Dino descarta festas oferecidas por associações e participará de missa após posse no STF

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, recusou as tradicionais comemorações oferecidas pelas maiores associações de magistrados do País após a posse na Corte na quinta-feira, 22. O ex-ministro da Justiça e atual senador participará de uma missa de ação de graças na Catedral de Brasília logo depois da cerimônia.

As ofertas para a organização do evento, que poderia ser um jantar ou um coquetel, foram feitas pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), entidades associativas que tradicionalmente alugam espaço e contratam serviços para as festividades de posse de novos ministros. Esse tipo de celebração sempre ocorre por adesão, ou seja, são vendidos ingressos e cada participante paga pela entrada para custeá-lo, ficando a cargo das associações somente a organização.

O Estadão apurou que Dino não deu nenhum motivo específico para a recusa. Não é novidade que um ministro opte por não fazer uma festividade após a posse. A escolha por uma cerimônia com jantar e convidados ou outro tipo de celebração menor e mais intimista é de cada magistrado.

Último a tomar posse no STF, Cristiano Zanin comemorou o novo cargo com uma cerimônia organizada pela AMB com ingressos que custaram entre R$ 500 e R$ 900. Antes dele, o ministro André Mendonça, assim como Dino, não teve festa, e sim uma celebração religiosa. O culto de ação de graças em homenagem a ele ocorreu na Catedral da Baleia, sede da Assembleia de Deus Ministério Madureira, em Brasília, e contou com a presença do então presidente e responsável por sua nomeação, Jair Bolsonaro (PL).

A missa após a posse de Flávio Dino será celebrada por Dom Paulo Cezar Costa na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, em Brasília, e está marcada para as 19h, no mesmo dia da sessão solene.

A Arquidiocese de Brasília informou ao Estadão que o pedido foi feito pelo próprio Dino, que conversou com Dom Paulo propondo a celebração. Apesar de envolver a posse de um ministro, a missa seguirá os mesmos ritos tradicionais da Igreja Católica e deverá durar pouco mais de 1h. É possível que o líder religioso chame Dino para um discurso, mas não há cronograma definido além do tradicional.

A sessão de posse no STF será iniciada pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, e não há previsão de discursos. Pela tradição, o novo ministro é conduzido ao plenário pelos magistrados que estão há mais e menos tempo no Supremo, hoje Gilmar Mendes e Cristiano Zanin, respectivamente. A solenidade está marcada para as 16h.

Dino fará o juramento de cumprir a Constituição e também assinará o termo de posse. Em seguida, receberá cumprimentos dos presentes no Salão Branco, que fica atrás do plenário.

Em outra categoria

O exército israelense lançou nesta terça, 6, ataques aéreos contra rebeldes houthis no Iêmen, que, segundo Israel, desativaram completamente o aeroporto internacional da capital, Sanaa, com diversas usinas de energia também atingidas.

Israel lançou ataques semelhantes na segunda-feira, 5, em retaliação a investida dos houthis realizada no domingo, 4, contra o aeroporto internacional do país. No ataque desta terça-feira, três pessoas morreram e 38 ficaram feridas, de acordo com a agência de notícias SABA.

Os houthis têm atacado Israel durante toda a guerra em Gaza em solidariedade aos palestinos, além de também atacarem embarcações comerciais e navais no Mar Vermelho, elevando sua posição como o último membro do autodenominado "Eixo da Resistência" do Irã capaz de lançar investidas regulares contra Israel.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira, 6, que os Estados Unidos irão interromper os ataques contra os Houthis, no Iêmen, após afirmar que o grupo rebelde apoiado pelo Irã expressou que "não quer mais lutar".

"Nós honraremos isso e interromperemos os bombardeios", disse Trump a repórteres no Salão Oval durante uma conversa com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney. "Nós acreditaremos na palavra deles. Eles dizem que não atacarão mais navios, e esse é o propósito do que estávamos fazendo."

Trump negou ter feito um "acordo" com o grupo iemenita e se recusou a fornecer mais detalhes sobre a decisão.

"Eles disseram: 'Por favor, não nos bombardeiem mais, e não vamos atacar seus navios'", disse Trump.

Os Houthis não se manifestaram publicamente após as declarações de Trump, mas o grupo rebelde disse na manhã desta terça-feira que estava travando "uma guerra santa para ajudar o povo palestino injustiçado de Gaza".

Campanha militar

Os Estados Unidos vêm realizando ataques aéreos contra alvos dos houthis no Iêmen desde março. A campanha ocorreu em resposta aos ataques do grupo rebelde a embarcações comerciais que navegam em importantes rotas marítimas no Oriente Médio.

A campanha de bombardeios dos EUA contra os Houthis levou ao aumento das tensões com o Irã, que, segundo Trump, está "ditando cada movimento" dos rebeldes.

