Roberto Dias diz que Blanco e Dominguetti chegaram em jantar sem combinar antes

Política
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O ex-diretor do Departamento de Logística, Roberto Ferreira Dias, afirmou que a reunião com Luiz Paulo Dominguetti, no dia 25 de fevereiro, não foi programada. Segundo ele, o jantar inicialmente era um encontro "casual", para "tomar um chope", combinado previamente apenas entre ele e seu amigo, José Ricardo Santana - ex-quadro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ferreira Dias não soube dar detalhes de como o tenente-coronel Marcelo Blanco e Dominguetti sabiam que ele estava no local.

"Muito possivelmente ele sabia que eu estava neste restaurante por alguma mensagem ou telefonema", respondeu Ferreira Dias ao relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).

"No restaurante chegou Blanco com Dominguetti. Blanco foi meu assessor, era indicação do Pazuello, e eventualmente eu conversa com ele, ao sentar a mesa houve apresentação. Dominguetti se apresentou como alguém que trabalhava com vacina, e fez menção a oferta de 400 milhões de doses da vacina, que já havia sido circulado no ministério da Saúde", afirmou ele.

Ferreiras Dias alegou ainda que, antes do encontro no restaurante, ele já tinha conhecido de tal oferta de 400 milhões de dose por meio do próprio Coronel Blanco, que já não trabalhava no Ministério da Saúde, por intermédio do representante da Davati no Brasil, Cristiano Carvalho.

"Falei, então faz gentileza para mim, para que não se tratasse de assuntos do ministério fora do âmbito do ministério, pedi que formalizasse agenda junto ao Ministério da Saúde, que eu atenderia, ele falou 'vou embora amanhã', não tem problema, eu atendo amanhã, disse a ele", afirmou Ferreira Dias, que disse ainda não ter "hábito" de encontrar fornecedores, "mas é comum que tenha alguém".

O ex-diretor do Ministério da Saúde relatou ainda que a documentação da oferta de 400 milhões de doses não fazia sentido. Segundo ele, a proposta já tinha sido apresentada à pasta por Cristiano, antes de Dominguetti, mas em nome de outra empresa, e não da Davati.

"Existência no nome da Davati passa a aparecer no dia 26 de fevereiro", disse ele, referindo-se ao dia seguinte ao jantar com Dominguetti. "Único questionamento (para Davati) e que nunca chegou era carta do fabricante", comentou. Ele ainda afirmou não saber quem informou o presidente Jair Bolsonaro sobre 400 milhões de doses anunciadas.

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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.

O departamento eleitoral de Cingapura anunciou neste sábado (3) que o Partido Ação Popular (PAP), do primeiro-ministro Lawrence Wong, ganhou as eleições gerais ao conquistar 82 cadeiras parlamentares. O resultado oficial, após término da contagem de votos, veio em linha com o que a contagem de uma amostra dos votos indicava mais cedo.

O PAP já tinha cinco assentos no Parlamento. Com a contagem de votos deste sábado, o partido passa a deter 87 cadeiras, de um total de 97. O Partido dos Trabalhadores, da oposição, manteve seus 10 assentos.

Assim, o governo do PAP - ininterrupto há 66 anos - foi prorrogado, dando um grande impulso a Wong, que assumiu como primeiro-ministro há um ano.

"Estamos gratos novamente pela sua forte confiança. Honraremos a confiança que nos deram trabalhando ainda mais por todos vocês", disse Wong em um discurso antes de o resultado oficial ser divulgado. (Fonte: Associated Press)