Dirigentes partidários apostam em 'maioria silenciosa' contra Lula e Bolsonaro

Política
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Um almoço reunindo dirigentes de sete partidos de correntes de centro avançou no compromisso de buscar unidade na construção de uma candidatura presidencial de terceira via para 2022. Sem ainda definir o nome de quem disputará a eleição, a ideia é apostar na "maioria silenciosa" do eleitorado que não quer votar nem no presidente Jair Bolsonaro nem no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os dois nomes que polarizam a disputa nesse momento.

"O número de brasileiros que se posiciona hoje torcendo para que surja uma nova alternativa é maior do que o eleitorado de Bolsonaro e Lula. Mas essa é uma maioria silenciosa. Uma maioria que nem está com bandeira na rua, nem está em cima de uma moto no final de semana. É para esses brasileiros que nós queremos falar e dizer que a democracia vai oferecer alternativa. E o nosso grande esforço é que essas alternativas estejam concentradas", afirmou o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo.

A decisão de não discutir ainda quem será o candidato foi estratégica. A ideia é agregar o maior número possível de partidos em torno do projeto da terceira via contra Bolsonaro e Lula. "Se discutíssemos nomes hoje, a gente não se reunia pela segunda vez", disse o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire. Participaram do encontro representantes do PSDB, DEM, MDB, Cidadania, Podemos, PV e Solidariedade.

Na prática, porém, a corrida por essa indicação está se restringindo cada vez mais. Hoje estão na lista o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), que propôs a reunião, além dos quatro nomes do PSDB que disputarão as prévias tucanas: João Doria, Eduardo Leite, Tasso Jereissati e Artur Virgílio.

"Dessa reunião, saiu um conceito de unidade, de pacificação de País, de zelo pela democracia", disse Mandetta. "Há um compromisso desse conjunto de partidos de, no primeiro turno, não participarem dessas alternativas que estão aí postas e apostar que há uma chance real de colocar no segundo turno alguém que faça parte desse projeto", acrescentou Araújo.

Na conversa, o presidente do DEM, ACM Neto, apoiou a unidade na montagem da candidatura de terceira via, apesar de seu partido ter três ministros no governo Bolsonaro. A preocupação com uma possível posição dúbia de ACM Neto foi posta de lado por Mandetta. "Ele já deixou bem claro que não vai estar com Bolsonaro."

Participaram do almoço: ACM Neto e os ex-ministros Mandetta e Mendonça Filho, pelo DEM; Bruno Araújo pelo PSDB; Roberto Freire pelo Cidadania; a presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu; o presidente nacional do PV, José Luiz Penna; o deputado Herculano Passos pelo MDB; e o deputado Áureo Ribeiro pelo Solidariedade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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