Governo aciona PF para punir fake news sobre enchentes do RS

Política
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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu reprimir a disseminação de informação falsa sobre ações de ajuda às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Em reunião no Planalto nesta terça-feira, 7, ministros defenderam acionar a Polícia Federal para investigar os responsáveis. O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, chegou a dizer que é preciso prender os responsáveis.

O áudio do encontro entre ministros foi disponibilizado pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo. Nele foi possível ouvir Pimenta falando com colegas que estavam na reunião. Segundo o ministro, é preciso "botar para f... com os caras" que divulgam fake news. Um interlocutor da reunião então pergunta: "Mandar prendê-los?". Pimenta, então, responde: "Manda prender, não aguento mais fake news".

Já o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá pedir à Polícia Federal a responsabilização de pessoas que disseminem fake news em relação à tragédia decorrente das fortes chuvas no Rio Grande do Sul. Costa disse que acionou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que trate do assunto.

"Pedi que o ministro Lewandowski desse uma entrevista à imprensa anunciando que vai pedir à Polícia Federal que abra procedimento e que AGU [Advocacia-Geral da União], junto com o Ministério da Justiça, irá acionar os órgãos competentes para consequente ação judicial e de responsabilização dessas pessoas porque se trata de um crime absurdo", disse Rui Costa.

O anúncio ocorreu durante a 5ª reunião da Sala de Situação criada pela gestão federal para debater a situação no Estado nesta terça-feira, 7, no Palácio do Planalto.

De acordo com o chefe da Casa Civil, a divulgação de informações falsas acaba por dificultar as operações de resgate do governo federal. "Pessoas, políticos ou não, brincando, difundindo mentiras, calúnias", reclamou o ministro. "Se tem alguém difundindo mentiras e calúnia, isso dificulta a parte operacional."

Enquanto Rui falava na reunião, o ministro da Secom, Paulo Pimenta, comentou sobre o caso com colegas que estavam na reunião. Segundo Pimenta, é preciso "botar para f... com os caras" que divulgam fake news. Um interlocutor da reunião então pergunta: "Mandar prendê-los?". Pimenta, então, responde: "Manda prender, não aguento mais fake news".

Em outro momento, em uma parte com trechos inaudíveis, um participante da reunião fala em "bolsonaristas".

Ao Estadão/Broadcast, Pimenta disse que, "se estamos em uma 'guerra' para salvar vidas, quem age como traidor tem que ser tratado como traidor pois prejudica o trabalho de resgate e salvamento". "As Forças Armadas e equipes de resgate da Defesa Civil estão exausta de tanta fake news", acrescentou.

"Não podemos tolerar em um momento como esse a ação canalha dessa gente sem escrúpulos e sem respeito com a dor das pessoas", declarou.

O ministro comentou que, sobre a fala da reunião, estava se referindo a diversas situações, como estupros que estariam acontecendo em abrigos em municípios do Rio Grande do Sul. "Bandido é bandido, não importa se é parlamentar, empresário…", disse. Pimenta afirmou que irá assinar, nesta tarde, um documento para pedir que a Polícia Federal vá atrás dos disseminadores de fake news.

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O ministro federal da Informação do Paquistão, Attaullah Tarar, afirmou nesta quarta-feira (horário local), 7, que o país retaliou os recentes ataques da Índia e que três jatos e um drone indiano foram abatidos.

"A Índia realizou ataques covardes contra civis inocentes e mesquitas no Paquistão, desafiando a honra e o orgulho dessa nação. Agora, estejam preparados. Esta nação responsabilizará o inimigo por cada gota de sangue de seus mártires. As Forças Armadas estão dando uma resposta esmagadora, exatamente de acordo com os sentimentos do povo. A nação inteira está unida em orações e solidariedade aos nossos bravos oficiais e soldados", escreveu Tarar na rede X.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, condenou os ataques aéreos da Índia e disse o país "tem todo o direito de dar uma resposta firme" ao "ato de guerra imposto pela Índia".

*Com informações da Associated Press

A Índia anunciou nesta terça-feira, 6, o lançamento de mísseis contra nove alvos no Paquistão e na região da Caxemira após dias de tensões entre os dois países. As autoridades paquistanesas informaram que duas pessoas ficaram feridas e uma criança morreu.

O ataque escala as tensões entre os países vizinhos, que possuem armas nucleares.

