CPI: empresário irrita senadores por contradições e recusa em dar respostas

Política
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Em depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira (26), o empresário José Ricardo Santana irritou senadores com um depoimento, até agora, cheio de contradições, com recusa em responder perguntas e informações defasadas. O depoente foi incapaz de responder perguntas simples.

Santana alegou não lembrar de seu salário durante atuação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), afirmou que foi convidado para o Ministério da Saúde para trabalhar sem receber salário, e, mesmo confrontado com áudio onde relatou ter reunião com a médica Nise Yamaguchi, disse não ter proximidade com ela. Disse desconhecer assuntos tratados na reunião com a médica.

O empresário atuou como ex-secretário-executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele afirmou à CPI que deixou o cargo em 23 de março de 2020. Segundo Santana, logo após sair da Anvisa, foi convidado pelo ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias para integrar o Ministério da Saúde - uma participação rápida, alegou. O período no cargo foi entre 25 e 30 de março, e reforçou que não recebeu salário.

Em um áudio de Santana enviado ao empresário Marconny Albernaz, reproduzido no início da sessão, o depoente mencionou reunião com Nise Yamaguchi. No áudio, ele falava da reunião com a médica para a realização de um encontro para a articulação de um "plano" de compra de testes rápidos para a covid-19 e sua posterior apresentação ao governo federal.

O depoente tergiversou e alegou desconhecer qualquer versão do plano. "Nunca apresentei planos para o governo. Eu não cheguei a ver o estudo depois do meu encontro com a Dra. Nise", disse. Santana também negou que tenha sido contratado pela Precisa Medicamentos para intermediar uma compra de testes.

Após a bateria inicial de perguntas, o depoente optou pelo silêncio em perguntas sobre seu relacionamento com a Precisa Medicamentos, mesmo que tenha afirmado, mais cedo, não ter nenhuma relação com a empresa. Santana comparece a CPI beneficiado por um habeas corpus que lhe permite ficar em silêncio em perguntas que o possam o autoincriminar.

O empresário dispensou os quinze minutos iniciais para apresentar sua defesa e também negou compromisso de dizer a verdade perante os senadores. Santana chegou à CPI após ter sido citado como um dos integrantes de um jantar em que teria sido feito pedido de propina da oferta de 400 milhões de doses da AstraZeneca pela empresa americana Davati.

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.