Orientação de Leite terá peso maior nas eleições, diz cientista político

Política
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A declaração sobre a orientação sexual do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), na quinta-feira (1º), terá um efeito nas eleições de 2022, caso o gestor estadual seja candidato ao pleito do ano que vem. A avaliação é do cientista político Aldo Fornazieri, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política (FESPSP). No entanto, o impacto positivo ou negativo, como sugere, vai depender do teor político de sua campanha eleitoral e da forma como o governador vai se posicionar sobre o tema.

"Tem um espaço de capitalização e perda, e isso vai depender muito dele", analisa. Conforme explica, em entrevista ao Broadcast Político, o Brasil é um país com forte cultura homofóbica, a exemplo das falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a declaração do governador. Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada na manhã desta sexta-feira (2), Bolsonaro afirmou que Leite está "se achando o máximo" e observou que a orientação sexual seria um "cartão de visita" para a candidatura do governador. No entanto, Fornazieri avalia que, para aqueles que defendem a causa LGBTQI+, o impacto será positivo por ter demonstrado coragem sobre o assunto.

"Vai depender muito de como ele vai se portar na campanha em relação a esse tema", afirma. Para o especialista, embora acredite que o governador deva se manifestar para refutar qualquer tipo de preconceito, Leite não tem que utilizar esse fato a seu favor na corrida presidencial. "Sua posição pessoal não deve servir como um cavalo de batalha na campanha, mas sim um posicionamento programático contra o preconceito", diz.

O cientista político relembra que, em 2018, o governador seguiu o discurso de seu partido e votou em Bolsonaro. Fornazieri pontua que, diante dessa postura, "fica uma reticência". "A declaração tem um valor em si, independentemente do fato de ele ter apoiado Bolsonaro, mas politicamente ele deve se explicar porque o apoiou", afirma. Por ser filiado a um partido tradicional como o PSDB, o professor comenta que a declaração do gestor estadual é uma oportunidade para a legenda fazer uma autocrítica pública.

De olho nas prévias da sigla, o cientista político analisa que a declaração de Leite não deve ser definidora. "Deve pesar muito pouco porque é um público de filiados e eles sabem a dimensão de apoiar este ou aquele candidato", sugere. Para ele, o resultado das prévias deve se dar mais por fatores eleitorais, como programa e viabilidade política dos candidatos, do que posicionamentos pessoais.

A aposta do professor no resultado das prévias do PSDB é o principal adversário interno de Leite, o governador de São Paulo, João Doria. Para Fornazieri, Doria tem na vacina da Coronavac um ativo a apresentar nacionalmente. "Acho ainda que o Doria está mais aparelhado retoricamente para o enfrentamento das eleições, principalmente com o Bolsonaro", afirma. Segundo o cientista político, "um candidato mais tranquilo, como o Leite, não teria condições de entrar na polarização se for entre Lula e Bolsonaro". Independentemente do resultado das prévias, o professor aposta em uma eleição com forte radicalização.

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O presidente Donald Trump disse que está instruindo o seu governo a reabrir e expandir Alcatraz, a notória antiga prisão em uma ilha da Califórnia. A prisão foi fechada em 1963. A Ilha de Alcatraz atualmente é operada como um ponto turístico.

"Estou instruindo o Departamento de Prisões, juntamente com o Departamento de Justiça, o FBI e a Segurança Interna, a reabrir uma Alcatraz substancialmente ampliada e reconstruída, para abrigar os criminosos mais cruéis e violentos dos Estados Unidos", escreveu Trump em mensagem no site Truth Social na noite deste domingo.

Ainda segundo ele, a reabertura de Alcatraz servirá como um "símbolo de Lei, Ordem e Justiça". A ordem foi emitida em um momento em que Trump vem entrando em conflito com os tribunais ao tentar enviar membros de gangues acusados para uma prisão notória em El Salvador, sem o devido processo legal. Trump também falou sobre o desejo de enviar cidadãos americanos para lá e para outras prisões estrangeiras.

O nacionalista de extrema direita George Simion garantiu uma vitória decisiva neste domingo, 4, no primeiro turno das eleições presidenciais da Romênia, segundo dados eleitorais quase completos. A eleição ocorreu meses após uma votação anulada ter mergulhado o país-membro da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em sua pior crise política em décadas.

Simion, o líder de 38 anos da Aliança para a Unidade dos Romenos (AUR), superou de longe todos os outros candidatos nas pesquisas, com 40% dos votos, mostram dados eleitorais oficiais, após a apuração de 97% dos votos na votação.

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Onze candidatos disputaram a presidência e um segundo turno será realizado em 18 de maio entre os dois candidatos mais votados. Até o fechamento das urnas, cerca de 9,57 milhões de pessoas - ou 53,2% dos eleitores elegíveis - haviam votado, de acordo com o Escritório Central Eleitoral, com 973.000 votos depositados em seções eleitorais instaladas em outros países.

Eleição foi anulada em 2024

A eleição na Romênia teve de ser repetida hoje depois que o cenário político do país foi abalado no ano passado, quando um tribunal superior anulou a eleição anterior, na qual o candidato de extrema direita Calin Georgescu liderou o primeiro turno, após alegações de violações eleitorais e interferência russa, que Moscou negou.

Georgescu, que compareceu ao lado de Simion em uma seção eleitoral em Bucareste, chamou a nova votação de "uma fraude orquestrada por aqueles que fizeram da mentira a única política de Estado", mas disse que estava lá para "reconhecer o poder da democracia, o poder do voto que assusta o sistema, que aterroriza o sistema".

O perfil oficial da Casa Branca nas redes sociais publicou neste domingo, 4, uma foto aparentemente gerada por inteligência artificial (IA) com o rosto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um corpo musculoso, com um sabre de luz vermelho e vestimentas que ficaram conhecidas na franquia de filmes Star Wars.

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"Feliz 4 de Maio a todos, incluindo os Lunáticos da Esquerda Radical que lutam arduamente para trazer Lordes Sith, Assassinos, Traficantes, Prisioneiros Perigosos e membros famosos da gangue MS-13 de volta à nossa Galáxia. Vocês não são a Rebelião - vocês são o Império. Que o 4 de Maio esteja com vocês.", apontou a mensagem do perfil oficial da Casa Branca na rede social X.

Trump vestido de papa

Essa não é a primeira foto gerada por inteligência artificial que foi publicada pelo governo Trump neste final de semana.

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