Bolsonaristas atuam por Pablo Marçal mesmo após Bolsonaro fechar aliança com Ricardo Nunes

Política
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Bolsonaristas insatisfeitos com o apoio a Ricardo Nunes (MDB) têm ajudado nos bastidores a pré-campanha de Pablo Marçal (PRTB), visto como alguém mais próximo das pautas defendidas pelo grupo do que o atual prefeito de São Paulo. A aliança foi forjada após o emedebista aceitar o coronel da reserva Ricardo de Mello Araújo (PL) como vice em sua chapa, indicação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nos bastidores, o deputado federal Ricardo Salles (PL) é apontado como o principal interlocutor de Marçal junto a militantes, lideranças bolsonaristas, empresários e jornalistas. Publicamente, o influenciador nega, assim como Salles, que afirma que permanecerá neutro na eleição e que não tem contato com Marçal, com exceção da participação em um podcast no início do mês.

O ex-ministro do Meio Ambiente chegou a se colocar como pré-candidato a prefeito em duas ocasiões, mas recuou após ficar claro que Bolsonaro e o PL apoiariam Nunes. "Essa informação não está correta. Não tenho feito interlocução nenhuma nem encontro com nenhum jornalista", disse Salles ao Estadão após ser questionado sobre o tema

A entrada de Marçal na disputa eleitoral pressionou Nunes a aceitar a indicação de Mello Araújo como vice, o que o prefeito resistia a fazer e, sob esse ponto de vista, beneficiou Bolsonaro. A campanha do emedebista teme o avanço do coach sobre eleitores bolsonaristas e, por isso, decidiu selar a parceria com o ex-presidente.

Por outro lado, aliados de Bolsonaro passaram a enxergar Marçal com desconfiança e avaliam que há possibilidade dele atrapalhar os planos do grupo em São Paulo caso decida se candidatar ao Senado em 2026 - o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) é um dos mais cotados para concorrer às duas vagas em disputa.

Marçal fez elogios ao deputado federal durante participação no podcast Bradock Show, no dia 11 de junho, e disse que Salles era que tinha que ter se candidato a prefeito. "Eu acredito que ainda é um erro grave do Bolsonaro, eu sei que ele não quer apoiar o Nunes, mas por força da palavra do partido, ele vai seguir naquilo. É um completo erro não ter um candidato de direita, porque o Nunes não é de direita", disse o influenciador

A declaração ocorreu após Marçal ser questionado por Salles por se classificar como "governalista" e dizer que não é nem de direita e nem de esquerda. De acordo com o ex-ministro, quem evita se posicionar politicamente ou é de esquerda ou não sabe o que fará na política.

"Eu vou seguir seu conselho, que sua pergunta tem um conselho embutido. Você falou que ninguém que seguiu isso deu certo. E eu não quero ser o primeiro cara a desafiar você e falar que vai dar certo", respondeu Marçal.

Outro bolsonarista que ajuda o influenciador, mas abertamente, é Filipe Sabará (Republicanos). Ele deixou a presidência do Conselho do Fundo Social, comandado pela primeira-dama do Estado de São Paulo, Cristiane Freitas, para atuar como coordenador do programa de governo de Marçal.

Sabará almeja ser o vice na chapa do empresário e tentará convencer o Republicanos, partido ao qual está filiado, a romper com Nunes e apoiar Marçal. A tarefa é improvável, pois o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não abre mão do apoio ao prefeito.

A deputada estadual Dani Alonso (PL) também já expressou sua preferência por Marçal, de quem é amiga. Porém, ela recuou e tem dito que seguirá o determinado por Bolsonaro. A parlamentar publicou uma foto com o influenciador com a pergunta: "Quem será o próximo prefeito de São Paulo?". A imagem repercutiu e a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, respondeu: "Ricardo Nunes".

Dani Alonso também revelou nas redes sociais que Marçal iria à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para conversar com os deputados estaduais. O encontro com a bancada do PL foi desautorizado publicamente por Bolsonaro, mas mesmo assim o empresário foi à sede do Legislativo estadual.

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A comitiva de autoridades que acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem à Rússia contará com a participação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e do vice-presidente da Câmara Elmar Nascimento (União-BA). Além disso, também contará com os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, e o assessor-chefe da Assessoria Especial, embaixador Mauro Vieira, de acordo com lista divulgada pelo Palácio do Planalto.

