Ministro de Minas e Energia afirma que gestão Zema é 'fracassada'

Política
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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), fez críticas à gestão do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ao afirmar que o atual chefe do Poder Executivo mineiro não tem solução para resolver os problemas financeiros que o Estado vive há quase uma década.

Em entrevista ao programa Café com Política, da rádio FM O Tempo, de Belo Horizonte, nesta segunda-feira, 20, Silveira afirmou que a gestão atual é "fracassada" e que o período atual é "obscuro" em Minas Gerais. A declaração ocorre no dia em que Zema está em Brasília em busca de soluções para resolver as finanças do Estado. Procurada, a assessoria de Zema disse que não comentará as declarações de Silveira.

"O governador Romeu Zema é o único governador da história de Minas Gerais que não pagou um centavo da dívida pública com a União. A dívida pública no governo (Fernando) Pimentel era de R$ 110 bilhões. O governador (Pimentel), em consequência dos pagamentos à União, teve um governo muito difícil. No final do governo Pimentel ele conseguiu uma liminar para que as parcelas fossem suspensas. Veio o governador Zema e, para minha surpresa, aliado ao governo Bolsonaro, não procurou amortizar a dívida. Ele não procurou negociar a dívida", disse.

Silveira afirmou ainda que considera "grave" Zema ver o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) como solução para o Estado, porque seria uma proposta fracassada. O ministro citou que essa forma de pagamento de dívida não funcionou no Estado do Rio de Janeiro. "Nós não podíamos deixar que isso acontecesse", afirmou. Ele disse que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), assumiu o posto de articulador junto ao presidente Lula para encontrar uma solução para os cofres mineiros.

O Estadão mostrou no último dia 13 que Pacheco e Silveira, aliados de longa dada, uniram-se para costurar uma solução e cacifarem seus nomes para a disputa eleitoral de 2026, quando Zema não poderá mais ser candidato, porque chegará ao final de seu segundo mandato frente ao governo de Minas Gerais.

O principal pilar da estratégia é aproveitar a ausência de uma relação entre Lula e Zema e costurar com o presidente uma solução mais palatável para o Estado ingressar no RRF. Em 11 meses, o governador, que foi aliado do ex-presidente Bolsonaro, ainda não teve uma reunião individual com Lula e é crítico contumaz da gestão petista, enquanto Pacheco se reuniu duas vezes com o presidente da República para discutir soluções para a situação fiscal de Minas Gerais.

Ministro critica privatizações defendidas por Zema

Para Silveira, a organização do caixa mineiro passa por uma negociação que ele diz considerar "transparente". Ele também se posiciona contra a diminuição do Estado e as privatizações, que sempre foram defendidas por Zema e seus correligionários do Novo.

Uma das propostas do governador mineiro é privatizar a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), o que não ocorreu até o momento. "O governador propõe vender a Cemig para iniciativa privada, é um setor estratégico. O governador não quer se espelhar no que deu errado", disse Silveira ao falar da situação da Enel, a companhia privada de energia em São Paulo, que enfrentou problemas nas últimas semanas com falta de energia em diversos pontos da capital e da Grande São Paulo após uma tempestade.

Em entrevista ao Estadão, publicada em 28 de outubro deste ano, o ex-presidente do Novo, João Amoêdo, também criticou Zema, no entanto, por não entregar privatizações. "Cinco anos depois, os desafios são outros, e a régua tem que ser um pouco maior. Ele deve pensar na privatização, não conseguiu ainda privatizar nada, não conseguiu fazer o ajuste da dívida. Não dá mais para colocar a culpa na gestão anterior", afirmou.

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.