MG: após gafe de Zema sobre Adélia Prado, assembleia fará desagravo à escritora

Política
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A deputada estadual Andréia de Jesus (PT-MG) afirmou nesta terça-feira, 14, ter conseguido a assinatura de 26 parlamentares, um terço dos assentos da Casa, com 77 membros, para a realização de uma reunião especial de desagravo à escritora mineira Adélia Prado, de 87 anos, após o governador Romeu Zema (Novo) ter sinalizado desconhecer a autora.

As reuniões especiais da Assembleia, como a pedida pela parlamentar, tradicionalmente são realizadas nas noites de segunda-feira ou nas manhãs de sexta-feira. Os encontros são convocados a fim de promover desagravos, reverenciar pessoas e instituições de destaque em Minas Gerais.

"Estamos juntas, Adélia! A revolução virá de nós, mulheres, sobretudo das mulheres pretas", disse a parlamentar que preside a Comissão de Direitos Humanos do Parlamento Mineiro, e deve ser reconduzida ao cargo nessa legislatura.

Na sexta-feira, 10, o governador concedeu uma entrevista a um podcast gravado em Divinópolis, quando ganhou de presente a obra Reunião de Poesia (edição de bolso): 150 poemas selecionados, uma coletânea de poemas escritos por Adélia Prado.

"Ela trabalha aqui (na rádio)?", indagou Zema.

Foi visível o constrangimento do apresentador, Flaviano Cunha, do programa Pauta Quente, transmitido pelos canais do Sistema MPA de Comunicação. A entrevista também foi veiculada por outras duas emissoras de Divinópolis: a Rádio Minas e a TV Candidés.

"Eu queria encerrar o podcast, essa entrevista especial, governador, presenteando o senhor com um livro da Adélia Prado. Ela, que é uma escritora muito conhecida em Divinópolis. É um presente da diretora do Sistema MPA de Comunicação, Marielle Luchesi Mourão, em nome de todo o grupo. São os 150 melhores poemas da nossa escritora Adélia Prado", afirmou o apresentador, Flaviano Cunha.

"Muito obrigado. Muito bonito o livro aqui. Vou fazer bom uso, com toda a certeza", disse Zema, para, depois, revelar desconhecer a escritora.

Prêmios do governo

Em 2016, o governo mineiro condecorou Adélia Prado com o Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura, na categoria Conjunto da Obra. A homenagem foi entregue no ano seguinte. Adélia Prado tem mais de 20 livros publicados.

Além de já ter sido indicada para a Academia Brasileira de Letras (ABL), ela ficou conhecida nacionalmente a partir dos anos 1970 com o lançamento de Bagagem, obra que foi recomendada pelo também mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).

Ela é também vencedora do Prêmio Jabuti (2002), entre outras premiações literárias, a exemplo do prêmio da ABL de Literatura

Infantojuvenil (2007), Prêmio Literário da Fundação Biblioteca Nacional (2010), Associação Paulista dos Críticos de Arte (2010) e Clarice Lispector (2016).

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A Índia anunciou nesta terça-feira, 6, o lançamento de mísseis contra nove alvos no Paquistão e na região da Caxemira após dias de tensões entre os dois países. As autoridades paquistanesas informaram que duas pessoas ficaram feridas e uma criança morreu.

O ataque escala as tensões entre os países vizinhos, que possuem armas nucleares.

As autoridades indianas informaram que os ataques foram direcionados contra "infraestruturas terroristas", em resposta ao ataque no território da Caxemira controlado pela Índia, que deixou 26 turistas hindus mortos no mês passado. O Paquistão prometeu retaliar.

A Índia culpa o Paquistão por apoiar grupos separatistas da Caxemira, uma região que é ocupada por Índia, Paquistão e China. Islamabad nega apoiar esses grupos.

Segundo o Ministério da Defesa da Índia, o ataque não teve nenhuma instalação militar do Paquistão como alvo. "Nossas ações foram focadas, comedidas e de natureza não escalonada", diz um comunicado. "A Índia demonstrou considerável contenção na seleção de alvos e no método de execução."

Os mísseis atingiram locais na Caxemira paquistanesa e na província de Punjab, no leste do país, de acordo com três autoridades de segurança paquistanesas. Um deles atingiu uma mesquita na cidade de Bahawalpur, em Punjab, e matou uma criança, além de deixar dois feridos.

Entenda as tensões atuais

No dia 22 de abril, um grupo armado atacou turistas na cidade de Pahalgam, na parte indiana da região, matando 25 indianos e 1 nepalês. O Paquistão negou envolvimento com o ataque, reivindicado por um grupo terrorista islâmico pouco conhecido chamado Frente de Resistência - que tinha hindus como alvo. A Índia acusa Islamabad de armar e abrigar o grupo. O Ministério da Defesa do Paquistão sugeriu que o ataque foi uma "operação de false flag".

