Nunes reúne MDB, PSD, PP e Solidariedade em posse de Rebelo para reforçar 'frente ampla'

Política
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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB-SP), empossou dois novos secretários nesta segunda-feira, 19. Aldo Rebelo é o novo secretário de Relações Internacionais, enquanto José Renato Nalini assume a Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas. Rebelo é o substituto de Marta Suplicy (PT-SP), que deixou a gestão de Nunes no início do ano para voltar ao PT e ser candidata a vice na chapa de Guilherme Boulos (PSOL-SP).

O evento marcou um esforço para posicionar o prefeito como candidato de uma frente ampla na disputa eleitoral de 2022, mesmo movimento que Boulos tenta fazer à esquerda. Para isso, estiveram presentes dirigentes de diversos partidos que vão compor a chapa de Ricardo Nunes. Pelo MDB, por exemplo, o ex-presidente da República, Michel Temer, o presidente da legenda, Baleia Rossi, os governadores Helder Barbalho (Pará) e Paulo Dantas (Alagoas), e o deputado federal Isnaldo Bulhões (AL).

De outras legendas, também estiveram presentes o presidente do PSD, Gilberto Kassab, PP, Ciro Nogueira e do Solidariedade, Paulinho da Força, além do ex-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia. Já do grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que também vai apoiar Nunes, estavam presentes o assessor e advogado Fábio Wajngarten, e a secretária de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio de Freitas, Sonaira Fernandes (Republicanos).

Gilberto Kassab declarou que a presença de lideranças de várias siglas é um sinal da confiança na gestão de Nunes. "Trago um abraço do governador Tarcísio, que em nenhum momento deixa de ressaltar a importância da sua gestão", disse o secretário estadual de Governo de São Paulo.

Secretários são trunfos para argumento da frente ampla

José Renato Nalini é ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e foi secretário estadual de Educação no governo do hoje vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB-SP), que apoia a candidatura de Tabata Amaral (PSB-SP), outra adversária do prefeito na eleição de outubro. O secretário anterior de Mudanças Climáticas, Gilberto Natalini, deixou o cargo também no início do ano para se dedicar a um projeto na iniciativa privada.

Aldo Rebelo foi apresentado com um vídeo em que é ressaltada a capacidade dele de dialogar com políticos de esquerda e de direita. Sem citar diretamente a declaração de Lula sobre Israel e o Holocausto, Aldo Rebelo afirmou em seu discurso que o Brasil tem vocação para atuar como conciliador em conflitos mundiais, citando China e Estados Unidos, Rússia e Ucrânia e árabes e israelenses.

"Temos que ser sempre o caminho da solução. O Brasil não pode ser parte do problema", disse o secretário, ressaltando que São Paulo receberá eventos do G-20 neste ano. Na entrevista coletiva ele repetiu a fala e disse que não cabe a ele comentar declarações de Lula.

Rebelo foi ministro nos governos passados do atual presidente e de Dilma Rousseff (PT), além de ter a trajetória política ligada ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e a outras siglas de esquerda. Apesar disso, tem trocado acenos com o bolsonarismo, principalmente devido à postura nacionalista e à proximidade com os militares.

Em uma entrevista recente, ele minimizou a reunião do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com seus ministros, à qual a Polícia Federal aponta como evidência de que houve a articulação de golpe de Estado no Brasil. O trecho da fala de Rebelo foi publicado pelo próprio Bolsonaro e elogiada por seu assessor, Fabio Wajngarten, nas redes sociais. "Golpe?", escreveu o ex-chefe do Executivo federal.

O novo secretário de Relações Internacionais também vai atuar na campanha de reeleição de Nunes. O prefeito começou a articular o apoio de Rebelo em dezembro, ainda antes de Marta deixar o cargo. Rebelo conversou com Temer e Baleia Rossi antes de aceitar o convite.

Nalini disse que seu objetivo é entregar uma cidade compatível com a qual Ricardo Nunes sonha e caracterizou o quadro climático não mais como "mudança" e sim como "emergência". "Nós entramos em estado de ebulição e temos de prestar atenção pois, caso contrário, não vamos legar nada para as futuras gerações", declarou.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira, 1, impor sanções a qualquer pessoa que compre petróleo iraniano, um alerta feito após o adiamento das negociações planejadas sobre o programa nuclear de Teerã.

