Omar Aziz diz que CPI pode fazer acareação entre Pazuello, Wajngarten e Pfizer

Política
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O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), considera a possibilidade de uma acareação, dentro do colegiado, entre o ex-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo federal Fabio Wajngarten o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e a Pfizer. A declaração foi dada na noite desta segunda-feira (3) ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Na semana passada, Wajngarten disse à revista Veja que travou "intenso duelo" com Pazuello para viabilizar a compra de vacinas contra a covid-19 da Pfizer, rejeitadas pelo governo federal em setembro de 2020. A farmacêutica ofereceu à administração do presidente Jair Bolsonaro doses que poderiam ser entregues ainda em dezembro do ano passado, antes, portanto, do início da vacinação nacional, mas o Ministério da Saúde não deu andamento às tratativas.

Aziz ainda admitiu, ainda, a possibilidade de ouvir, na CPI, médicos que defendem o uso de cloroquina no tratamento da covid-19. O medicamento não tem eficácia comprovada para a doença. "Todos os requerimentos serão analisados por mim. Se o pleno quiser chamar quem defende cloroquina, vou me curvar à maioria", disse o senador.

Impeachment

Omar Aziz avaliou que o presidente Jair Bolsonaro "foi negacionista" desde o primeiro momento da pandemia de covid-19, estimulando aglomerações e o uso de remédios sem eficácia comprava contra a doença. Ao mesmo tempo, Aziz evitou atribuir culpa direta, neste momento, da gravidade da pandemia no País ao chefe do Palácio do Planalto. "Ainda é muito precipitado falar em punições a alguém, muito menos falar em impeachment. Seria uma irresponsabilidade", declarou o senador na entrevista, destacando que as investigações do colegiado ainda nem começaram.

Aziz reafirmou que a CPI da Covid "não vai dar em pizza" e que haverá encaminhamento de punições, "de quem quer que seja", caso os senadores da comissão julguem necessário. "Vamos investigar tudo. Espero que possamos concluir os trabalhos em 90 dias", disse, garantindo que não deixará haver "politização" das sessões do colegiado.

Embora próximo ao governo, o presidente da CPI da Covid é considerado do grupo dos "independentes" do órgãos e é crítico à condução da pandemia pelo Planalto. Durante a entrevista na noite desta segunda, Aziz fez apontamentos à gestão do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), que rompeu com Bolsonaro. O ex-ministro será ouvido na CPI nesta terça-feira.

"Não conseguíamos falar com ele, estava na televisão 24 horas por dia", disparou. "Os médicos cubanos fizeram falta na pandemia. Não tem médico a torto e a direito no Brasil", acrescentou. O programa Mais Médicos, vitrine do governo Dilma Rousseff (PT), foi encerrado por Mandetta e Bolsonaro antes da descoberta do novo coronavírus.

Omar Aziz criticou a declaração do ministro da Justiça, Anderson Gomes, de que vai requisitar à Polícia Federal informações sobre o repasse de verbas federais a Estados e municípios. "É uma falta de assunto. O ministro da Justiça precisa trabalhar mais em outras áreas e deixar questão política", afirmou Aziz. "Ministros do governo poderiam contribuir mais para soluções na saúde e na economia".

A fala de Gomes, feita à revista Veja na semana passada, foi interpretada como uma ameaça à comissão de inquérito. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), quer convocar o ministro da Justiça ao colegiado para explicar a declaração.

Aziz também criticou a falta de barreiras sanitárias no País para conter a contaminação pelo novo coronavírus. Por outro lado, falou em mudança de comportamento do governo após a instalação da comissão que pretende investigar a atuação do governo durante a pandemia. "Você sai da soberba e, depois da CPI, vai para a humildade", declarou o senador, citando o apelo do ministro da Saúde, Marcelo Quiroga, à Organização Mundial da Saúde (OMS) por mais vacinas. "Antes, isso não acontecia".

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A comitiva de autoridades que acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem à Rússia contará com a participação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e do vice-presidente da Câmara Elmar Nascimento (União-BA). Além disso, também contará com os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, e o assessor-chefe da Assessoria Especial, embaixador Mauro Vieira, de acordo com lista divulgada pelo Palácio do Planalto.

