Luciano Huck: Democracia está em risco no Brasil

Política
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O apresentador Luciano Huck afirmou que a democracia no Brasil está em risco. O caminho para defendê-la, segundo ele, é a educação. "A democracia está em risco no Brasil. Atritos entre os poderes são a força da nossa democracia. Um dos poderes está atuando de maneira muito controversa, muito pouco produtiva para a democracia", disse Huck, em referência ao governo de Jair Bolsonaro, sem citá-lo, durante live na noite deste domingo, 27.

A desinformação, na sua visão, tem sido usada, cada vez mais, de maneira estratégica por parte dos "governos que não são muito apaixonados pela democracia". "A desinformação virou um modo de governar, o que é perigosíssimo", disse Huck.

Como exemplo, ele mencionou a propagação da existência de super notificação de mortes no Brasil por covid-19, com suposto endosso do Tribunal de Contas da União (TCU). "Este é o grande perigo: a destruição das instituições, pegar parte da sociedade e arrastá-la através de uma política populista, fiscalmente irresponsável, onde você compra setores para obter apoio", afirmou Huck. Ainda que governos tenham sido eleitos democraticamente, conforme ele, tais ações não fortalecem a democracia.

Huck defendeu ainda a necessidade de o Brasil evoluir do lado da educação e acabar com o "jeitinho brasileiro" que, segundo ele, é ponte para "coisas endêmicas" no País. "Não é botar um na cadeia. É educação... É através da educação 1, 2, 3. É permitir que o CEP em que a pessoa nasceu não determine a qualidade de educação e as oportunidades que ela terá na vida". "Temos de combater a desigualdade de oportunidade no País", acrescentou.

Novamente, ele reforçou o coro pela construção de um projeto para o Brasil em conexão com as ruas, com as pessoas. "A gente tem de defender a democracia, que está em risco. A gente só vai conseguir um projeto de país se ele se conectar com as pessoas, que olhe para frente, resgate a esperança, o direito de sonhar". "Qualquer outra narrativa, a memória do passado será mais importante", disse Huck.

A live é organizada pelo Parlatório, uma organização sem fins lucrativos, e ocorre neste domingo. Entre os participantes do encontro virtual estão os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer, banqueiros como o presidente do Credit Suisse no Brasil, José Olympio; do UBS, Sylvia Coutinho, os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Luiz Fernando Furlan, além de empresários como Chaim Zaher, Jorge Gerdau, entre outros.

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O Escritório Federal para a Proteção da Constituição, serviço de inteligência nacional alemão, informou nesta sexta-feira, 2, que classificou o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), o segundo mais votado nas eleições nacionais de fevereiro, como uma organização "extremista de direita", o que coloca suas atividades sob uma vigilância mais ampla e rigorosa.

Segundo a agência, o partido é como uma ameaça à ordem democrática do país e "desrespeita a dignidade humana" - em particular pelo que chamou de "agitação contínua" contra refugiados e migrantes. A decisão da Alemanha, porém, corre o risco de alimentar as alegações de perseguição política do partido.

Os líderes do partido, Alice Weidel e Tino Chrupalla, classificaram a medida como "um duro golpe para a democracia alemã" e disseram que a classificação teve motivação política, o que o governo nega. "A AfD continuará a se defender legalmente contra essas difamações que colocam a democracia em risco", afirmaram Weidel e Chrupalla.

A agência reguladora de privacidade de dados da Irlanda multou o TikTok em cerca de US$ 600 milhões por não garantir que os dados de usuários enviados à China estejam protegidos de vigilância estatal, um golpe nos esforços da empresa para convencer os países ocidentais de que seu uso é seguro.

A Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (CPI) divulgou nesta sexta-feira, 2, que o TikTok não conseguiu demonstrar que quaisquer dados de usuários enviados à China estão protegidos do acesso governamental sob as leis chinesas que abrangem questões como espionagem e segurança cibernética.

O órgão regulador irlandês, que lidera a aplicação da lei de privacidade da União Europeia (UE) para o TikTok, ordenou que o aplicativo de vídeos pare de transferir dados de usuários para a China dentro de seis meses se não puder garantir o mesmo nível de proteção que na UE.

O órgão regulador afirmou também que o TikTok admitiu no mês passado ter armazenado dados limitados de usuários europeus na China, apesar de ter negado anteriormente. O TikTok informou à agência que, desde então, excluiu esses dados. A CPI informou nesta sexta-feira que está discutindo com seus pares da UE se deve tomar novas medidas contra a empresa sobre o assunto.

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou que teve uma conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na terça-feira passada e que combinaram um encontro na Casa Branca na próxima terça-feira, 6 de maio. Segundo o líder canadense, o foco das negociações serão tanto as pressões comerciais imediatas quanto o relacionamento econômico e de segurança futuro.

"Trump não mencionou o 51º Estado na ligação", disse Carney, em referência às falas do republicano de tornar o país-vizinho como mais um estado americano. "Não espero um acordo imediato na reunião em Washington. Espero conversas difíceis, mas construtivas, com Trump", acrescentou, ao classificar Trump como "um bom negociador".