Trump fez a ameaça de sanções secundárias em uma postagem nas redes sociais. "Todas as compras de petróleo iraniano ou produtos petroquímicos devem parar agora!". Ele disse que qualquer país ou pessoa que compre esses produtos do Irã não poderá fazer negócios com os EUA "de nenhuma forma".

Não ficou claro como Trump implementaria tal proibição. Mas sua declaração corre o risco de agravar ainda mais as tensões com a China - principal cliente do Irã - em um momento em que o relacionamento está tenso devido às tarifas do presidente americano.

Com base em dados de rastreamento de petroleiros, a Administração de Informação de Energia dos EUA concluiu em um relatório publicado em outubro que "a China absorveu quase 90% das exportações de petróleo bruto e condensado do Irã em 2023". Trump, separadamente, impôs tarifas de 145% à China dentro de sua guerra comercial ao país.

Negociações adiadas

A ameaça de Trump nas redes sociais ocorreu após Omã anunciar que as negociações nucleares planejadas para o próximo fim de semana haviam sido adiadas.

O ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, fez o anúncio em uma publicação na plataforma social X. "Por razões logísticas, estamos remarcando a reunião EUA-Irã, provisoriamente planejada para sábado, 3 de maio", escreveu ele. "Novas datas serão anunciadas quando mutuamente acordadas."

Al-Busaidi, que mediou as negociações em três rodadas até o momento, não deu mais detalhes.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, emitiu um comunicado descrevendo as negociações como "adiadas a pedido do ministro das Relações Exteriores de Omã". Ele disse que o Irã continua comprometido em chegar a "um acordo justo e duradouro".

Acordo nuclear

As negociações entre EUA e Irã buscam limitar o programa nuclear iraniano em troca do relaxamento de algumas das sanções econômicas que Washington impôs a Teerã. As negociações foram lideradas pelo Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, e pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Trump ameaçou repetidamente lançar ataques aéreos contra o programa iraniano se um acordo não for alcançado. Autoridades iranianas alertam cada vez mais que poderiam buscar uma arma nuclear com seu estoque de urânio enriquecido a níveis próximos aos de armas nucleares.

O acordo nuclear do Irã com potências mundiais, firmado em 2015, limitou o programa iraniano. No entanto, Trump retirou-se unilateralmente do acordo em 2018, desencadeando um maior enriquecimento de urânio por parte do Irã./Com Associated Press

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira que o então conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, não foi demitido, mas sim realocado para ser o próximo embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Waltz fez o trabalho que ele precisava fazer e o presidente Donald Trump achou melhor um novo cargo pra ele", disse Vance em entrevista à Fox News.

Segundo o vice, a saída de Waltz do cargo não teve a ver com escândalo do Signal. Em março, o conselheiro passou a ser investigado pela criação de um grupo de mensagens no software e incluir, por engano, o jornalista Jeffrey Goldberg. "Waltz tem minha completa confiança", acrescentou Vance.

Sobre a contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na quarta-feira, ele reiterou que "isso é a economia de Joe Biden".

Vance ainda comentou que a Índia tirou proveito do país por muito tempo, mas que o governo Trump irá rebalancear o comércio e que

a Rússia e a Ucrânia têm que dar o último passo para acordo de paz. "Chega um momento que não depende mais dos EUA".

Itália, Croácia, Espanha, França, Ucrânia e Romênia enviaram, nesta quinta-feira, aviões para ajudar a combater um incêndio florestal que fechou uma importante rodovia que liga Tel-Aviv a Jerusalém, em Israel. As chamas, iniciadas por volta do meio-dia (horário local) da quarta-feira, são alimentadas pelo calor, seca e ventos fortes no local e já queimaram cerca de 20 quilômetros quadrados.

A Macedônia do Norte e o Chipre também enviaram aeronaves de lançamento de água. Autoridades israelenses informaram que 10 aviões de combate a incêndios estavam operando durante a manhã, com outras oito aeronaves chegando ao longo do dia. Fonte: Associated Press.