"Cada tiro disparado pelos Houthis será visto, a partir de agora, como um tiro disparado pelas armas e pela liderança do Irã, e o Irã será responsabilizado e sofrerá as consequências, e essas consequências serão terríveis!", escreveu Trump nas redes sociais no dia 17 de março.

Ataque israelense

As falas de Trump sobre o fim da campanha aérea americana contra os Houthis ocorreram depois que um bombardeio israelense atingiu o aeroporto internacional da capital do Iêmen, Sanaa, em retaliação ao míssil balístico que caiu nos arredores do aeroporto internacional de Ben Gurion, em Tel-Aviv, no domingo, 4, que deixou seis feridos.

O ataque israelense matou 3 pessoas e feriu mais de 30, segundo autoridades de saúde ligadas aos Houthis.

O aeroporto internacional de Sanaa oferece uma das poucas conexões restantes com o mundo exterior para os mais de 20 milhões de iemenitas que vivem no território controlado pelos Houthis, servindo como meio de obter tratamento médico vital e de se conectar com o trabalho e seus entes queridos no exterior.

Antes do ataque desta terça-feira, o Exército israelense havia feito um apelo nas redes sociais ameaçando o aeroporto e ordenando a saída de todos na área. Aviões de guerra israelenses também atingiram usinas de energia e uma fábrica de cimento no Iêmen.

"O ataque foi realizado em resposta ao ataque lançado pelo regime terrorista houthi contra o Aeroporto Ben Gurion", apontou o Exército, em um comunicado. "Pistas de voo, aeronaves e infraestrutura do aeroporto foram atingidas", acrescentou o comunicado.

Analistas iemenitas afirmam que os Houthis não serão dissuadidos pelos bombardeios e que o conflito com os Estados Unidos e Israel apenas fortalece o grupo.

"Ataques aéreos nunca dissuadiram os Houthis no passado", disse Nadwa al-Dawsari, analista iemenita do Instituto do Oriente Médio, em Washington. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Há 62 anos, Audrey Backeberg desapareceu de uma pequena cidade no centro-sul de Wisconsin, nos Estados Unidos, após supostamente pegar carona com a babá da família e embarcar em um ônibus para Indianápolis. Ninguém jamais soube para onde ela foi ou o que havia acontecido com ela.

Tudo isso mudou na semana passada, quando Audrey foi encontrada viva e em segurança em outro Estado, graças ao olhar atento de um novo detetive que assumiu o caso em fevereiro.

O detetive Isaac Hanson descobriu um registro de prisão fora do Estado que correspondia a Audrey Backeberg, o que desencadeou uma série de investigações que levaram à sua localização.

Acontece que Audrey escolheu sair da cidade de Reedsburg por vontade própria - provavelmente devido a um marido abusivo, segundo Hanson.

"Ela está feliz, segura e protegida; e basicamente viveu discretamente durante todo esse tempo", disse ele.

Hanson foi designado para o caso no final de fevereiro e, após encontrar o registro de prisão, ele e outros oficiais se reuniram com a família de Backeberg para ver se tinham alguma ligação com aquela região. Eles também investigaram a conta da irmã de Backeberg no Ancestry.com, acessando registros de censo, obituários e certidões de casamento daquela área.

Em cerca de dois meses, encontraram um endereço onde vivia uma mulher que, segundo Hanson, apresentava muitas semelhanças com Backeberg, incluindo data de nascimento e número da previdência social. Hanson conseguiu que um policial da região fosse até o endereço. Dez minutos depois, Backeberg, agora com mais de 80 anos, ligou para ele.

"Aconteceu tão rápido", contou. "Eu esperava que o policial me ligasse de volta dizendo: 'Ninguém atendeu à porta'. E achei que fosse o policial me ligando, mas na verdade era ela. E para ser sincero, foi uma conversa bem casual. Eu percebi que ela obviamente tinha seus motivos para ter ido embora."

A maior parte das informações obtidas nessa ligação não foi compartilhada por Hanson, que explicou que ainda é importante para Backeberg manter sua privacidade.

"Acho que ela ficou muito emocionada, claro, com tudo aquilo - ver um policial batendo à porta, relembrar tudo o que aconteceu e reviver 62 anos em 45 minutos", disse ele.

'Ela é quem decide'

Hanson descreveu o fato de encontrá-la viva após mais de seis décadas como algo praticamente inédito. E embora não saiba se ela irá retomar contato com a família, afirmou estar satisfeito por ela ter agora essa possibilidade.

"Há familiares morando aqui, então ela tem meu número caso queira entrar em contato ou precise de algo, como o telefone de parentes daqui", disse ele. "No fim das contas, ela é quem decide", finalizou.