O Brasil Fala traz ao País projeto que aprofunda debate político

Política
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Depois de passar por 14 países, o projeto My Country Talks chegou ao Brasil, no dia 21 de junho, com o objetivo de promover conversas entre indivíduos com visões de mundo opostas. A iniciativa parte da premissa de que o diálogo entre pessoas com pensamentos distintos é capaz de aumentar a tolerância, especialmente em um momento em que as redes sociais isolam as pessoas em bolhas digitais.

Sob o título de O Brasil Fala, a versão nacional de My Country Talks será executada no país pelo Instituto Sivis, sob orientação de pesquisadores da Universidade Stanford. O Estadão, a revista Carta Capital, o jornal Gazeta do Povo e o site jurídico Jota são os veículos apoiadores da iniciativa, que também tem suporte do instituto RenovaBR. "Nossa proposta é promover uma alternativa focada na construção e no diálogo, em vez de destruição ou diminuição do outro lado", disse o diretor de Relações Institucionais do Instituto Sivis, Jamil Assis.

O projeto espera contar com a participação de 10 mil brasileiros dispostos a conversar de forma online com pessoas com posições políticas antagônicas às suas.

De 2017 a 2024, a iniciativa contou com participantes de mais de 100 nacionalidades diferentes e promoveu 90 mil conversas entre opositores políticos. Em 2023, a edição online The World Talks conectou 3 mil pessoas de 116 países para debater mudanças climáticas e imigração.

Edições locais também ocorreram nos seguintes países: Argentina, Áustria, República Checa, Alemanha, Itália, Países Baixos, Noruega, Polônia, Suécia, Suíça, Reino Unido, Ucrânia, Estados Unidos e Tailândia.

Assim como a versão brasileira, a edição estadunidense do My Country Talks ocorreu em ano eleitoral. Em 2022, nas eleições de meio de mandato, norte-americanos com posições políticas opostas encontraram-se para conversar sobre suas visões de mundo. O jornal USA Today, então parceiro de mídia do projeto, publicou reportagem sobre os encontros. Em um desses textos, é apresentada a amizade criada por simpatizantes de dois partidos minoritários e de polos opostos.

Segundo Sara Cooper, que está à frente do My Country Talks, nove em cada dez participantes do projeto afirmaram que participariam de outra edição. Além disso, mais de 80% ficaram satisfeitos com suas conversas e mais de 60% disseram que manteriam contato com seu parceiro.

Também foi perguntado aos participantes se seu parceiro os surpreendeu ou se mudou sua opinião sobre algum tópico, e 55% responderam que sim. "Embora não seja nosso objetivo mudar a opinião de alguém, isso é um bom sinal da abertura e da atitude construtiva que as pessoas trazem para essas conversas", acrescentou.

Com base nos formulários da versão alemã do My Country Talks, pesquisadores das universidades Stanford e Harvard ainda concluíram que as conversas promovidas pelo projeto reduziram de forma significativa a falta de disposição para o diálogo entre os participantes do evento.

My Country Talks surgiu na Alemanha em 2017, em um período em que a política mudou. Naquele ano, o republicano Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos, o Reino Unido deixou a União Europeia e partidos de extrema-direita estavam alcançando um apoio histórico por toda Europa.

Os jornalistas do Zeit Online, de Hamburgo, procuravam uma forma de auxiliar os leitores a romperem com suas bolhas digitais e estabelecer um espaço para o diálogo saudável entre pessoas com visões de mundo diferentes. Surgiu então a ideia do My Country Talks, que consistia em fazer algumas perguntas de "sim ou não" aos leitores sobre questões políticas e em seguida emparelhar pessoas com opiniões divergentes para uma conversa cara a cara.

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Conhecido por seu governo limpo e eficaz, o PAP é visto como símbolo de estabilidade e prosperidade. Embora uma vitória esteja praticamente garantida, o apoio ao partido tem diminuído devido ao descontentamento com o controle estatal e o alto custo de vida. A crescente desigualdade de renda, a dificuldade de acesso a moradias, a superlotação causada pela imigração e as restrições à liberdade de expressão também desgastaram a popularidade do partido.

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