'Estamos em um retrocesso significativo que exigiu o esforço', diz Reale Júnior

Política
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Autor do projeto que serve de base para proposta de substituição da Lei de Segurança Nacional, o jurista Miguel Reale Júnior diz que a mobilização se dá pelo recente uso frequente do instrumento.

Quais os principais problemas da Lei de Segurança Nacional?

A lei é marcadamente voltada para a manutenção do regime militar, mas mais amenizada, pois pretendia também cobrir, no futuro, um estado democrático de direito. Ou seja, é uma lei transitória, pois naquele momento se falava em questões como democracia relativa.

É uma lei antidemocrática?

Em vários aspectos ela é. A que mais se ressalta é a do artigo 26, que diz que é crime contra a segurança nacional caluniar ou difamar o presidente da República, Senado, Câmara ou STF.

Como a lei tem sido utilizada nos últimos anos?

No governo do presidente Fernando Henrique Cardoso ela não foi utilizada, nenhuma vez. Depois, foi utilizada por governos posteriores em alguns casos de violência. Agora é que ela está sendo realmente utilizada pelo governo Bolsonaro para perseguir críticos.

O uso frequente da lei no governo Bolsonaro acelerou a discussão sobre o tema no Congresso?

A mobilização em torno de uma nova lei vem, sim, de sua utilização mais frequente, seja pelo então ministro Sérgio Moro ou, depois, pelo (André) Mendonça. Além de várias representações, vimos ações da polícia militar prendendo pessoas com base na lei vigente. O Congresso não se mexeu para aprovar a substituição da lei porque não se utilizava, e agora passou a usar. Estamos em um retrocesso significativo que exigiu esse esforço.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O Ministério das Relações Exteriores alemão rebateu as críticas de autoridades americanas à decisão do país de classificar a Alternativa para a Alemanha (AfD) como extremista de direita. "Aprendemos com nossa história que o extremismo de direita precisa ser combatido", afirmou, em comunicado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.