Esta será a terceira viagem feita por Lula da qual Alcolumbre participará. Os dois já estiveram juntos na comitiva que viajou ao Japão, em março, e à Itália para o velório do papa Francisco, em abril.

O início da viagem está previsto para esta terça-feira, 6, à noite, quando Lula partirá de Brasília às 22h rumo a Casablanca. A chegada do chefe do Executivo brasileiro à Rússia é esperada para quarta-feira, 7.

No país, o petista participará da celebração dos 80 anos do "Dia da Vitória", quando os russos celebram a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na segunda guerra mundial. Ainda, terá encontros bilaterais com o presidente Vladimir Putin e com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico.

Na reunião com Putin, Lula deve fazer uma menção à questão da necessidade de reequilibrar a balança comercial entre Brasil e Rússia. "Nós importamos dois produtos que são fundamentais, fertilizantes são fundamentais até para o nosso setor exportador, e diesel também, mas nós queremos ampliar as nossas exportações para a Rússia", disse o secretário de Ásia e Pacífico, embaixador Eduardo Paes Saboia.

O ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Asif, alertou nesta terça-feira, 6, para um possível conflito "inevitável" com a Índia, motivado pela disputa por recursos hídricos e por um ataque que matou sete soldados paquistaneses e foi atribuído por autoridades paquistanesas aos indianos. As informações são da imprensa local.

Segundo um canal de TV do país, Asif afirmou que um confronto com a Índia está próximo. "Foi dito no briefing de hoje que a agressão da Índia é esperada", declarou. Ele também teria ameaçado retaliar caso o governo indiano bloqueie o fluxo de água destinado ao Paquistão.

"Se os governantes indianos tentarem bloquear a água do Paquistão, eles vão se afogar nela", disse Asif, segundo a mídia local. O ministro ainda teria afirmado que o país está pronto para destruir qualquer estrutura construída pela Índia no rio Indo.

As declarações vieram poucas horas após um atentado no sudoeste do Paquistão. Uma bomba caseira atingiu um veículo militar no distrito de Kachhi, matando sete soldados. O Exército paquistanês responsabilizou o grupo armado Baloch Liberation Army (BLA), que, segundo o Paquistão, teria ligações com a Índia, que nega. A Al Jazeera observou que não há evidências públicas dessa conexão, e nem o BLA nem o governo indiano comentaram as acusações.

O presidente Asif Ali Zardari e o primeiro-ministro Shehbaz Sharif condenaram o ataque e elogiaram o sacrifício das forças de segurança. A tensão aumentou ainda mais depois que o premiê indiano, Narendra Modi, anunciou que a Índia passará a reter águas antes compartilhadas com o Paquistão. "Antes, a água da Índia também ia para fora. Agora, a água da Índia fluirá para sua parte... e será utilizada pela própria Índia", disse Modi, segundo a Reuters.

O Paquistão já havia advertido que qualquer interferência em seus rios seria vista como um "ato de guerra", conforme reportou a France 24. O tratado de 1960, que garantia ao Paquistão o uso de 80% da água para fins agrícolas, foi suspenso por Nova Délhi após um ataque terrorista na Caxemira indiana, atribuído a militantes ligados ao Paquistão.

*Com informações da Associated Press

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, conversou por telefone nesta terça-feira, 6, com o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e os líderes discutiram aspectos da situação atual no Oriente Médio, além de "algumas questões bilaterais urgentes", de acordo com uma mensagem russa enviada via Telegram.

Hoje, o líder russo também conversou com o presidente da República Islâmica do Irã, Masoud Pezeshkian, sobre questões relativas ao desenvolvimento da cooperação entre os dois países com base no Tratado Bilateral de Parceria Estratégica Abrangente, assinado durante uma visita oficial do presidente iraniano à Rússia em 17 de janeiro.

"Foi dada especial atenção à expansão de laços mutuamente benéficos no comércio e na economia, inclusive por meio da implementação de importantes projetos conjuntos em transporte e energia", mencionou outra nota do governo russo no Telegram.

"Os líderes trocaram opiniões sobre questões internacionais e regionais urgentes, incluindo o andamento das negociações entre o Irã e os EUA sobre o programa nuclear iraniano, que estão sendo mediadas por Omã", acrescenta a nota, que menciona a disposição russa para facilitar o diálogo e alcançar o acordo "justo, baseado nos princípios do direito internacional".