'Pesquisa é o retrato do momento e Bolsonaro está no seu pior momento', diz Lira

Política
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Para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o presidente Jair Bolsonaro, seu aliado, está em seu pior momento devido às complicações com as vacinas contra a covid-19 no País e ao período de três meses, no início do ano, sem o auxílio emergencial. Essa situação, para Lira, foi refletida nas pesquisas mais recentes de intenção de voto para 2022, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria em "seu melhor momento".

De acordo com o presidente da Câmara, é cedo para analisar o cenário das próximas eleições e, até lá, o Centro vai escolher qual dos dois lados da polarização "é melhor para governar".

"A pesquisa é o retrato do momento. Estamos com uma complicação de vacina, uma ausência que passou três meses sem o auxílio emergencial, a população mais carente privada. Então, na minha visão, o presidente Bolsonaro está no seu pior momento e o candidato e ex-presidente Lula está no seu melhor momento. Então, fazer uma análise de quem vai estar melhor ou pior daqui um ano, é muito relativo. Acho que as coisas têm de andar na sua normalidade", disse Lira nesta terça-feira em evento do BTG Pactual.

Lira disse ainda que não acredita na possibilidade de uma terceira via. "Não houve desde 1989", afirmou. "Nessa eleição, com a polarização que existe, eu não acredito que vá haver terceira via, porque os dois vão convergir para o centro e o centro vai escolher qual melhor dos dois para governar em 2022", afirmou.

Jair Bolsonaro ainda está sem partido e já foi convidado a se filiar à legenda de Lira, o Progressistas. Lira, no entanto, não quis comentar sobre esse assunto e disse que o tema fica a cargo do presidente da sigla, o senador Ciro Nogueira.

Lira ainda fez uma série de acenos ao mercado financeiro. "Ser ou não ser a favor do mercado? É como perguntar o sr. é a favor da lua ou do ar?", disse. Ele citou aprovações do Congresso, como a medida provisória que abre o caminho para a privatização da Eletrobras e também a autonomia do Banco Central. "Podem ter certeza que não tenho medo nem do tombo e nem do coice", disse.

Apesar de acreditar na existência da polarização, o presidente da Câmara afirmou que é preciso afastar a ideia dos extremos na política brasileira e que o Congresso Nacional faz o papel do caminho do meio. Ele criticou ainda a polarização na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado. Lira é contra a investigação nesse momento.

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O ministro federal da Informação do Paquistão, Attaullah Tarar, afirmou nesta quarta-feira (horário local), 7, que o país retaliou os recentes ataques da Índia e que três jatos e um drone indiano foram abatidos.

"A Índia realizou ataques covardes contra civis inocentes e mesquitas no Paquistão, desafiando a honra e o orgulho dessa nação. Agora, estejam preparados. Esta nação responsabilizará o inimigo por cada gota de sangue de seus mártires. As Forças Armadas estão dando uma resposta esmagadora, exatamente de acordo com os sentimentos do povo. A nação inteira está unida em orações e solidariedade aos nossos bravos oficiais e soldados", escreveu Tarar na rede X.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, condenou os ataques aéreos da Índia e disse o país "tem todo o direito de dar uma resposta firme" ao "ato de guerra imposto pela Índia".

*Com informações da Associated Press

A Índia anunciou nesta terça-feira, 6, o lançamento de mísseis contra nove alvos no Paquistão e na região da Caxemira após dias de tensões entre os dois países. As autoridades paquistanesas informaram que duas pessoas ficaram feridas e uma criança morreu.

O ataque escala as tensões entre os países vizinhos, que possuem armas nucleares.

As autoridades indianas informaram que os ataques foram direcionados contra "infraestruturas terroristas", em resposta ao ataque no território da Caxemira controlado pela Índia, que deixou 26 turistas hindus mortos no mês passado. O Paquistão prometeu retaliar.

A Índia culpa o Paquistão por apoiar grupos separatistas da Caxemira, uma região que é ocupada por Índia, Paquistão e China. Islamabad nega apoiar esses grupos.

