Ameaça de Braga Netto impulsiona atos contra Bolsonaro, dizem organizadores

Política
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Os organizadores de novas manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro, marcadas para este sábado, 24, registraram um aumento no número de atos nos Estados após a ameaça do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, de que não haverá eleições caso o voto impresso não seja adotado no País.

A decisão do presidente de entregar o comando da Casa Civil para o senador Ciro Nogueira (PP-PI), principal expoente do Centrão, também impulsionou o movimento.

Segundo Raimundo Bonfim, líder da Central de Movimentos Populares (CMP) e um dos principais líderes das manifestações, foram agendados 123 novos atos pelo Brasil nas 24 horas seguintes à divulgação das ameaças e o acerto com o Centrão.

Ao todo, os organizadores contabilizam 426 eventos marcados em todos os Estados. O recorde até agora foi no dia 19, com 457 atos registrados.

"Mais um motivo para lotarmos as ruas no sábado! O Ministro da Defesa Walter Braga Netto fez um ameaça dizendo que se não houver voto impresso, não haverá eleições em 2022. Nosso país não pode seguir nas mãos de quem ameaça a democracia. #24JForaBolsonaro", escreveu no Twitter a ex-deputada Manuela D'Ávila, do PCdoB.

Segundo Bonfim, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), estará no centro dos protestos do sábado, já que só ele tem a prerrogativa de aceitar um dos pedidos de impeachment que foram protocolados na Câmara.

A principal manifestação será na Avenida Paulista, onde 11 carros de som estarão distribuídos.

Uma das preocupações dos organizadores é que eventuais atos isolados de violência contaminem as manifestações. No último dia 19, militantes do Partido da Causa Operária (PCO) agrediram integrantes do PSDB.

Líderes sindicais e partidários pediram ao PCO que controle seus simpatizantes. "Nós fechamos questão no diretório municipal e vamos estar na Avenida Paulista. O movimento contra o Bolsonaro cresceu nas bases do partido. O PCO pode ser retirado dos atos se cometer atos de violência", afirmou o presidente do PSDB da capital, Fernando Alfredo. Os membros do PSDB estarão em um carro de som junto com partidos e movimentos sociais de esquerda. Para tentar evitar atos violentos, os organizadores decidiram abreviar as falas nos carros de som e antecipar a caminhada entre a Avenida Paulista e Praça Roosevelt. Dessa forma, o evento deve terminar antes de anoitecer, o que ajudaria a inibir atos de vandalismo.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira, 1, impor sanções a qualquer pessoa que compre petróleo iraniano, um alerta feito após o adiamento das negociações planejadas sobre o programa nuclear de Teerã.

Trump fez a ameaça de sanções secundárias em uma postagem nas redes sociais. "Todas as compras de petróleo iraniano ou produtos petroquímicos devem parar agora!". Ele disse que qualquer país ou pessoa que compre esses produtos do Irã não poderá fazer negócios com os EUA "de nenhuma forma".

Não ficou claro como Trump implementaria tal proibição. Mas sua declaração corre o risco de agravar ainda mais as tensões com a China - principal cliente do Irã - em um momento em que o relacionamento está tenso devido às tarifas do presidente americano.

Com base em dados de rastreamento de petroleiros, a Administração de Informação de Energia dos EUA concluiu em um relatório publicado em outubro que "a China absorveu quase 90% das exportações de petróleo bruto e condensado do Irã em 2023". Trump, separadamente, impôs tarifas de 145% à China dentro de sua guerra comercial ao país.

Negociações adiadas

A ameaça de Trump nas redes sociais ocorreu após Omã anunciar que as negociações nucleares planejadas para o próximo fim de semana haviam sido adiadas.

O ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, fez o anúncio em uma publicação na plataforma social X. "Por razões logísticas, estamos remarcando a reunião EUA-Irã, provisoriamente planejada para sábado, 3 de maio", escreveu ele. "Novas datas serão anunciadas quando mutuamente acordadas."

Al-Busaidi, que mediou as negociações em três rodadas até o momento, não deu mais detalhes.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, emitiu um comunicado descrevendo as negociações como "adiadas a pedido do ministro das Relações Exteriores de Omã". Ele disse que o Irã continua comprometido em chegar a "um acordo justo e duradouro".

Acordo nuclear

As negociações entre EUA e Irã buscam limitar o programa nuclear iraniano em troca do relaxamento de algumas das sanções econômicas que Washington impôs a Teerã. As negociações foram lideradas pelo Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, e pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Trump ameaçou repetidamente lançar ataques aéreos contra o programa iraniano se um acordo não for alcançado. Autoridades iranianas alertam cada vez mais que poderiam buscar uma arma nuclear com seu estoque de urânio enriquecido a níveis próximos aos de armas nucleares.

O acordo nuclear do Irã com potências mundiais, firmado em 2015, limitou o programa iraniano. No entanto, Trump retirou-se unilateralmente do acordo em 2018, desencadeando um maior enriquecimento de urânio por parte do Irã./Com Associated Press

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira que o então conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, não foi demitido, mas sim realocado para ser o próximo embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Waltz fez o trabalho que ele precisava fazer e o presidente Donald Trump achou melhor um novo cargo pra ele", disse Vance em entrevista à Fox News.

Segundo o vice, a saída de Waltz do cargo não teve a ver com escândalo do Signal. Em março, o conselheiro passou a ser investigado pela criação de um grupo de mensagens no software e incluir, por engano, o jornalista Jeffrey Goldberg. "Waltz tem minha completa confiança", acrescentou Vance.

Sobre a contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na quarta-feira, ele reiterou que "isso é a economia de Joe Biden".

Vance ainda comentou que a Índia tirou proveito do país por muito tempo, mas que o governo Trump irá rebalancear o comércio e que

a Rússia e a Ucrânia têm que dar o último passo para acordo de paz. "Chega um momento que não depende mais dos EUA".

Itália, Croácia, Espanha, França, Ucrânia e Romênia enviaram, nesta quinta-feira, aviões para ajudar a combater um incêndio florestal que fechou uma importante rodovia que liga Tel-Aviv a Jerusalém, em Israel. As chamas, iniciadas por volta do meio-dia (horário local) da quarta-feira, são alimentadas pelo calor, seca e ventos fortes no local e já queimaram cerca de 20 quilômetros quadrados.

A Macedônia do Norte e o Chipre também enviaram aeronaves de lançamento de água. Autoridades israelenses informaram que 10 aviões de combate a incêndios estavam operando durante a manhã, com outras oito aeronaves chegando ao longo do dia. Fonte: Associated Press.