Associação de advogados públicos pede 'consulta a pares e mandato fixo' para AGU

Política
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A Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (Anafe) divulgou nota nesta terça-feira (30) em que defende a escolha para o cargo de advogado-geral da União "não apenas por seu notório saber jurídico e por sua reputação ilibada, mas também pelo compromisso com um projeto de aperfeiçoamento institucional da advocacia de Estado". Segundo a Anafe, é "crucial" que a escolha para a posição passe por mecanismos de consulta aos advogados federais e que o advogado-geral tenha mandato fixo.

A entidade cobra também compromisso formal com "integração de todos os advogados públicos" bem como "proteção institucional da independência técnica de seus membros". Para a associação, a escolha para o cargo "não deveria ser pensada com base nos mesmos critérios que orientam a escolha dos ministros do governo", uma vez que o cargo não é político.

A manifestação foi publicada um dia após o presidente Jair Bolsonaro anunciar nova troca no controle da Advocacia-Geral da União (AGU). Deixa o cargo José Levi Jr. e retorna ao comando do órgão André Mendonça, que havia deixado a AGU para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública após a saída do ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro. A troca ocorreu após Bolsonaro se indispor com Levi, que se recusou a assinar a ação proposta pelo presidente junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar o fechamento de setores econômicos em unidades da Federação.

Na última semana, o governo entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra os governos da Bahia, Rio Grande do Sul e Distrito Federal e as medidas impositivas para conter a disseminação do novo coronavírus. Contrariando o histórico da AGU, a ação não teve assinatura de Levi.

Segundo a Anafe, a troca no comando da AGU é uma oportunidade para reflexão "sobre a governança de uma das instituições mais importantes para a construção e a defesa do Estado Democrático de Direito no Brasil". A nota manifesta também desejo de sucesso a André Mendonça "na árdua tarefa de conduzir, novamente, essa importante instituição de Estado que é a AGU" e agradecimentos à José Levi pela "profícua passagem pela instituição".

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A Justiça da Bolívia restituiu na sexta-feira (2) a ordem de captura contra o ex-presidente Evo Morales por um caso de tráfico envolvendo uma menor, que tinha sido anulada por uma juíza no início da semana. O líder indígena acusa o governo de Luis Arce de orquestrar uma perseguição judicial contra ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério das Relações Exteriores alemão rebateu as críticas de autoridades americanas à decisão do país de classificar a Alternativa para a Alemanha (AfD) como extremista de direita. "Aprendemos com nossa história que o extremismo de direita precisa ser combatido", afirmou, em comunicado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.