Segundo o Ministério da Defesa da Índia, o ataque não teve nenhuma instalação militar do Paquistão como alvo. "Nossas ações foram focadas, comedidas e de natureza não escalonada", diz um comunicado. "A Índia demonstrou considerável contenção na seleção de alvos e no método de execução."

Os mísseis atingiram locais na Caxemira paquistanesa e na província de Punjab, no leste do país, de acordo com três autoridades de segurança paquistanesas. Um deles atingiu uma mesquita na cidade de Bahawalpur, em Punjab, e matou uma criança, além de deixar dois feridos.

Entenda as tensões atuais

No dia 22 de abril, um grupo armado atacou turistas na cidade de Pahalgam, na parte indiana da região, matando 25 indianos e 1 nepalês. O Paquistão negou envolvimento com o ataque, reivindicado por um grupo terrorista islâmico pouco conhecido chamado Frente de Resistência - que tinha hindus como alvo. A Índia acusa Islamabad de armar e abrigar o grupo. O Ministério da Defesa do Paquistão sugeriu que o ataque foi uma "operação de false flag".

No dia seguinte ao atentado, Nova Délhi expulsou diplomatas, suspendeu vistos e fechou fronteiras terrestres com o Paquistão. Islamabad respondeu suspendendo acordos bilaterais, fechando fronteira e espaço aéreo a companhias indianas, e impondo sanções comerciais.

Desde 24 de abril há registros de trocas diárias de tiros na Caxemira e ambos os exércitos estão em alerta máximo. Apesar dos arsenais nucleares, a tendência é que nenhum lado acione armas atômicas a menos que esteja encurralado. Mas mesmo confrontos convencionais poderiam ser devastadores.

Nos últimos dias, a Índia também suspendeu o Tratado das Águas do Indo, assinado em 1960, que garante o acesso do Paquistão ao rio Indo, responsável por 90% de sua irrigação. Em resposta, Islamabad afirmou que se a Índia reduzir a quantidade de água que lhe é atribuída, isso seria considerado um ato de guerra. (COM INFORMAÇÕES DA AP)

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou ter tido uma "conversa muito construtiva" com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após um encontro na Casa Branca nesta terça-feira, 6. Segundo Carney, o diálogo marcou o "começo do fim de um processo de redefinição da relação Canadá-EUA". O dirigente seguiu categórico ao rejeitar qualquer possibilidade de anexação do país ao vizinho.

"Canadá não está e nunca estará à venda", reiterou em entrevista coletiva, repetindo declaração anterior, em resposta a comentários de Trump sobre o país, eventualmente, se tornar o "51º estado americano". O premiê disse ter sido "muito claro" com o americano quanto à sua posição: "Fui muito claro com Trump que negociações serão feitas como dois países soberanos", afirmou. "É preciso separar o desejo da realidade. Pedi que ele parasse de falar sobre o Canadá se tornar o 51º estado dos EUA. É neste ponto que começa uma discussão séria", completou.

Ao comentar as tensões comerciais entre os dois países, Carney avaliou que "estabelecemos uma boa base hoje" para o avanço das conversas, mas reconheceu que "não tivemos decisões sobre tarifas". Ele ressaltou a complexidade do tema: "A discussão tarifária com os EUA é muito complexa. Estamos abordando uma grande quantidade de questões, por isso o progresso não será necessariamente evidente durante as negociações, mesmo que estejamos progredindo".

Ainda assim, o primeiro-ministro demonstrou otimismo. "Queremos seguir adiante com negociações comerciais com os americanos" e "veremos quanto tempo vai levar até os EUA tirarem as tarifas sobre o Canadá". Carney adiantou que ele e Trump concordaram em manter novas rodadas de diálogo nas próximas semanas, inclusive durante o encontro do G7.

Ao fim da reunião, o premiê destacou que "a postura de Trump e o quão concretas foram as discussões me fazem me sentir melhor". Apesar disso, reconheceu que "ainda temos muito trabalho pela frente e estamos totalmente empenhados". Por fim, assegurou ao republicano que "nossas medidas contra a entrada de fentanil nos EUA estão funcionando".