As autoridades indianas informaram que os ataques foram direcionados contra "infraestruturas terroristas", em resposta ao ataque no território da Caxemira controlado pela Índia, que deixou 26 turistas hindus mortos no mês passado. O Paquistão prometeu retaliar.

A Índia culpa o Paquistão por apoiar grupos separatistas da Caxemira, uma região que é ocupada por Índia, Paquistão e China. Islamabad nega apoiar esses grupos.

Segundo o Ministério da Defesa da Índia, o ataque não teve nenhuma instalação militar do Paquistão como alvo. "Nossas ações foram focadas, comedidas e de natureza não escalonada", diz um comunicado. "A Índia demonstrou considerável contenção na seleção de alvos e no método de execução."

Os mísseis atingiram locais na Caxemira paquistanesa e na província de Punjab, no leste do país, de acordo com três autoridades de segurança paquistanesas. Um deles atingiu uma mesquita na cidade de Bahawalpur, em Punjab, e matou uma criança, além de deixar dois feridos.

Entenda as tensões atuais

No dia 22 de abril, um grupo armado atacou turistas na cidade de Pahalgam, na parte indiana da região, matando 25 indianos e 1 nepalês. O Paquistão negou envolvimento com o ataque, reivindicado por um grupo terrorista islâmico pouco conhecido chamado Frente de Resistência - que tinha hindus como alvo. A Índia acusa Islamabad de armar e abrigar o grupo. O Ministério da Defesa do Paquistão sugeriu que o ataque foi uma "operação de false flag".

No dia seguinte ao atentado, Nova Délhi expulsou diplomatas, suspendeu vistos e fechou fronteiras terrestres com o Paquistão. Islamabad respondeu suspendendo acordos bilaterais, fechando fronteira e espaço aéreo a companhias indianas, e impondo sanções comerciais.

Desde 24 de abril há registros de trocas diárias de tiros na Caxemira e ambos os exércitos estão em alerta máximo. Apesar dos arsenais nucleares, a tendência é que nenhum lado acione armas atômicas a menos que esteja encurralado. Mas mesmo confrontos convencionais poderiam ser devastadores.

Nos últimos dias, a Índia também suspendeu o Tratado das Águas do Indo, assinado em 1960, que garante o acesso do Paquistão ao rio Indo, responsável por 90% de sua irrigação. Em resposta, Islamabad afirmou que se a Índia reduzir a quantidade de água que lhe é atribuída, isso seria considerado um ato de guerra. (COM INFORMAÇÕES DA AP)

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou ter tido uma "conversa muito construtiva" com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após um encontro na Casa Branca nesta terça-feira, 6. Segundo Carney, o diálogo marcou o "começo do fim de um processo de redefinição da relação Canadá-EUA". O dirigente seguiu categórico ao rejeitar qualquer possibilidade de anexação do país ao vizinho.

"Canadá não está e nunca estará à venda", reiterou em entrevista coletiva, repetindo declaração anterior, em resposta a comentários de Trump sobre o país, eventualmente, se tornar o "51º estado americano". O premiê disse ter sido "muito claro" com o americano quanto à sua posição: "Fui muito claro com Trump que negociações serão feitas como dois países soberanos", afirmou. "É preciso separar o desejo da realidade. Pedi que ele parasse de falar sobre o Canadá se tornar o 51º estado dos EUA. É neste ponto que começa uma discussão séria", completou.

Ao comentar as tensões comerciais entre os dois países, Carney avaliou que "estabelecemos uma boa base hoje" para o avanço das conversas, mas reconheceu que "não tivemos decisões sobre tarifas". Ele ressaltou a complexidade do tema: "A discussão tarifária com os EUA é muito complexa. Estamos abordando uma grande quantidade de questões, por isso o progresso não será necessariamente evidente durante as negociações, mesmo que estejamos progredindo".

Ainda assim, o primeiro-ministro demonstrou otimismo. "Queremos seguir adiante com negociações comerciais com os americanos" e "veremos quanto tempo vai levar até os EUA tirarem as tarifas sobre o Canadá". Carney adiantou que ele e Trump concordaram em manter novas rodadas de diálogo nas próximas semanas, inclusive durante o encontro do G7.

Ao fim da reunião, o premiê destacou que "a postura de Trump e o quão concretas foram as discussões me fazem me sentir melhor". Apesar disso, reconheceu que "ainda temos muito trabalho pela frente e estamos totalmente empenhados". Por fim, assegurou ao republicano que "nossas medidas contra a entrada de fentanil nos EUA estão funcionando".