Esta será a terceira viagem feita por Lula da qual Alcolumbre participará. Os dois já estiveram juntos na comitiva que viajou ao Japão, em março, e à Itália para o velório do papa Francisco, em abril.

O início da viagem está previsto para esta terça-feira, 6, à noite, quando Lula partirá de Brasília às 22h rumo a Casablanca. A chegada do chefe do Executivo brasileiro à Rússia é esperada para quarta-feira, 7.

No país, o petista participará da celebração dos 80 anos do "Dia da Vitória", quando os russos celebram a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na segunda guerra mundial. Ainda, terá encontros bilaterais com o presidente Vladimir Putin e com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico.

Na reunião com Putin, Lula deve fazer uma menção à questão da necessidade de reequilibrar a balança comercial entre Brasil e Rússia. "Nós importamos dois produtos que são fundamentais, fertilizantes são fundamentais até para o nosso setor exportador, e diesel também, mas nós queremos ampliar as nossas exportações para a Rússia", disse o secretário de Ásia e Pacífico, embaixador Eduardo Paes Saboia.

O ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Asif, alertou nesta terça-feira, 6, para um possível conflito "inevitável" com a Índia, motivado pela disputa por recursos hídricos e por um ataque que matou sete soldados paquistaneses e foi atribuído por autoridades paquistanesas aos indianos. As informações são da imprensa local.

Segundo um canal de TV do país, Asif afirmou que um confronto com a Índia está próximo. "Foi dito no briefing de hoje que a agressão da Índia é esperada", declarou. Ele também teria ameaçado retaliar caso o governo indiano bloqueie o fluxo de água destinado ao Paquistão.

"Se os governantes indianos tentarem bloquear a água do Paquistão, eles vão se afogar nela", disse Asif, segundo a mídia local. O ministro ainda teria afirmado que o país está pronto para destruir qualquer estrutura construída pela Índia no rio Indo.

As declarações vieram poucas horas após um atentado no sudoeste do Paquistão. Uma bomba caseira atingiu um veículo militar no distrito de Kachhi, matando sete soldados. O Exército paquistanês responsabilizou o grupo armado Baloch Liberation Army (BLA), que, segundo o Paquistão, teria ligações com a Índia, que nega. A Al Jazeera observou que não há evidências públicas dessa conexão, e nem o BLA nem o governo indiano comentaram as acusações.

O presidente Asif Ali Zardari e o primeiro-ministro Shehbaz Sharif condenaram o ataque e elogiaram o sacrifício das forças de segurança. A tensão aumentou ainda mais depois que o premiê indiano, Narendra Modi, anunciou que a Índia passará a reter águas antes compartilhadas com o Paquistão. "Antes, a água da Índia também ia para fora. Agora, a água da Índia fluirá para sua parte... e será utilizada pela própria Índia", disse Modi, segundo a Reuters.

O Paquistão já havia advertido que qualquer interferência em seus rios seria vista como um "ato de guerra", conforme reportou a France 24. O tratado de 1960, que garantia ao Paquistão o uso de 80% da água para fins agrícolas, foi suspenso por Nova Délhi após um ataque terrorista na Caxemira indiana, atribuído a militantes ligados ao Paquistão.

*Com informações da Associated Press

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, conversou por telefone nesta terça-feira, 6, com o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e os líderes discutiram aspectos da situação atual no Oriente Médio, além de "algumas questões bilaterais urgentes", de acordo com uma mensagem russa enviada via Telegram.

Hoje, o líder russo também conversou com o presidente da República Islâmica do Irã, Masoud Pezeshkian, sobre questões relativas ao desenvolvimento da cooperação entre os dois países com base no Tratado Bilateral de Parceria Estratégica Abrangente, assinado durante uma visita oficial do presidente iraniano à Rússia em 17 de janeiro.

"Foi dada especial atenção à expansão de laços mutuamente benéficos no comércio e na economia, inclusive por meio da implementação de importantes projetos conjuntos em transporte e energia", mencionou outra nota do governo russo no Telegram.

"Os líderes trocaram opiniões sobre questões internacionais e regionais urgentes, incluindo o andamento das negociações entre o Irã e os EUA sobre o programa nuclear iraniano, que estão sendo mediadas por Omã", acrescenta a nota, que menciona a disposição russa para facilitar o diálogo e alcançar o acordo "justo, baseado nos princípios do direito internacional".