Bolsonaro: Haddad e Falcão vão ao STF para que Lira analise pedido de impeachment

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) e o ex-prefeito de São Paulo e candidato à presidência em 2018, Fernando Haddad (PT), entraram com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para obrigar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), a analisar um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro apresentado ao parlamento há mais de um ano, no dia 21 de maio de 2020.

Os políticos apontam inércia do presidente da Câmara "diante da recusa em exercer o juízo de admissibilidade sumário que lhe compete sobre a denúncia por crime de responsabilidade". Falcão e Haddad apontam que o papel de Lira é restrito à conferência dos requisitos formais de admissibilidade da denúncia de crime de responsabilidade, sem "adentrar ao mérito das alegações formuladas ou mesmo às suas condições intrínsecas de procedibilidade".

"O presidente da Câmara dos Deputados promove desvio de finalidade nítido, no exercício passivo de atribuições cogentes vinculadas a funções de desempenho obrigatório. Trata-se, portanto, da atitude afrontosa aos atributos do cargo que ocupa, além de constituir um rematado abuso de poder, ensejador do presente mandado de segurança", alegam.

O pedido de impeachment citado pelos petistas, engavetado há mais de um ano, foi apresentado à Câmara na esteira da participação do presidente em ato com faixas pedindo o fechamento do Congresso e do STF, além da volta do Ato Institucional nº5 (AI-5), o mais duro da ditadura, em frente ao quartel-general do Exército. Os atos antidemocráticos resultaram até em inquérito no STF.

No entanto, tal denúncia por crime de responsabilidade não é a única mencionada no mandado de segurança enviado ao STF. Falcão e Haddad argumentam que, mesmo após a apresentação de mais de uma centena de pedidos de impedimento, o presidente Jair Bolsonaro segue a cometer atos "incontestavelmente tipificados" como crimes de responsabilidade.

Nessa linha, os políticos apontam "severo prejuízo" decorrente da "inação" do presidente da Câmara, "ao impedir o trâmite da denúncia por crimes de responsabilidade e o livre exercício do direito parlamentar de deliberação", deixando de emitir qualquer posicionamento a respeito da denúncia apresentada em maio do ano passado.

De acordo com os petistas, além da falta de pronunciamento sobre os pedidos de impeachment, Lira tem dado declarações que "sinalizam que a falta de impulsionamento à denúncia deve-se ao seu posicionamento pessoal contrário ao impeachment". Uma das declarações citadas pelos petistas em tal sentido está relacionada ao "superpedido" de impeachment apresentado nesta semana ao Congresso.

"Tais assertivas consistem em verdadeiro pronunciamento antecipado de mérito e sinalizam que o Impetrado, a pretexto de realizar uma análise minudente do pedido, busca obstaculizar o processamento das denúncias, por não concordar com o seu teor", argumentam.

Já há pedido semelhante ao dos políticos em tramitação no Supremo, feito pelos advogados Thiago Santos Aguiar de Pádua e José Rossini Campos do Couto Corrêa. Em maio, o ministro do STF Kassio Nunes Marques negou o mandado de segurança que a dupla impetrou há cerca de um ano, com pedido para que o Supremo obrigasse o presidente da Câmara a avaliar um pedido de impeachment contra Bolsonaro.

Os advogados decidiram insistir no processo e pediram que o caso seja enviado ao Plenário da Corte e que os ministros fixem "prazo razoável" para a análise de denúncia por crime de responsabilidade contra o Presidente da República.

Defesa

A reportagem busca contato com o presidente da Câmara. O espaço está aberto para manifestações.

Em outra categoria

Dez pessoas morreram e outras 70 ficaram feridas após dois barcos com turistas naufragarem na China, informou a imprensa estatal nesta segunda-feira, 5. O acidente aconteceu na tarde de domingo, 4, depois que uma tempestade súbita de chuva e granizo atingiu as partes altas do rio Wu, um afluente do Yangtzé, o maior curso d'água da China, e afetou as condições de navegação cobrindo a superfície do rio com uma névoa densa.

Ao todo, 84 pessoas caíram na água; quatro ficaram ilesas e os feridos foram hospitalizados. Os barcos tinham capacidade máxima de cerca de 40 pessoas cada e não estavam superlotados, segundo o relato de testemunhas.

O incidente foi na cidade de Qianxi, no sudoeste da província de Guizhou. As montanhas e os rios dessa região são grandes atrações turísticas, e foram o destino de muitos chineses durante o feriado nacional de cinco dias, que termina nesta segunda.

Além dos dois barcos turísticos, outras duas embarcações foram afetadas; eles não transportavam passageiros, e os sete tripulantes conseguiram se salvar.

O presidente chinês, Xi Jinping, pediu "esforços totais" nas operações de busca e resgate dos feridos, segundo a agência estatal Xinhua.

Xi também destacou a importância de "reforçar as medidas de segurança em locais turísticos" e outros lugares com grandes aglomerações de pessoas. (Com agências internacionais).

Ministros do governo de Israel aprovaram planos para intensificar as operações militares na Faixa de Gaza, disse uma autoridade israelense nesta segunda-feira, 5, sob condição de anonimato.

De acordo com a fonte, os planos envolvem a reivindicação de mais áreas no enclave palestino, onde metade do território já está sob controle israelense.

A aprovação ocorreu um dia depois de o país anunciar a convocação de dezenas de milhares de soldados da reserva para as operações em Gaza, que teriam como objetivo aumentar a pressão sobre o Hamas pela negociação de um cessar-fogo. Fonte: Associated Press.

O presidente Donald Trump disse que está instruindo o seu governo a reabrir e expandir Alcatraz, a notória antiga prisão em uma ilha da Califórnia. A prisão foi fechada em 1963. A Ilha de Alcatraz atualmente é operada como um ponto turístico.

"Estou instruindo o Departamento de Prisões, juntamente com o Departamento de Justiça, o FBI e a Segurança Interna, a reabrir uma Alcatraz substancialmente ampliada e reconstruída, para abrigar os criminosos mais cruéis e violentos dos Estados Unidos", escreveu Trump em mensagem no site Truth Social na noite deste domingo.

Ainda segundo ele, a reabertura de Alcatraz servirá como um "símbolo de Lei, Ordem e Justiça". A ordem foi emitida em um momento em que Trump vem entrando em conflito com os tribunais ao tentar enviar membros de gangues acusados para uma prisão notória em El Salvador, sem o devido processo legal. Trump também falou sobre o desejo de enviar cidadãos americanos para lá e para outras prisões estrangeiras.