'Encaminhamos à Casa Civil 2 projetos sobre dívida do RS e crédito subsidiado à população', diz Haddad

Política
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que pasta encaminhou na terça-feira, 7, à Casa Civil dois projetos de lei como parte das medidas para socorrer o Rio Grande do Sul. A expectativa é que eles sejam submetidos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quarta-feira, 8. Uma das propostas se debruça sobre o tratamento especial da dívida do Estado com a União, já que o governo estadual pede a suspensão dos pagamentos em razão da tragédia que atingiu as cidades gaúchas. Já o outro texto trata de crédito subsidiado para atender os atingidos pelas chuvas.

"Encaminhamos agora à Casa Civil dois projetos que vão ser submetidos a Lula amanhã e devem ser anunciados por ele", afirmou Haddad a jornalistas. Questionado se a suspensão do pagamento das dívidas do RS precisaria de alteração legal, o ministro respondeu que "possivelmente" sim, e que o assunto agora está sob análise da Casa Civil. A decisão será anunciada por Lula.

Já sobre o projeto de crédito, Haddad argumentou que a população gaúcha, especialmente de baixa renda, não terá condições de pagar os juros praticados pelo mercado. Por isso, o governo vai oferecer linhas de financiamento especiais, de longo prazo.

"O objetivo é que as pessoas vão ter que refazer suas vidas e não vão poder recorrer ao sistema bancário tradicional, sobretudo as pessoas de mais baixa renda, não vão ter condições de pagar os juros praticados no mercado, nem seria justo. É uma situação dramática, e o governo federal tem mecanismos que vão permitir linhas especiais de financiamento de longo prazo para que pessoas possam refazer suas vidas", disse o ministro, que contou ter conversado com o governador do RS, Eduardo Leite (PSDB), para esclarecer pontos das medidas que serão encaminhadas ao Congresso.

"E falei com o presidente Arthur Lira sobre os projetos. Congresso está 100% preparado para atender", afirmou. "Temos o tratamento da dívida, crédito, parte tributária já foi parcialmente resolvida, diferindo pagamento, e a questão da calamidade que permite aos ministérios atuarem imediatamente nas áreas afetadas. É um conjunto de medidas que fica pronto nesta semana. Os recursos já vão estar disponíveis, as emendas parlamentares também foram destinadas ao RS. São projetos estruturais e à altura do problema que estamos enfrentando", listou o ministro, acrescentando que tudo será feito com "critério e segurança".

Haddad disse ter conversado com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, sobre o assunto. "Troquei mensagens com o presidente do TCU, para que tenhamos transparência nos gastos, e controle para que o recurso efetivamente chegue a quem precisa", disse.

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O Departamento do Tesouro americano confirmou nesta quarta-feira, 30, a assinatura de um acordo para estabelecer o Fundo de Investimento para a Reconstrução da Ucrânia.

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"Como disse o Presidente, os Estados Unidos estão comprometidos em ajudar a facilitar o fim desta guerra cruel e sem sentido. Este acordo sinaliza claramente à Rússia que o Governo Trump está comprometido com um processo de paz centrado em uma Ucrânia livre, soberana e próspera a longo prazo", afirma o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, no comunicado.

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O Tesouro disse que tanto os Estados Unidos quanto o governo da Ucrânia estão ansiosos para operacionalizar rapidamente a parceria econômica histórica para os povos ucraniano e americano.

O acordo concederá aos EUA acesso privilegiado a novos projetos de investimento para desenvolver os recursos naturais ucranianos, incluindo alumínio, grafite, petróleo e gás natural, segundo informou a Bloomberg.

Acordo ocorre após semanas de negociações e tensões entre Washington e Kiev. Em 28 de fevereiro, o presidente e vice-presidente dos EUA, Donald Trump e JD Vance, discutiram, publicamente e em tom muito duro, com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em uma transmissão ao vivo do Salão Oval da Casa Branca. O encontro frustrou a expectativa de assinatura de um acordo na ocasião. Após a discussão, o presidente ucraniano deixou o local.

No último fim de semana, em encontro paralelo ao funeral do papa Francisco, em Roma, Trump e Zelensky tiveram uma reunião.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 30, que o chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), Elon Musk, "pode ficar o quanto quiser no governo" e que ele "tem ajudado o país de maneira tremenda, mas quer voltar para casa, para seus carros" na Tesla.

As declarações foram feitas durante uma reunião de gabinete com a equipe do governo republicano.

Trump também afirmou que Musk tem feito "sacrifícios" pelo país e voltou a agradecer ao CEO da Tesla. "Esse cara tem sido tratado de maneira muito maldosa ultimamente. Mas saiba que os americanos estão do seu lado", declarou.

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O Paquistão afirmou nesta quarta-feira, 30, que possui "informações confiáveis" de que a Índia planeja realizar um ataque militar no país nas próximas 24 a 36 horas "sob o pretexto de alegações infundadas e inventadas de envolvimento" e prometeu responder "com muita veemência".

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