No dia seguinte ao atentado, Nova Délhi expulsou diplomatas, suspendeu vistos e fechou fronteiras terrestres com o Paquistão. Islamabad respondeu suspendendo acordos bilaterais, fechando fronteira e espaço aéreo a companhias indianas, e impondo sanções comerciais.

Desde 24 de abril há registros de trocas diárias de tiros na Caxemira e ambos os exércitos estão em alerta máximo. Apesar dos arsenais nucleares, a tendência é que nenhum lado acione armas atômicas a menos que esteja encurralado. Mas mesmo confrontos convencionais poderiam ser devastadores.

Nos últimos dias, a Índia também suspendeu o Tratado das Águas do Indo, assinado em 1960, que garante o acesso do Paquistão ao rio Indo, responsável por 90% de sua irrigação. Em resposta, Islamabad afirmou que se a Índia reduzir a quantidade de água que lhe é atribuída, isso seria considerado um ato de guerra. (COM INFORMAÇÕES DA AP)

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou ter tido uma "conversa muito construtiva" com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após um encontro na Casa Branca nesta terça-feira, 6. Segundo Carney, o diálogo marcou o "começo do fim de um processo de redefinição da relação Canadá-EUA". O dirigente seguiu categórico ao rejeitar qualquer possibilidade de anexação do país ao vizinho.

"Canadá não está e nunca estará à venda", reiterou em entrevista coletiva, repetindo declaração anterior, em resposta a comentários de Trump sobre o país, eventualmente, se tornar o "51º estado americano". O premiê disse ter sido "muito claro" com o americano quanto à sua posição: "Fui muito claro com Trump que negociações serão feitas como dois países soberanos", afirmou. "É preciso separar o desejo da realidade. Pedi que ele parasse de falar sobre o Canadá se tornar o 51º estado dos EUA. É neste ponto que começa uma discussão séria", completou.

Ao comentar as tensões comerciais entre os dois países, Carney avaliou que "estabelecemos uma boa base hoje" para o avanço das conversas, mas reconheceu que "não tivemos decisões sobre tarifas". Ele ressaltou a complexidade do tema: "A discussão tarifária com os EUA é muito complexa. Estamos abordando uma grande quantidade de questões, por isso o progresso não será necessariamente evidente durante as negociações, mesmo que estejamos progredindo".

Ainda assim, o primeiro-ministro demonstrou otimismo. "Queremos seguir adiante com negociações comerciais com os americanos" e "veremos quanto tempo vai levar até os EUA tirarem as tarifas sobre o Canadá". Carney adiantou que ele e Trump concordaram em manter novas rodadas de diálogo nas próximas semanas, inclusive durante o encontro do G7.

Ao fim da reunião, o premiê destacou que "a postura de Trump e o quão concretas foram as discussões me fazem me sentir melhor". Apesar disso, reconheceu que "ainda temos muito trabalho pela frente e estamos totalmente empenhados". Por fim, assegurou ao republicano que "nossas medidas contra a entrada de fentanil nos EUA estão funcionando".

A comitiva de autoridades que acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem à Rússia contará com a participação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e do vice-presidente da Câmara Elmar Nascimento (União-BA). Além disso, também contará com os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, e o assessor-chefe da Assessoria Especial, embaixador Mauro Vieira, de acordo com lista divulgada pelo Palácio do Planalto.

Esta será a terceira viagem feita por Lula da qual Alcolumbre participará. Os dois já estiveram juntos na comitiva que viajou ao Japão, em março, e à Itália para o velório do papa Francisco, em abril.

O início da viagem está previsto para esta terça-feira, 6, à noite, quando Lula partirá de Brasília às 22h rumo a Casablanca. A chegada do chefe do Executivo brasileiro à Rússia é esperada para quarta-feira, 7.

No país, o petista participará da celebração dos 80 anos do "Dia da Vitória", quando os russos celebram a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na segunda guerra mundial. Ainda, terá encontros bilaterais com o presidente Vladimir Putin e com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico.

Na reunião com Putin, Lula deve fazer uma menção à questão da necessidade de reequilibrar a balança comercial entre Brasil e Rússia. "Nós importamos dois produtos que são fundamentais, fertilizantes são fundamentais até para o nosso setor exportador, e diesel também, mas nós queremos ampliar as nossas exportações para a Rússia", disse o secretário de Ásia e Pacífico, embaixador Eduardo Paes Saboia.