Caixa suspende exposição com obra que tem Lira, Damares e Guedes em lata de lixo

Política
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A Caixa Econômica Federal suspendeu a exposição "o Grito!", que estava disponível para o público desde o último dia 17 de outubro na Caixa Cultural de Brasília. A decisão ocorreu após a repercussão negativa de uma coleção que mostrava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defecando em uma bandeira do Brasil e que colocava a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), o ex-ministro da Economia Paulo Guedes e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) em um uma lata de lixo.

O planejamento inicial era de que a exposição estivesse disponível para o público da Caixa Cultural até 17 de dezembro. A mostra faz parte de um conjunto de 132 apresentações artísticas que recebem investimento do governo federal e do banco público.

A coleção que gerou a polêmica é de autoria da artista plástica Marilia Scarabello e apresenta um painel de diversas bandeiras do Brasil representadas com críticas políticas relacionadas ao governo do ex-presidente. Parlamentares aliados a Bolsonaro repudiaram o patrocínio da Caixa e do governo federal.

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF), presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, protocolou um requerimento para convocar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para ter esclarecimentos sobre o financiamento da exposição.

Uma das bandeiras da coleção suspensa pela Caixa representou o ex-presidente Jair Bolsonaro defecando em bandeira do Brasil

Uma das bandeiras da coleção suspensa pela Caixa representou o ex-presidente Jair Bolsonaro defecando em bandeira do Brasil Foto: Reprodução:/@colecaobandeiras no Instagram

A Caixa informou também que a exposição tinha o intuito de "refletir sobre os 200 anos de Independência do Brasil" e, além da coleção de Scarabello, trazia também obras de sete artistas diferentes.

A deputada federal Julia Zanatta (PL-SC) afirmou em suas redes sociais que o governo federal não teria "vergonha e nem respeito pelo dinheiro público", e afirmou que entrará com uma representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo uma investigação sobre o investimento da exposição.

Em uma nota enviada ao Estadão, a Caixa Econômica confirmou o patrocínio do banco para a instalação da exposição e disse que a obra de Marília Scarabello seria "uma coleção de imagens do público com releituras da bandeira brasileira que retratam os mais diversos imaginários acerca do Brasil, com variadas manifestações de pensamento",

Segundo a Caixa, a decisão de cancelar a exposição se deu após a identificação de uma "manifestação com viés político-partidário". Segundo o banco, foi determinado também a apuração de responsabilidades por órgãos internos.

O Estadão tentou entrar em contato com a artista plástica Marília Scarabello, mas não obteve retorno.

Leia a íntegra da nota oficial:

"A CAIXA informa que a exposição "O grito!" foi selecionada no âmbito do Programa de Ocupação dos espaços da CAIXA Cultural 2023/2024, modelo de seleção pública para projetos culturais que são patrocinados para ocupação dos espaços do banco.

A obra "Bandeiras" compõe a exposição e apresenta uma coleção de imagens do público em geral recebidas pela artista Marília Scarabello, desde 2016, com releituras da bandeira brasileira que retratam os mais diversos imaginários acerca do Brasil, com variadas manifestações de pensamento.

Considerando que foi identificada na obra em questão manifestação com viés político-partidário, o que fere as diretrizes do programa, a CAIXA decidiu cancelar a referida exposição. A direção do banco informa ainda que determinou apuração de responsabilidades pelos órgãos internos"

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

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"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

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Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

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O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.