Promotor chama advogado de 'palhaço, safado, pilantra, bosta' durante júri no Paraná

Política
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Os advogados Rogério Varela e Rodrigo Badaró, que representam a classe no Conselho Nacional do Ministério Público, o Conselhão, pediram que o colegiado investigue e afaste o promotor de Justiça Tiago Trevizoli Justo que chamou de "palhaço, safado, pilantra, bosta' o advogado Cláudio Dalledone.

Os insultos ocorreram durante sessão na última terça, 23, do Tribunal do Júri de Cascavel, no Paraná. Na avaliação dos representantes da OAB no Conselhão, a conduta do promotor configura "grave descumprimento dos princípios éticos e morais que devem nortear a atuação de um membro do Ministério Público".

Os advogados pedem que Trevizoli seja afastado da atuação no júri de Cascavel até que o Conselhão finalize eventual apuração sobre o caso. A medida teria como finalidade "evitar que se reitere o comportamento inequivocamente desrespeitoso e destemperado contra outros advogados e advogadas criminalistas".

Eles dizem que o episódio está inserido em um contexto de "recentes casos de ofensas de membros do MP a advogados". "Como se vê, a exceção vem se tornando regra, fato esse que impõe a este Conselho Nacional do Ministério Público uma atuação firme e rigorosa, tanto no sentido de orientar, quanto no sentido de apurar e punir de modo exemplar aqueles que desviam no cumprimento de seus deveres", apontam.

O caso viralizou após Dalledone postar nas redes sociais um vídeo editado do entrevero. Nas imagens o promotor aparece xingando o advogado. Trevizoli ocupa a cadeira designada para a Promotoria no Júri.

Ouve-se, ao fundo, que o promotor é chamado de 'frouxo' e 'covarde'. "O senhor é uma vergonha", diz outra pessoa na gravação. O vídeo é entrecortado por cenas da confusão.

O arquivo também mostra um embate mais próximo entre o promotor e um outro advogado. "Bate na minha cara", desafia o promotor à frente de Dalledone - policiais militares entraram em cena para separar os dois contendores.

"Você não tem coragem de bater na minha cara. Dei minha cara para você bater. Você não tem nome do escritório. Frouxo e safado. Quando o senhor tiver nome no escritório o sr fala comigo", segue o promotor.

COM A PALAVRA, O PROMOTOR TIAGO TREVIZOLI

A reportagem do Estadão pediu manifestação do promotor de Justiça Tiago Trevizoli por meio da assessoria de imprensa do Ministério Público do Paraná. O espaço está aberto. O post será atualizado quando Trevizoli se manifestar (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)

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A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) anunciou neste domingo, 4, a retirada da Nicarágua da agência especializada das Nações Unidas (ONU) por causa da concessão de um prêmio da organização que celebra a liberdade de imprensa a um jornal nicaraguense, o La Prensa.

A diretora geral da Unesco, Audrey Azoulay, anunciou que havia recebido uma carta na manhã de domingo do governo nicaraguense anunciando sua retirada devido à atribuição do Prêmio Mundial de Liberdade de Imprensa Unesco/Guillermo Cano.

"Lamento essa decisão, que privará o povo da Nicarágua dos benefícios da cooperação, especialmente nos campos da educação e da cultura. A Unesco está totalmente dentro de suas atribuições quando defende a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa em todo o mundo", disse Azoulay em comunicado.

A Nicarágua era um dos 194 estados membros da organização. Os membros da Unesco criaram o prêmio de liberdade de imprensa em 1997, e o prêmio de 2025 foi atribuído no sábado ao La Prensa por recomendação de um júri internacional de profissionais da mídia.

32 pessoas foram resgatadas após um naufrágio na praia de South Beach, em Miami, na tarde do sábado, 3. Segundo autoridades locais, o acidente aconteceu no fim da tarde, por volta das 17h (16h horário de Brasília), próximo à Ilha Monumento Flager e todas as pessoas a bordo foram resgatadas sem ferimentos.

Ainda não há informações sobre o que causou o acidente. De acordo com a mídia local, o iate de luxo seria da marca Lamborghini e as equipes trabalham para recuperar a embarcação, que não representa risco à navegação local.

Nas redes sociais, diversos registros mostram o barco afundando na vertical. Em imagens publicadas pela guarda costeira americana, os tripulantes vestiram coletes salva-vidas e aguardavam o resgate na parte superior do iate.

A operação de resgate contou com a participação de diversas agências, incluindo a comissão de conservação de peixes e vida selvagem da Flórida e a guarda costeira americana.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou neste domingo, 4, que Moscou ainda não viu a necessidade de usar armas nucleares na Ucrânia e que ele espera que o país não precise optar pela alternativa nuclear contra seus vizinhos no Leste Europeu.

Em comentários exibidos em um filme da televisão estatal russa sobre seu quarto de século no poder, Putin disse que a Rússia tem a força e os meios para levar o conflito na Ucrânia a uma "conclusão lógica".

Respondendo a uma pergunta sobre os ataques ucranianos em território russo, Putin disse: "Não houve necessidade de usar essas armas (nucleares) e espero que não sejam necessárias."

"Temos força e meios suficientes para levar o que foi iniciado em 2022 a uma conclusão lógica, com o resultado que a Rússia exige", disse ele.

Doutrina nuclear

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No filme estatal, Putin também disse que a Rússia não lançou uma invasão em grande escala na Ucrânia e chamou a guerra contra o país vizinho de "operação militar especial".

Acordo de Paz

Durante o filme estatal, Putin afirmou que a reconciliação com a Ucrânia era "inevitável". Mas os dois países seguem em desacordo sobre propostas de cessar-fogo.

O Kremlin anunciou uma trégua "por motivos humanitários" que começará no dia 8 de maio até o final de 10 de maio para marcar a derrota da Alemanha nazista por Moscou em 1945 - o maior feriado secular da Rússia.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou na sexta-feira, 2, que o anúncio de Moscou de um cessar-fogo de 72 horas era apenas uma tentativa de criar uma "atmosfera amena" antes das celebrações anuais da Rússia.

Zelenski, em vez disso, renovou os apelos por uma pausa mais substancial de 30 dias nas hostilidades, como os EUA haviam proposto inicialmente. Ele disse que o cessar-fogo proposto poderia começar a qualquer momento como um passo significativo para o fim da guerra.(Com AP)