Comissão da Câmara aprova projeto de lei antiterrorismo

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A comissão especial da Câmara criada para analisar a proposta de uma nova lei antiterrorismo aprovou na noite desta quinta-feira, dia 16, o relatório do deputado Sanderson (PSL-RS), favorável ao projeto. O texto seguirá para a votação no plenário, onde os 513 deputados analisam a medida, o que ainda não tem data definida para acontecer. O projeto cria uma Autoridade Nacional Contraterrorista, sob supervisão do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, chefiado pelo ministro Augusto Heleno.

O texto original é do deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), um dos principais defensores do governo de Jair Bolsonaro na Câmara. O relatório do deputado Sanderson foi aprovado por 22 votos a 7 na comissão. Para a oposição, o texto cria uma espécie de "polícia secreta" do governo - e especialistas alertam para o fato de que os agentes da nova Autoridade terão autorização para matar, o chamado "excludente de ilicitude". Entidades como a Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR) também são contrárias ao texto: no entender do grupo, a proposta pode oferecer risco à democracia no País.

Após a votação, Vitor Hugo disse que o relatório representava um ponto de equilíbrio entre as diferentes posições. "Chegamos a um texto médio, um texto coerente com aquilo que o Brasil precisa para proteger vidas, para salvaguardar a capacidade do Estado de tomar decisões, e para proteger o patrimônio público e privado. Prestigia as Forças Armadas, prestigia as polícias, prestigia os órgãos de inteligência", disse ele.

'Polícia secreta do Bolsonaro'

Os representantes da oposição não concordam com esta avaliação e tentaram obstruir a votação. "Hoje, estamos votando um projeto que tem como escopo principal criar uma polícia secreta do Bolsonaro. São os pilares de um Estado policialesco fascista", disse o deputado Paulão (PT-AL), ao orientar contra o projeto. A comissão ainda discutia destaques -- alterações que podem mudar o texto origina -- na noite desta quinta-feira.

Autor do relatório, Sanderson rebateu as acusações. "As críticas são infundadas, de quem não leu o relatório. O texto trouxe várias modificações, inclusive alterando algumas críticas que existiam. Não há nenhuma vírgula para criminalizar movimentos sociais", disse ele ao Estadão, frisando que a nova lei não criou tipos penais novos para caracterizar o crime de terrorismo. Estas definições seguem as mesmas da Lei Antiterror sancionada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. "O que fizemos foi criar um Sistema Nacional Antiterrorismo, para identificar de forma preventiva e fazer o enfrentamento a essas ações terroristas, ainda que em estágio preparatório", disse ele.

De acordo com o projeto, a nova autoridade antiterror terá um chefe policial e um chefe militar diretamente subordinados a Bolsonaro. O órgão terá acesso ilimitado a informações - inclusive sigilosas - sobre a intimidade e privacidade de qualquer cidadão. Também poderá infiltrar agentes sem que haja critérios que diferenciem ações de combate ao terror de ações de inteligência.

Em outra categoria

A força aérea de Israel bombardeou uma área próxima ao palácio presidencial da Síria na madrugada desta sexta-feira, 2, poucas horas após alertar o governo local para que não avançassem sobre vilarejos habitados por membros da minoria religiosa drusa, que vive no sul do país - sob pena de sofrer represálias.

O ataque ocorreu após dois dias de confrontos entre milicianos pró-governo sírio e combatentes da minoria drusa, nos arredores da capital, Damasco. Os confrontos já deixaram mais de cem mortos, além de dezenas de feridos, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

O exército israelense afirmou em comunicado que caças bombardearam uma área nos arredores do Palácio do presidente Hussein al-Sharaa. Não foram fornecidos mais detalhes.

Veículos de mídia sírios pró-governo informaram que o bombardeio atingiu uma área próxima ao Palácio do Povo, localizado em uma colina com vista para a cidade.

Os drusos são uma minoria que surgiu no século X como um desdobramento do ismailismo, um ramo do islamismo xiita.

Mais da metade dos cerca de 1 milhão de drusos no mundo vive na Síria. A maioria dos demais está no Líbano e em Israel, incluindo nas Colinas de Golã - território capturado por Israel da Síria durante a Guerra do Oriente Médio de 1967 e anexado em 1981.

Na Síria, os drusos vivem principalmente na província meridional de Sweida e em alguns subúrbios de Damasco. (Com agências internacionais).

Um terremoto de magnitude 7,4 atingiu a Argentina e o Chile nesta sexta-feira, 2, informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos. As autoridades chilenas citaram a possibilidade de tsunami e emitiram um alerta de deslocamento para a população na região costeira do Estreito de Magalhães, extremo sul do país. Também foi solicitado que as pessoas deixassem todas as áreas de praia no território antártico chileno.

O Serviço Geológico dos EUA afirmou que o epicentro do terremoto foi sob o oceano, 219 quilômetros ao sul da cidade argentina de Ushuaia.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, usou sua conta no X, antigo Twitter, para dizer que "todos os recursos estão disponíveis" para responder a possíveis emergências. "Neste momento, nosso dever é nos prevenirmos e ouvir as autoridades", disse o presidente.

O terremoto ocorreu às 8h58, horário local (9h58 de Brasília), e as cidades mais próximas são Ushuaia, na Argentina, a 219 quilômetros do epicentro, e, no lado do Chile, a cidade portuária de Punta Arenas, a cerca de 440 quilômetros de distância.

O Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres do Chile informou que enviou pessoal à área para avaliar os danos, embora até o momento não tenha havido relatos de vítimas ou danos materiais, disse Miguel Ortiz, vice-diretor de gestão da agência na região, em uma entrevista coletiva. "Pedimos à população de Magalhães que permaneça em áreas seguras", pois "são esperados tremores secundários", disse ele. (Com informações da Associated Press).

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira que o então conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, não foi demitido, mas sim realocado para ser o próximo embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Waltz fez o trabalho que ele precisava fazer e o presidente Donald Trump achou melhor um novo cargo pra ele", disse Vance em entrevista à Fox News.

Segundo o vice, a saída de Waltz do cargo não teve a ver com escândalo do Signal. Em março, o conselheiro passou a ser investigado pela criação de um grupo de mensagens no software e incluir, por engano, o jornalista Jeffrey Goldberg. "Waltz tem minha completa confiança", acrescentou Vance.

Sobre a contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na quarta-feira, ele reiterou que "isso é a economia de Joe Biden".

Vance ainda comentou que a Índia tirou proveito do país por muito tempo, mas que o governo Trump irá rebalancear o comércio e que

a Rússia e a Ucrânia têm que dar o último passo para acordo de paz. "Chega um momento que não depende mais dos EUA".