melo (MDB), aliado de Bolsonaro, que registrou 25%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O governo Donald Trump informou que a Universidade de Harvard não poderá receber novos subsídios federais para a pesquisa até cumprir com as exigências, que colocaram a universidade mais rica e prestigiada o país em rota de colisão com a Casa Branca.

O bloqueio foi comunicado em carta enviada pelo Departamento de Educação ao reitor da universidade e confirmado em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 5. O representante do departamento disse à imprensa que Harvard não receberá novos subsídios federais até que "demonstre uma gestão responsável da universidade" e atenda às exigências do governo.

A Casa Branca já havia congelado US$ 2,2 bilhões em subsídios federais destinados à universidade. Em outra frente, Trump pressiona para que Harvard perca o seu status de isenção fiscal enquanto tenta forçar a instituição de ensino a atender suas demandas.

A carta foi a primeira resposta significativa do governo desde que Harvard entrou com ação judicial na tentativa de impedir o corte bilionário de verbas. "Esta carta é para informá-lo de que Harvard não deve mais buscar subsídios do governo federal, pois nenhum será fornecido", escreveu a secretária da Educação Linda McMahon ao reitor Alan Garber.

O documento estipula que Harvard deve abordar preocupações relacionadas ao antissemitismo no campus; revisar políticas raciais; e responder a queixas de que teria abandonado a busca pela "excelência acadêmica" ao empregar relativamente poucos professores conservadores, segundo a visão do governo.

Representantes de Harvard não responderam imediatamente ao pedido de comentário.

A ameaça sugere que o governo pode estar alterando ou reforçando suas táticas contra as universidades. Inicialmente, a Casa Branca havia retirado subsídios existentes - medida drástica, mas que deixa margem para contestações na Justiça, como no caso de Harvard.

Representantes do setor em todo país tem expressado de forma reservada preocupações com uma campanha mais ordenada de pressão sobre as universidades, que seria mais difícil de reverter nos tribunais.

O embate com Harvard começou quando o governo Donald Trump enviou, no mês passado, um série de exigências à universidade. A lista incluía a obrigatoriedade de relatar ao governo federal quaisquer estudantes internacionais acusados de má conduta e a nomeação de um supervisor externo para garantir que os departamentos acadêmicos fossem "diversos em termos de pontos de vista".

A universidade se negou a cumprir as demandas da Casa Branca e denunciou uma tentativa de interferir na liberdade acadêmica. Na ação judicial, Harvard acusou o governo Donald Trump de tentar exercer um "controle inédito e indevido".

No ano fiscal de 2024, os recursos federais para pesquisa representaram cerca de 11% do orçamento de Harvard - aproximadamente US$ 687 milhões. Embora o fundo patrimonial da universidade ultrapasse os US$ 53 bilhões, grande parte desse valor é restrito, o que limita como a instituição pode utilizá-lo.

O congelamento duradouro dos novos subsídios poderia causar um caos financeiro para Harvard, que já está elaborando planos de contingência e buscando captar recursos no mercado de títulos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A primeira-ministra da província canadense de Alberta, Danielle Smith, disse que realizará um referendo no próximo ano que poderá incluir uma votação sobre a separação do Canadá.

Smith afirmou que não apoia a separação no site do governo da província e em sua página no Facebook, mas acrescentou que, caso os cidadãos de Alberta reúnam as assinaturas necessárias, uma pergunta sobre a separação poderá fazer parte da votação de 2026. "Nosso governo respeitará o processo democrático", enfatizou ela.

Seus comentários são a mais recente investida da província produtora de petróleo e gás depois que os liberais federais conquistaram um quarto mandato na eleição de 28 de abril. Smith, os líderes empresariais e os cidadãos de Alberta estão profundamente frustrados com a política ambiental da última década, que, segundo eles, prejudicou as perspectivas econômicas da província. As medidas incluem a proibição de navios-tanque que transportam petróleo bruto para o noroeste da Colúmbia Britânica, um limite para as emissões de carbono do setor de energia e um processo de avaliação ambiental mais rigoroso.

Ela disse que teve uma conversa telefônica construtiva nos últimos dias com o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, mas "até que eu veja provas tangíveis de mudanças reais, Alberta tomará medidas para se proteger melhor de Ottawa".

Uma porta-voz de Carney não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo, 4, que instruiu seu governo a reabrir e expandir a notória prisão de Alcatraz, que foi fechada em 1963 e se tornou um ponto turístico na Califórnia.

"Por muito tempo, os Estados Unidos foram atormentados por criminosos cruéis, violentos e reincidentes, a escória da sociedade, que nunca contribuirão com nada além de miséria e sofrimento. Quando éramos uma nação mais séria, no passado, não hesitávamos em prender os criminosos mais perigosos e mantê-los longe de qualquer pessoa que pudessem prejudicar. É assim que deve ser", disse Trump, em uma publicação na plataforma Truth Social.

"É por isso que, hoje, estou instruindo o Departamento de Prisões, juntamente com o Departamento de Justiça, o FBI e a Segurança Interna, a reabrir uma prisão de Alcatraz substancialmente ampliada e reconstruída, para abrigar os criminosos mais cruéis e violentos dos Estados Unidos", escreveu o presidente americano, acrescentando: "A reabertura de Alcatraz servirá como um símbolo de Lei, Ordem e justiça."

A ordem foi emitida em um momento em que Trump vem enfrentando conflitos com os tribunais ao tentar enviar membros de gangues acusados ??para uma prisão notória em El Salvador, sem o devido processo legal. Trump também já sinalizou que poderia enviar cidadãos americanos para El Salvador.

Trump também ordenou a abertura de um centro de detenção na Baía de Guantánamo, em Cuba, para abrigar até 30 mil detentos que ele rotulou como os "piores criminosos estrangeiros".

Prisão

Alcatraz, hoje uma atração turística, fechou em 1963 devido aos altos custos operacionais após apenas 29 anos de operação, de acordo com o Departamento de Prisões dos EUA, porque tudo, de combustível à comida, tinha que ser trazido de barco.

Localizada a dois quilômetros da costa de São Francisco e com apenas 336 prisioneiros, a prisão abrigou vários criminosos notórios, incluindo o chefe da máfia da época da Lei Seca, Al Capone, e foi palco de muitas tentativas de fuga incríveis dos presos.

36 homens tentaram 14 fugas diferentes da prisão, segundo o FBI. Quase todos foram capturados ou não sobreviveram à tentativa.

O local ficou conhecido pelo filme "Alcatraz: Fuga Impossível", longa de 1979 que é protagonizado por Clint Eastwood. O filme conta a história de três prisioneiros que conseguiram fugir de Alcatraz.

Um porta-voz do Departamento de Prisões dos EUA disse em um comunicado que a agência "cumprirá todas as ordens presidenciais".

Atualmente, o Departamento de Prisões tem 16 penitenciárias que desempenham as mesmas funções de alta segurança de Alcatraz, incluindo sua unidade de segurança máxima em Florence, no Colorado, e a penitenciária dos EUA em Terre Haute, em Indiana. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)