Oposição transfere ato do 7 de Setembro para Anhangabaú

Política
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A organização da campanha nacional 'Fora Bolsonaro' decidiu na noite desta quarta-feira, 25, transferir o protesto contra o governo federal e o ato Grito dos Excluídos no feriado para o Vale do Anhangabaú, na região central de São Paulo. Com a decisão, os oposicionistas encerram uma disputa pelo uso da Avenida Paulista, onde está prevista uma manifestação no feriado favor do presidente Jair Bolsonaro e contra ministros do Supremo Tribunal Federal, inclusive com integrantes que defendem o fechamento da Corte.

"Achamos que não vale a pena continuar insistindo por fazer o ato na Paulista, porque aproxima o dia 7", afirma o coordenador nacional da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim, um dos organizadores das marchas contra Bolsonaro. "Nós precisávamos tomar uma decisão política: ou ficávamos nessa intenção de continuar lutando pela Paulista ou mudávamos de local."

Bonfim ressaltou o histórico de protestos no Vale Anhangabaú na década de 1980 pela Diretas Já, da qual ele mesmo participou quando jovem. "O Vale tem uma simbologia muito forte da luta pela democracia", disse.

Os organizadores agora devem marcar reuniões com a Prefeitura e órgãos de Segurança Pública para garantir a realização do ato sem risco de violência. Para o ato da Avenida Paulista, a favor de Bolsonaro, há convocação de caravanas de policiais militares e de apoiadores de várias regiões do País.

O comando do 11º Batalhão da Polícia Militar já havia indicado que a Avenida Paulista seria reservado a uma manifestação governista há dez dias, após a organização da campanha contra Bolsonaro comunicar que pretendia ocupar a avenida no mesmo dia. Na segunda-feira, 23, a posição da PM foi confirmada pelo governador João Doria (PSDB) em entrevista ao programa Roda Vida, da TV Cultura.

Os manifestantes da oposição se irritaram após o governador dizer que os atos contra Bolsonaro se concentrariam no dia 12 de setembro. A coordenação da campanha ressaltou que o cancelamento dos atos contra Bolsonaro no dia 7 não foi cogitado, e que debate sobre o uso da Avenida Paulista não envolvia o protesto do dia 12.

"O dia nacional de mobilização está mantido (no dia 7), tínhamos impasse principalmente em São Paulo e em Brasília (em relação ao local do evento), onde os bolsonaristas estão convocando manifestação, mas nas outras cidades isso não existe e os protestos são organizados normalmente", diz o coordenador Josué Rocha, do Movimento de Trabalhadores Sem-Teto (MTST). "A posição do Doria, desde o primeiro momento, foi de negativa da nossa possibilidade de manifestação."

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Ministros do governo de Israel aprovaram planos para intensificar as operações militares na Faixa de Gaza, disse uma autoridade israelense nesta segunda-feira, 5, sob condição de anonimato.

De acordo com a fonte, os planos envolvem a reivindicação de mais áreas no enclave palestino, onde metade do território já está sob controle israelense.

A aprovação ocorreu um dia depois de o país anunciar a convocação de dezenas de milhares de soldados da reserva para as operações em Gaza, que teriam como objetivo aumentar a pressão sobre o Hamas pela negociação de um cessar-fogo. Fonte: Associated Press.

O presidente Donald Trump disse que está instruindo o seu governo a reabrir e expandir Alcatraz, a notória antiga prisão em uma ilha da Califórnia. A prisão foi fechada em 1963. A Ilha de Alcatraz atualmente é operada como um ponto turístico.

"Estou instruindo o Departamento de Prisões, juntamente com o Departamento de Justiça, o FBI e a Segurança Interna, a reabrir uma Alcatraz substancialmente ampliada e reconstruída, para abrigar os criminosos mais cruéis e violentos dos Estados Unidos", escreveu Trump em mensagem no site Truth Social na noite deste domingo.

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O nacionalista de extrema direita George Simion garantiu uma vitória decisiva neste domingo, 4, no primeiro turno das eleições presidenciais da Romênia, segundo dados eleitorais quase completos. A eleição ocorreu meses após uma votação anulada ter mergulhado o país-membro da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em sua pior crise política em décadas.

Simion, o líder de 38 anos da Aliança para a Unidade dos Romenos (AUR), superou de longe todos os outros candidatos nas pesquisas, com 40% dos votos, mostram dados eleitorais oficiais, após a apuração de 97% dos votos na votação.

Bem atrás, em segundo lugar, ficou o prefeito de Bucareste, Nicusor Dan, com 20,67%, e em terceiro, o candidato da coalizão governista, Crin Antonescu, com 20,62% - uma diferença que deve aumentar à medida que os últimos votos das cidades maiores forem apurados.

Onze candidatos disputaram a presidência e um segundo turno será realizado em 18 de maio entre os dois candidatos mais votados. Até o fechamento das urnas, cerca de 9,57 milhões de pessoas - ou 53,2% dos eleitores elegíveis - haviam votado, de acordo com o Escritório Central Eleitoral, com 973.000 votos depositados em seções eleitorais instaladas em outros países.

Eleição foi anulada em 2024

A eleição na Romênia teve de ser repetida hoje depois que o cenário político do país foi abalado no ano passado, quando um tribunal superior anulou a eleição anterior, na qual o candidato de extrema direita Calin Georgescu liderou o primeiro turno, após alegações de violações eleitorais e interferência russa, que Moscou negou.

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