Tarcísio estima economia de R$ 1,7 bi por ano com auditoria de aposentadorias e prova de vida

Política
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O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nesta quinta-feira, 23, que auditoria realizada pelo governo de São Paulo no pagamento de benefícios previdenciários identificou irregularidades que podem resultar na economia de R$ 500 milhões por ano. Ele também estima economia de R$ 1,2 bilhão anuais porque 24 mil servidores públicos não realizaram a prova de vida no prazo determinado pelo governo.

Como antecipou o Estadão, o governo lançou o plano "São Paulo na Direção Certa", que tem como eixo o corte de gastos com a máquina pública para aumentar o espaço destinado aos investimentos. Decreto publicado no Diário Oficial deu as diretrizes para que o Estado realize a avaliação de benefícios fiscais concedidos à empresas, a renegociação da dívida com a União, a extinção de órgãos públicos e corte despesas com custeio e pessoal.

Não há uma estimativa de qual será o impacto total do programa nos cofres públicos, pois a maioria das medidas ainda está em fase de estudos técnicos, que devem ser finalizados em até 90 dias.

Algumas ações, contudo, como a auditoria e a prova de vida, já começaram a ser implementadas. "São contas importantes que, no final, vão aumentando nosso fôlego para fazer investimentos. A ideia é reduzir custeio e o tamanho do Estado", disse o governador em entrevista coletiva.

As medidas de mais impacto são a revisão dos incentivos fiscais - entre R$ 15 bi a R$ 20 bi em aumento de arrecadação por ano - e a renegociação do indexador da dívida, que nos cálculos do governo pode reduzir em R$ 4 bilhões o valor pago à União a cada ano.

O governo, porém, ainda não tem estimativas da economia com cortes em itens de custeio, como gastos com passagens aéreas, horas extras e serviços de limpeza, vigilância e impressão. Tarcísio também coloca ênfase na extinção de órgãos públicos e na venda de imóveis do Estado. Porém, essas medidas terão que ser aprovadas pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

"O que a gente sente na Alesp é um compromisso muito forte com a situação fiscal. É uma Assembleia que caminha na direção certa, que tem a visão correta. Quando a gente conversa sobre uma agenda mais liberal, isso tem reverberado muito bem porque temos parlamentares extremamente preparados", afirmou o chefe do Executivo.

Governador exonera secretário

Além do decreto com as diretrizes do plano "São Paulo na Direção Certa", Tarcísio também publicou no Diário Oficial desta quinta-feira a exoneração de Lucas Ferraz. O secretário de Relações Internacionais estava na berlinda há cerca de um ano.

A pasta comandada por Ferraz disse em abril de 2023 que representantes da estatal ucraniana de aviação Antonov demonstraram interesse em investir US$ 50 bilhões no Estado, mas teriam recuado devido a declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a guerra na Ucrânia.

A Antonov, porém, negou a informação à época e disse que não tinha representantes no Brasil, o que levou ministros do governo petista a acusar o governo Tarcísio de espalhar fake news.

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A Autoridade Marítima e Portuária (MPA, na sigla em inglês) de Cingapura afirmou na noite de ontem que acionou medidas para tratar um derramamento de óleo no Terminal de Pasir Panjang. O incidente ocorreu na sexta-feira, devido a uma colisão de um barco em um navio de abastecimento de combustível.

"O derramamento de óleo do navio foi contido e não houve mais vazamentos desde a noite de sexta-feira no fuso horário de Cingapura. O óleo que escapou do tanque danificado foi tratado com dispersantes", afirma a MPA, em nota.

Devido à corrente de maré, o óleo tratado chegou às margens, incluindo Sentosa, Reserva Natural de Labrador, Ilhas do Sul, Marina South Pier e East Coast Park. Não há sinais de mancha de óleo dentro do Sisters' Islands Marine Park, mas foi observado brilho de óleo nas águas ao redor. Para facilitar os esforços de limpeza, algumas praias da região serão fechadas até novo aviso.

Segundo a autoridade, 18 embarcações de resposta foram mobilizadas para realizar os esforços de contenção e limpeza no mar. Quase 1500 metros de barreiras de contenção foram mobilizados e mais serão instalados nos próximos dias para evitar a propagação adicional de óleo para a costa e facilitar a recuperação do óleo preso na costa e as lagoas afetadas.

