Empresa capixaba é condenada por assédio eleitoral e deve pagar R$ 100 mil a funcionários

Política
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Uma empresa do sul do Espírito Santo foi condenada a pagar R$ 100 mil por danos morais coletivos por praticar assédio eleitoral durante o pleito de 2022. Segundo investigação da Procuradoria do Trabalho no município de Cachoeiro de Itapemirim, a instituição do setor de rochas ornamentais recebeu, nas instalações, candidatos do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e, posteriormente, coagiu os funcionários a participarem de manifestação contra a eleição do presidente Luiz Inácio lula da Silva (PT).

Com o objetivo de influenciar politicamente os trabalhadores, Magno Malta e Júnior Correa, à época candidatos do Estado, respectivamente, ao Senado e à Câmara dos Deputados pelo Partido Liberal, foram recebidos para realizar campanha no interior da empresa. O Estadão procurou os atuais senador e vereador do Espírito Santo, mas não obteve resposta.

Além disso, de acordo com a denúncia do Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Rochas Ornamentais no Espírito Santo (Sindimármore) que deu início às apurações, passado o pleito, a organização ainda disponibilizou um ônibus para garantir a presença dos funcionários no ato realizado contra o resultado das urnas no trevo de Safra.

Conforme os depoimentos orais citados na decisão, "tanto os colhidos pelo Juízo", quanto os obtidos pelo Ministério Público do Trabalho "nos autos do inquérito civil", a empresa não só garantiu o transporte para que "os trabalhadores pudessem participar das manifestações ocorridas nos dias 1 e 2 de novembro de 2022", como também "não descontou o dia de trabalho dos empregados que foram" aos atos.

De acordo com o relatório que levou ao acórdão, "a partir do momento em que o empregador leva políticos para dentro da empresa para se apresentar e fazer campanha, no momento em que conduz empregados em ônibus fretados para movimentos políticos e ainda abona o dia, é óbvio que pretende influenciar a opção política dos empregados que se traduz no voto".

Por isso, entendendo a necessidade de proteger os colaboradores e proibir a empresa de induzir, pressionar ou aliciar novamente os empregados, a decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 17ª Região também impôs o pagamento de multa de R$ 10 mil por ato de descumprimento, valor que será revertido para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Ainda, o Tribunal destacou a importância da intervenção ministerial para garantir a igualdade de condições entre os candidatos em eleições futuras e evitar a intimidação e constrangimento dos trabalhadores, afinal, "não há paridade de forças entre empregado e empregador".

Segundo a decisão, "é inocência ignorar que há várias formas de pressão e acatar a tese de que, num ambiente como o ofertado pela (empresa) ré, os empregados não se sentissem no mínimo constrangidos com a insistência de promoção da ideologia do empregador".

Antes de ser condenada, à época das apurações a organização se recusou a celebrar um acordo, o chamado Termo de Ajuste de Conduta, e ofereceu valor desproporcional à gravidade da lesão aos direitos dos trabalhadores. Assim, foi necessário o ajuizamento de Ação Civil Pública para garantir a reparação dos danos morais coletivos.

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta segunda-feira, 20, que o pedido do procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) para obter mandados de detenção contra líderes israelenses é "ultrajante". Em comunicado, o líder democrata disse ainda que não há equivalência - nenhuma - entre Israel e o Hamas. "Estaremos sempre ao lado de Israel contra ameaças à sua segurança", concluiu. Mandados de prisão para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e para o líder do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, foram solicitados ao tribunal nesta segunda.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, também chamou o pedido de ultraje. "Instruí a criação imediata de um centro de comando especial no Ministério das Relações Exteriores, com todas as entidades profissionais, destinado a lutar contra a decisão que visa principalmente acorrentar as mãos de Israel e impedi-lo de exercer o seu direito à autodefesa. Pretendo falar com os ministros das Relações Exteriores dos principais países em todo o mundo para instá-los a se opor à decisão do procurador e declarar que, mesmo que sejam emitidos mandados, não pretendem aplicá-los contra os líderes israelenses", afirmou ainda em uma postagem na rede social X.

Já a ministra das Relações Exteriores da Bélgica, Hadja Lahbib, usou a mesma rede social para afirmar que o país apoia a decisão. "Os crimes cometidos em Gaza devem ser processados ao mais alto nível, independentemente dos autores", afirmou.

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, reagiu no X (ex-Twitter) após ser alvo de ataque do presidente da Argentina, Javier Milei, que qualificou a mulher do líder espanhol como "corrupta" durante evento em Madri, no domingo. Segundo Sánchez, os dois países são irmãos e entre governos "os afetos são livres, mas o respeito é irrenunciável".

"Quem falou ontem não fez isso em nome do grande povo argentino", afirmou o premiê espanhol. Ele disse ainda que atua para defender as instituições espanholas dos "insultos e difamações de líderes estrangeiros", e acrescenta que, para além da ideologia, está a educação e o patriotismo. A Espanha convocou sua embaixadora em Buenos Aires, uma sinalização de protesto diplomático.

Em outra postagem na mesma rede, Sánchez disse que reitera seu pedido ao mundo empresarial para defender a democracia e os valores humanistas. "Defendamos nossa democracia, nosso modelo de bem-estar, a justiça social que a Europa encarna", afirmou. "Defendamos um modelo de sucesso como o da Espanha, frente ao retrocesso dos reacionários", acrescentou.

O Departamento de Estado americano divulgou nota nesta segunda, 20, no qual envia as "condolências oficiais" dos Estados Unidos pela morte do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, do ministro das Relações Exteriores, Amir-Abdollahian, e outros membros da delegação deles em um acidente de helicóptero no noroeste do Irã.

"Enquanto o Irã seleciona um novo presidente, reafirmamos nosso apoio ao povo iraniano e à luta dele por direitos humanos e liberdades fundamentais", afirma o breve comunicado.