Lula diz não ter 'receio' de etarismo e fala em disputar a reeleição para 'derrotar o fascismo'

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira, 2, que, no caso de concorrer à reeleição em 2026, não terá receio de sofrer discriminação por conta da idade. Lula tem 78 anos e, em 2026, completará 81 anos durante a campanha eleitoral. Esta é a idade atual de Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, que foi criticado pelo desempenho no debate contra Donald Trump, seu adversário na eleição presidencial americana.

Os críticos de Biden atribuíram os erros do presidente no debate à idade avançada do mandatário, pressionando para que ele renunciasse da pré-campanha à reeleição. Questionado sobre o tema, Lula criticou esta posição e considerou que só Joe Biden pode saber se deve ou não concorrer a um novo mandato.

"Somente o Biden pode dizer se ele pode concorrer ou não. Eu não tenho condições de dar palpite", comentou Lula em entrevista à emissora baiana Rádio Sociedade. Sobre a eleição presidencial no Brasil em 2026, disse "não ter esse receio (de sofrer etarismo)".

Lula comentou a performance de Biden no debate, admitindo ter sido "mais lenta" que Trump. O ex-presidente americano, por sua vez, "foi mais agressivo, mas (também) mais mentiroso", assim como "o seu adversário" no Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"(Trump) É como meu adversário: ele não tinha nenhum compromisso com nenhuma a verdade. Qualquer bobagem, abria a boca, era como se fosse uma latrina, está lá falando bobagem, e não tem respeito pelo povo", criticou o petista.

Lula voltou a dizer que só concorrerá a um novo mandato caso não haja mais ninguém habilitado a "derrotar o fascismo" no pleito. "Do ponto de vista da saúde, eu me sinto menino", disse o petista. "Você pode perguntar para a Janja."

Há duas semanas, o presidente afirmou, em entrevista ao Jornal da CBN, que ser candidato não era "primeira hipótese". "Tem muita gente boa para ser candidato, não preciso ser", disse. Por outro lado, também acrescentou que se apresentaria ao pleito "para evitar que trogloditas voltem a governar".

"Não permitirei que o Brasil seja novamente governado por negacionista", sugeriu, minimizando o fator da idade avançada. Para Lula, seus 81 anos em 2026 serão "o auge da sua vida".

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.