Secretária da Mulher de SP tentou barrar vacinação de crianças

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Empossada secretária de Políticas para Mulheres pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a vereadora paulistana Sonaira Fernandes, do mesmo partido, tem como bandeira política a luta contra o feminismo, a chamada ideologia de gênero, o aborto legal e o protagonismo de pessoas LGBT.

Eleita com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem é fiel seguidora, a nova secretária tem 32 anos, é negra, evangélica e formada em Direito. Desde 2021, quando chegou à Câmara Municipal, apresentou 38 projetos de lei, a grande maioria da chamada pauta de costumes.

Segundo a vereadora, o feminismo promove a desagregação familiar, a libertinagem sexual e a deterioração da dignidade feminina. Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, a vereadora afirma que é incoerente ser cristã e feminista. "Precisamos estar atentos ao movimento feminista porque ele é inteiramente ameaçador à fé cristã e à moral."

A indicação para compor o primeiro escalão do governo Tarcísio, feita pelo Republicanos, repercutiu negativamente entre ativistas das causas femininas e colegas de esquerda da Câmara. Além de se considerar abertamente antifeminista, Sonaira combateu as vacinas durante a pandemia de covid-19 e apresentou uma série de propostas de lei consideradas negacionistas.

As repetidas fake news e mensagens de cunho preconceituoso postadas em redes sociais levaram o Instagram a alertar novos seguidores de que a conta da vereadora publica repetidamente informações falsas, segundo verificadores de fatos independentes, o que contraria sua política interna.

Foi dela, por exemplo, a postagem de um vídeo que mostra o agora presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebendo um banho de pipoca de uma mulher vestida de baiana. Compartilhado pela então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, durante a campanha, a mensagem gerou a apresentação de uma queixa-crime contra ambas por intolerância religiosa. Na época, Sonaira afirmou que "Lula havia entregue sua alma" para vencer a eleição.

Para a vereadora Silvia Ferraro, da Bancada Feminista do PSOL, a secretária não atende os critérios para o cargo. "Será a nova Damares", disse, em referência à ex-ministra Damares Alves, do governo Bolsonaro.

Já o deputado estadual Gil Diniz (PL-SP) celebrou a indicação e esteve no Palácio dos Bandeirantes durante a sua posse. "Sonaira Fernandes tem como principais bandeiras na Câmara Municipal a defesa da vida e o fortalecimento das famílias em nosso município. Tenho certeza que fará um ótimo trabalho ao lado do governador Tarcísio de Freitas", afirmou em suas redes sociais.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também defendeu Sonaira. Segundo o parlamentar, o nome da vereadora, que já trabalhou em campanhas eleitorais dele e em seu gabinete em Brasília, é contestado porque ela é negra, nordestina e evangélica.

Ao responder às críticas sofridas após o anúncio de seu nome, Sonaira escreveu: "Não estou aqui para agradar quem quer me enfiar em uma carapuça ideológica porque sou mulher ou porque sou negra. Eu já me libertei de todos os cativeiros que, muitas vezes, progressistas de classe média querem me impor". Procurada pelo Estadão, a secretária não atendeu o pedido de entrevista feito pela reportagem.

Em outra categoria

O presidente americano, Donald Trump, planeja anunciar durante sua viagem à Arábia Saudita na próxima semana que os Estados Unidos agora se referirão ao Golfo Pérsico como Golfo Árabe ou Golfo da Arábia, de acordo com duas autoridades americanas. A Casa Branca e o Conselho de Segurança Nacional não responderam imediatamente às mensagens solicitando comentários.

Países árabes pressionaram por uma mudança no nome geográfico do corpo de água na costa sul do Irã, enquanto o Irã mantém seus laços históricos com o golfo. Nesta quarta-feira, 7, o ministro iraniano das Relações Exteriores afirmou que os nomes das hidrovias do Oriente Médio "não implicam propriedade de nenhuma nação em particular, mas refletem um respeito mútuo pela herança coletiva da humanidade".

O Golfo Pérsico é amplamente conhecido por esse nome desde o século XVI, embora o uso de "Golfo da Arábia" e "Golfo Árabe" seja predominante em muitos países do Oriente Médio. O governo do Irã - anteriormente Pérsia - ameaçou processar o Google em 2012 devido à decisão da empresa de não rotular o corpo de água em seus mapas.

Hoje, no Google Maps dos EUA, o corpo d'água aparece como Golfo Pérsico (Golfo Árabe). O Apple Maps indica apenas Golfo Pérsico. Fonte: Associated Press.

A Embaixada da Índia em Pequim reagiu duramente a uma publicação do Global Times no X que afirmava que o Paquistão havia abatido três caças indianos em retaliação a ataques aéreos. Em uma série de posts, a missão diplomática classificou a informação como "desinformação" e criticou veículos de mídia que reproduzem "afirmações infundadas" sem verificação.

"Recomendamos que verifiquem seus fatos e examinem suas fontes antes de divulgar esse tipo de desinformação", escreveu a embaixada, dirigindo-se diretamente ao Global Times. A publicação cita fontes militares paquistanesas alegando que a Força Aérea do Paquistão (PAF) teria derrubado três caças indianos.

A embaixada destacou que "vários perfis pró-Paquistão estão espalhando alegações sem fundamento no contexto da Operação Sindoor, tentando enganar o público". Além disso, acusou veículos de imprensa de negligência: "Quando meios de comunicação compartilham tais informações sem verificar fontes, isso reflete uma grave falha de responsabilidade e ética jornalística".

A missão indiana citou um "fact-check" do governo que expôs a circulação de imagens antigas de acidentes aéreos sendo reapresentadas como recentes. "Uma é de um incidente anterior envolvendo um caça MIG-29 da Força Aérea Indiana (IAF) que caiu no Rajastão em setembro de 2024, e a outra é de um MiG-21 da IAF na Punjab em 2021", explicou.

O presidente da China, Xi Jinping, pediu união para defender a ordem internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial e o sistema econômico multilateral, em entrevista para a Russian Gazette, republicada pelo site oficial do governo chinês nesta quarta-feira, 7. Xi lembrou que a China e a Rússia participaram desde o início dessa nova ordem, incluindo na criação da Organização das Nações Unidas (ONU).

"Quanto mais turbulenta e complexa se torna a situação internacional, mais devemos manter e defender a autoridade da ONU, defender firmemente o sistema internacional baseado em regras e promover o mundo multipolar", afirmou Xi, destacando também a importância da "globalização econômica universalmente benéfica e inclusiva".

Segundo ele, é importante que líderes globais escolham "diálogo ao invés de confronto, parcerias no lugar de alianças, e busquem cooperação com ganhos mútuos". "Acreditamos firmemente que as pessoas ao redor do mundo escolherão o lado certo da história, o lado da justiça", acrescentou.

O líder chinês defendeu também a amizade com a Rússia, apontando que os países sempre compartilharam apoio mútuo em "interesses centrais" e que juntos possuem uma "influência significativa no mundo". Xi classificou a aliança como uma "força construtiva para manter a estabilidade global estratégica". "Juntos, devemos frustrar todos os esquemas para romper ou minar nossos laços de amizade e confiança, sem nos deixar abalar por questões transitórias ou desafios", disse.

Xi Jinping destacou que a Rússia apoia a política de "One China" e reiterou que a reunificação de Taiwan acontecerá eventualmente, alegando que isso é "inevitável" independente de como a situação da ilha se desdobrar ou de ações de influência externa.