Eduardo diz a jornalista trumpista que País não é mais uma democracia

Política
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Com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou em entrevista ao jornalista americano Tucker Carlson, ex-apresentador da Fox News, que o Brasil não é uma democracia e um país livre após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Conhecido por ser um apoiador do ex-presidente Donald Trump e por posicionamentos de extrema direita, Carlson disse, na conversa de pouco mais de 20 minutos, que a eleição presidencial brasileira de 2022 foi "roubada".

Questionado por Carlson se considera o Brasil um país livre, Eduardo declarou que "pessoas e jornalistas" estão sendo censurados e que há uma perseguição contra apoiadores de seu pai, o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL). "Não mais. Temos, de fato, pessoas sendo censuradas, não apenas nas redes sociais. Tem pessoas exiladas vivendo aqui nos Estados Unidos", disse o parlamentar.

Na entrevista, Eduardo ainda acusou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de perseguir aliados de Bolsonaro. "Você sempre corre o risco de ser preso pelo Supremo Tribunal Federal. Para ser honesto, não todo o Supremo, mas um juiz chamado Alexandre de Moraes. Ele abriu uma investigação, que dura mais de cinco anos, perseguindo, geralmente, conservadores. No Brasil, não vale mais a pena você apelar. Não tem a quem recorrer. É o Supremo Tribunal Federal processando pessoas. São as vítimas, os acusadores e os juízes de todos, sem distinção. Isso não é mais uma democracia. Infelizmente, não posso mais realmente dizer isso e você não tem onde recorrer ou a quem pedir ajuda", afirmou o filho do ex-presidente.

'Manipulada'

Em um dos trechos da conversa, o jornalista americano disse que as eleições de 2022 no Brasil foram "manipuladas" e "roubadas" para eleger Lula, sem apresentar comprovações sobre sua declaração. "O que aconteceu no Brasil, Lula venceu em uma eleição que foi, obviamente, manipulada. Está claro que a eleição foi roubada pelo governo Lula. É justo afirmar que, de fora, pareceu roubada", afirmou Carlson.

Repetindo uma narrativa usada por seu pai, Eduardo colocou em dúvida a lisura do sistema eleitoral adotado no Brasil e criticou a Justiça Eleitoral. "Não posso acusar que as eleições de 2022 foram fraudadas, mas eles também não podem provar que não foram", disse o deputado do PL.

Em dezembro do ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) completou a quarta e a quinta etapas da auditoria que conduziu sobre as eleições de 2022 e confirmou a segurança do sistema eleitoral, concluindo que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está de acordo com "as melhores práticas internacionais" e que a probabilidade de fraude é próxima de zero.

Atos golpistas

No fim da entrevista, o parlamentar brasileiro criticou as punições impostas pelo Supremo a envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023 e disse que não houve uma tentativa de golpe de Estado na invasão dos prédios dos três Poderes, em Brasília, por apoiadores radicais do ex-presidente.

"Eles dizem que foi uma tentativa de golpe. Mas, em janeiro, num domingo, nenhuma arma foi apreendida, não houve apoio da polícia ou das Forças Armadas. Então, na verdade, foi um protesto que foi longe demais. Não concordo com pessoas quebrando portas do Congresso ou do Supremo Tribunal Federal. Mas essas pessoas estão recebendo punições de 17 anos de prisão", afirmou Eduardo. Em ato na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo, Bolsonaro defendeu uma anistia para implicados nos ataques.

Procurados pelo Estadão, o TSE e o Supremo não haviam se manifestado até a publicação deste texto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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