Alvorada tem manhã sem apoiadores de Bolsonaro; governo diz que viagem justifica

Política
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não fez sua tradicional parada na saída do Palácio da Alvorada para conversar com apoiadores. O motivo: não havia ninguém no local onde ele costuma interagir com simpatizantes. De acordo com relatos de fotógrafos que cobrem diariamente as atividades do chefe do Executivo, o número de presentes ao chamado "cercadinho" tem se reduzido desde o último fim de semana, coincidindo com o aumento das denúncias de irregularidades de compras de vacina pelo governo federal.

Segundo a Secretaria de Comunicação do Planalto (Secom), o presidente não fala com apoiadores quando tem viagens no período da manhã, como a de hoje, para Ponta Porã (MS), onde participou de cerimônia inauguração na Aeronáutica. A saída de Brasília ocorreu às 9h30, de acordo com a Agenda Oficial.

No entanto, Bolsonaro atendeu apoiadores, por exemplo, na manhã do último dia 18, quando compareceu à cerimônia de entrega de títulos de propriedade rural em Marabá (PA), evento que ocorreu no mesmo horário. A comitiva partiu um pouco mais cedo, às 9h daquele dia. Confrontada com a informação, a Secom ainda não se manifestou oficialmente.

Um dos pilares da campanha presidencial que elegeu Bolsonaro, o discurso anticorrupção da base orgânica do governo tem sido minado por denúncias de corrupção. Segundo reportagem publicada ontem pela Folha, que teve acesso a troca de e-mails, o governo pediu pagamento de propina de US$ 1 por dose de vacina para assinar contrato de aquisição de imunizantes com a empresa Davati Medical Supply.

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que vai convocar Luiz Paulo Dominguetti, autor da denúncia, para depor na comissão. Este caso se soma à acusação do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) de que o presidente teria ignorado alertas para irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin.

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.