'Brasil vive duas crises, a do vírus e a da ignorância', diz presidente do Conass

Política
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O presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, afirmou neste sábado, 19, em nota, que o Brasil vive duas crises: a do vírus e a da ignorância. O Brasil ultrapassou a marca de 500 mil mortes pela covid-19 neste sábado, em um cenário de vacinação lenta, baixa adesão às medidas de isolamento social e sem políticas nacionais de testagem em massa.

"Já são 500 mil vítimas - mais de 300 mil nos últimos cinco meses. Contra a lógica e a ciência, alguns governantes questionam a dimensão da tragédia, lançam dúvidas sobre medidas comprovadamente eficazes para reduzir o risco do contágio e desdenham da vacina", afirma a nota subscrita por Carlos Lula.

"Temos, portanto, duas crises: a do vírus e a da ignorância. Essa perigosa combinação expõe mais pessoas ao risco de contágio e dificulta ainda mais as estratégias de prevenção da doença." Em nota, o Conselho reforçou seu "apelo por uma coordenação nacional que unifique os discursos e as ações para que, assim, tomemos todas as medidas possíveis capazes de mudar essa triste realidade".

Veja a íntegra da nota do conass

"500 MIL ÓBITOS POR CAUSA DA COVID-19

O luto domina o Brasil. Passados quinze meses do primeiro óbito por Covid-19 no país, poucos são os brasileiros que não sofrem pela perda de um parente, um amigo próximo, um colega de trabalho, um vizinho. Já são 500 mil vítimas - mais de 300 mil nos últimos cinco meses. Contra a lógica e a ciência, alguns governantes questionam a dimensão da tragédia, lançam dúvidas sobre medidas comprovadamente eficazes para reduzir o risco do contágio e desdenham da vacina.

Temos, portanto, duas crises: a do vírus e a da ignorância. Essa perigosa combinação expõe mais pessoas ao risco de contágio e dificulta ainda mais as estratégias de prevenção da doença.

Os reflexos são inequívocos! Somos o segundo país em números de óbitos diários. Estamos atrás apenas da Índia com seus 1,3 bilhão de habitantes. Dados reunidos pela Universidade de Pelotas, também não deixam dúvidas. O Brasil, com 2,7% da população mundial, detém 12,8% dos óbitos por Covid-19 no mundo. Enquanto a proporção de mortes por Covid-19 no mundo é de 488 por milhão de habitantes, aqui é de 2.293.

O número de casos novos voltou a crescer. Sofremos com a alta ocupação de leitos de UTI e com a escassez de medicamentos para intubação, o que aumenta ainda mais a pressão sobre os trabalhadores de saúde, exauridos física e mentalmente devido à longa jornada no enfrentamento à Covid-19.

O desempenho do país no tratamento de pacientes e controle da epidemia poderia e pode ser melhor.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) reforça seu apelo por uma coordenação nacional que unifique os discursos e as ações para que, assim, tomemos todas as medidas possíveis capazes de mudar essa triste realidade.

É preciso vacinar mais brasileiros e de forma mais rápida. Buscar integrantes de grupos prioritários que ainda não foram imunizados; reforçar a adoção das medidas não medicamentosas e promover uma campanha de comunicação bem estruturada.

É urgente ainda que a gestão federal do SUS fortaleça o pacto federativo e volte a assumir o importante papel de coordenador do sistema. Além disso, discussões sobre a modernização do sistema de saúde, quando necessárias, devem ser amplas, envolvendo governos federal, estaduais e municipais e representantes da sociedade.

Apenas unidos seremos capazes de superar os desafios que a pandemia nos trouxe. É preciso diálogo, transparência e ação coordenada. Só assim sairemos da pandemia com um sistema público de saúde forte e consolidado como a maior política de inclusão social do povo brasileiro. O Conass se coloca à disposição dos que assim procederem e dos que defendam a saúde da população e o SUS.

Carlos Lula."

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O líder conservador Friedrich Merz não conseguiu ser eleito o 10º chanceler da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial na primeira rodada de votação realizada no Parlamento alemão nesta terça-feira, 6. Merz, do partido União Democrata-Cristã (CDU, pela sigla em alemão), recebeu seis votos a menos que o mínimo necessário para se tornar o novo chanceler do país, frustrando expectativas de uma votação bem-sucedida.