A Autoridade Marítima e Portuária de Singapura (MPA) diz ainda que notificou agências, incluindo a Agência Nacional de Meio Ambiente (NEA), o Conselho de Parques Nacionais (NParks) e a Corporação de Desenvolvimento de Sentosa, sobre o incidente.

O exército de Israel anunciou neste domingo, 16, que vai interromper os combates durante o dia ao longo de uma rota no sul da Faixa de Gaza para liberar um acúmulo de entregas de ajuda humanitária destinada aos palestinos, no que chamou de "pausa tática na atividade militar".

O novo arranjo visa a reduzir a necessidade de coordenar as entregas, oferecendo uma janela ininterrupta de 11 horas por dia para que os caminhões entrem e saiam da passagem. O órgão descreveu em um comunicado que "uma pausa tática local da atividade militar para fins humanitários ocorrerá das 8h às 19h diariamente até novo aviso".

O movimento tem como objetivo permitir que os caminhões de ajuda cheguem à passagem de Kerem Shalom, controlada por Israel, e viajem com segurança para a rodovia Salah a-Din, a principal estrada norte-sul, disseram os militares. A passagem tem sofrido um gargalo desde que as tropas terrestres israelenses se mudaram para Rafah no início de maio.

A "pausa tática" anunciada pelos militares, que se aplica a cerca de 12 quilômetros de estrada na área de Rafah, fica muito aquém de um cessar-fogo completo no território sitiado, que tem sido buscado pela comunidade internacional, incluindo o principal aliado de Israel, os Estados Unidos. Se for mantida, a interrupção limitada dos combates poderá ajudar a atender a algumas das necessidades urgentes dos palestinos, que aumentaram ainda mais nas últimas semanas com a incursão de Israel em Rafah.

O COGAT, órgão militar israelense que supervisiona a distribuição de ajuda em Gaza, disse que a rota aumentaria o fluxo de ajuda para outras partes de Gaza, incluindo Khan Younis, Muwasi e Gaza central. O norte de Gaza, duramente atingido, que foi um dos primeiros alvos da guerra, está sendo servido por mercadorias que entram por uma passagem ao norte.

Os militares disseram que a pausa ocorreu após discussões com as Nações Unidas e agências de ajuda internacional. As agências de ajuda, incluindo a ONU, não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

Grupos humanitários estão alertando para uma grave falta de alimentos e outros bens essenciais no território palestino sitiado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que mais de 8 mil crianças com menos de cinco anos de idade foram tratadas com desnutrição aguda em Gaza.

Mediadores internacionais pressionaram Israel e o grupo terrorista Hamas a aceitarem um acordo de trégua apresentado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, para permitir uma troca de reféns por prisioneiros e aumentar a entrega de ajuda, mas as negociações estagnaram.

O vice-diretor executivo do Programa Alimentar Mundial, Carl Skau, afirmou que "com a anarquia na Faixa (...) e o conflito ativo, tornou-se quase impossível entregar o nível de ajuda que atenda às crescentes demandas".

(Com agências internacionais)

A Rússia disse que suas forças de segurança invadiram um centro de detenção na cidade de Rostov do Don e mataram seis homens ligados ao Estado Islâmico que haviam feito dois guardas reféns. O levante ocorreu menos de três meses depois de o grupo militante realizar um ataque terrorista mortal em uma sala de concertos em Moscou.

A operação para libertar os reféns aconteceu no início deste domingo, depois que seis prisioneiros derrubaram as telas das janelas de suas celas e se abaixaram usando cordas do quarto andar da prisão, localizada próxima à fronteira da Rússia com a Ucrânia.

O incidente ameaça corroer ainda mais a narrativa do presidente russo, Vladimir Putin, de que sua invasão à Ucrânia melhorou a segurança da Rússia ao atingir seus adversários no Ocidente. Após o ataque à sala de concertos em março, especialistas em segurança argumentaram que a guerra drenou os recursos da Rússia e distraiu as forças de segurança do combate a ameaças internas.