Merz precisava de 316 de um total de 630 votos. Ele recebeu apenas 310 votos. Os partidos alemães deverão agora se reagrupar para discutir o próximo passo, mas ainda não há clareza de quanto tempo o processo poderá levar.

A câmara baixa do Parlamento, conhecida como Bundestag, tem 14 dias para eleger um candidato por maioria absoluta. Em caso de novo fracasso, a Constituição permite que o presidente alemão nomeie o candidato que obtiver mais votos para chanceler ou dissolva o Bundestag e convoque uma nova eleição nacional. Fonte: Associated Press.

O governo Donald Trump informou que a Universidade de Harvard não poderá receber novos subsídios federais para a pesquisa até cumprir com as exigências, que colocaram a universidade mais rica e prestigiada o país em rota de colisão com a Casa Branca.

O bloqueio foi comunicado em carta enviada pelo Departamento de Educação ao reitor da universidade e confirmado em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 5. O representante do departamento disse à imprensa que Harvard não receberá novos subsídios federais até que "demonstre uma gestão responsável da universidade" e atenda às exigências do governo.

A Casa Branca já havia congelado US$ 2,2 bilhões em subsídios federais destinados à universidade. Em outra frente, Trump pressiona para que Harvard perca o seu status de isenção fiscal enquanto tenta forçar a instituição de ensino a atender suas demandas.

A carta foi a primeira resposta significativa do governo desde que Harvard entrou com ação judicial na tentativa de impedir o corte bilionário de verbas. "Esta carta é para informá-lo de que Harvard não deve mais buscar subsídios do governo federal, pois nenhum será fornecido", escreveu a secretária da Educação Linda McMahon ao reitor Alan Garber.

O documento estipula que Harvard deve abordar preocupações relacionadas ao antissemitismo no campus; revisar políticas raciais; e responder a queixas de que teria abandonado a busca pela "excelência acadêmica" ao empregar relativamente poucos professores conservadores, segundo a visão do governo.

Representantes de Harvard não responderam imediatamente ao pedido de comentário.

A ameaça sugere que o governo pode estar alterando ou reforçando suas táticas contra as universidades. Inicialmente, a Casa Branca havia retirado subsídios existentes - medida drástica, mas que deixa margem para contestações na Justiça, como no caso de Harvard.

Representantes do setor em todo país tem expressado de forma reservada preocupações com uma campanha mais ordenada de pressão sobre as universidades, que seria mais difícil de reverter nos tribunais.

O embate com Harvard começou quando o governo Donald Trump enviou, no mês passado, um série de exigências à universidade. A lista incluía a obrigatoriedade de relatar ao governo federal quaisquer estudantes internacionais acusados de má conduta e a nomeação de um supervisor externo para garantir que os departamentos acadêmicos fossem "diversos em termos de pontos de vista".

A universidade se negou a cumprir as demandas da Casa Branca e denunciou uma tentativa de interferir na liberdade acadêmica. Na ação judicial, Harvard acusou o governo Donald Trump de tentar exercer um "controle inédito e indevido".

No ano fiscal de 2024, os recursos federais para pesquisa representaram cerca de 11% do orçamento de Harvard - aproximadamente US$ 687 milhões. Embora o fundo patrimonial da universidade ultrapasse os US$ 53 bilhões, grande parte desse valor é restrito, o que limita como a instituição pode utilizá-lo.

O congelamento duradouro dos novos subsídios poderia causar um caos financeiro para Harvard, que já está elaborando planos de contingência e buscando captar recursos no mercado de títulos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A primeira-ministra da província canadense de Alberta, Danielle Smith, disse que realizará um referendo no próximo ano que poderá incluir uma votação sobre a separação do Canadá.

Smith afirmou que não apoia a separação no site do governo da província e em sua página no Facebook, mas acrescentou que, caso os cidadãos de Alberta reúnam as assinaturas necessárias, uma pergunta sobre a separação poderá fazer parte da votação de 2026. "Nosso governo respeitará o processo democrático", enfatizou ela.

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Uma porta-voz de Carney não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.