Para deputados do Centrão, é preciso manter 'vigilância'

Política
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As demissões do ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva e dos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica criaram um clima de apreensão no Centrão, base de apoio do presidente Jair Bolsonaro no Congresso. Na avaliação de deputados, é preciso manter a "vigilância" diante das mudanças abruptas promovidas no comando das Forças Armadas e da motivação do presidente para fazê-las.

Generais teriam se recusado a referendar posições políticas do governo e a confrontar os demais Poderes nas vezes em que contrariaram Bolsonaro. Azevedo e Silva foi demitido do cargo pelo presidente em uma reunião que durou apenas alguns minutos, na tarde de anteontem. "Preservei as Forças Armadas como instituições de Estado", escreveu ele ao deixar o governo. Na manhã desta terça, 30, foi a vez de Edson Leal Pujol (Exército), Ilques Barbosa Júnior (Marinha) e Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica) serem demitidos em uma reunião com o novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto.

Embora os comandantes das três Forças já cogitassem entregar os cargos, eles não puderam falar sobre o assunto: Braga Netto abriu o encontro anunciando a demissão dos três. Segundo disse o novo ministro, as mudanças foram necessárias para garantir o "realinhamento" das Forças ao governo. É a primeira vez que o comando dos três ramos das Forças Armadas é trocado simultaneamente.

"É um movimento sem precedentes na história, o que faz com que todo mundo fique receoso. Mas eu sou daqueles que confiam na maturidade das nossa democracia, no compromisso das Forças Armadas com o regime democrático e com a Constituição. Ficamos receosos, existe vigilância", disse o vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM).

O deputado defendeu a convocação do general Braga Netto para que ele explique ao Congresso o motivo das trocas no comando militar. "Se não há nada de extraordinário (na troca), acho que seria de bom tom, para passar uma mensagem de estabilidade e retirar esse receio que efetivamente existe, o general esclarecer as mudanças", afirmou Ramos.

Um requerimento convocando o novo ministro da Defesa foi apresentado ontem pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O texto ainda precisa ser aprovado.

"Primeiro, ficou muito claro que o ex-ministro da Defesa (Fernando Azevedo e Silva) e o comando das Forças Armadas estavam muito alinhados com o estado democrático de direito (...). Eu acho que essa saída em massa mostra um descontentamento, ou um sinal de alerta, sobre algum pedido antirrepublicano ou inconstitucional (feito pelo presidente)", disse o deputado Fausto Pinato (PP-SP).

'Natural'

A preocupação, no entanto, não alcança todos os políticos do Centrão. Uma parte do bloco de partidos considera que as mudanças estão dentro da normalidade e não comprometem as Forças Armadas, mesmo que sejam inéditas. "A independência (do Exército, da Marinha e da Aeronáutica) está preservada", declarou o presidente de um dos principais partidos do grupo, sob anonimato.

"É natural (a mudança). Qualquer pasta que está inserida dentro do governo cabe ao presidente da República avaliar se é passível de mudança. (Substituições) Nessa área da Defesa já aconteceram em outros governos", disse o líder da bancada do PL na Câmara, deputado Wellington Roberto (PB).

"Eu, que estou aqui há 25 anos, já vi, em diversos governos, mudanças na Defesa. No governo Lula mesmo, o José Alencar, que era o vice-presidente, acumulou o cargo de ministro da Defesa", minimizou o parlamentar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Há 62 anos, Audrey Backeberg desapareceu de uma pequena cidade no centro-sul de Wisconsin, nos Estados Unidos, após supostamente pegar carona com a babá da família e embarcar em um ônibus para Indianápolis. Ninguém jamais soube para onde ela foi ou o que havia acontecido com ela.

Tudo isso mudou na semana passada, quando Audrey foi encontrada viva e em segurança em outro Estado, graças ao olhar atento de um novo detetive que assumiu o caso em fevereiro.

O detetive Isaac Hanson descobriu um registro de prisão fora do Estado que correspondia a Audrey Backeberg, o que desencadeou uma série de investigações que levaram à sua localização.

Acontece que Audrey escolheu sair da cidade de Reedsburg por vontade própria - provavelmente devido a um marido abusivo, segundo Hanson.

"Ela está feliz, segura e protegida; e basicamente viveu discretamente durante todo esse tempo", disse ele.

Hanson foi designado para o caso no final de fevereiro e, após encontrar o registro de prisão, ele e outros oficiais se reuniram com a família de Backeberg para ver se tinham alguma ligação com aquela região. Eles também investigaram a conta da irmã de Backeberg no Ancestry.com, acessando registros de censo, obituários e certidões de casamento daquela área.

Em cerca de dois meses, encontraram um endereço onde vivia uma mulher que, segundo Hanson, apresentava muitas semelhanças com Backeberg, incluindo data de nascimento e número da previdência social. Hanson conseguiu que um policial da região fosse até o endereço. Dez minutos depois, Backeberg, agora com mais de 80 anos, ligou para ele.

"Aconteceu tão rápido", contou. "Eu esperava que o policial me ligasse de volta dizendo: 'Ninguém atendeu à porta'. E achei que fosse o policial me ligando, mas na verdade era ela. E para ser sincero, foi uma conversa bem casual. Eu percebi que ela obviamente tinha seus motivos para ter ido embora."

A maior parte das informações obtidas nessa ligação não foi compartilhada por Hanson, que explicou que ainda é importante para Backeberg manter sua privacidade.

"Acho que ela ficou muito emocionada, claro, com tudo aquilo - ver um policial batendo à porta, relembrar tudo o que aconteceu e reviver 62 anos em 45 minutos", disse ele.

'Ela é quem decide'

Hanson descreveu o fato de encontrá-la viva após mais de seis décadas como algo praticamente inédito. E embora não saiba se ela irá retomar contato com a família, afirmou estar satisfeito por ela ter agora essa possibilidade.

"Há familiares morando aqui, então ela tem meu número caso queira entrar em contato ou precise de algo, como o telefone de parentes daqui", disse ele. "No fim das contas, ela é quem decide", finalizou.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira, 6, que "está ansioso" para se encontrar com o novo primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, mas criticou duramente a relação econômica entre os dois países. "Não consigo entender uma simples VERDADE - Por que os EUA estão subsidiando o Canadá em US$ 200 bilhões por ano, além de dar a eles PROTEÇÃO MILITAR GRATUITA e muitas outras coisas?", questionou em publicação na Truth Social.

Trump ainda listou uma série de produtos canadenses que, em sua visão, os EUA não precisariam importar: "Não precisamos de seus carros, não precisamos de sua energia, não precisamos de sua madeira, não precisamos de NADA do que eles têm, exceto de sua amizade, que espero que sempre mantenhamos". Em contrapartida, afirmou que o Canadá "precisa de TUDO de nós".

A publicação foi feita na iminência de um encontro entre o republicano e Carney na Casa Branca. A reunião, segundo Trump, deve ser marcada por essa discussão: "O primeiro-ministro chegará em breve, e essa será, muito provavelmente, minha única pergunta de consequência".

O líder conservador do partido CDU da Alemanha, Friedrich Merz, conseguiu ser eleito o 10º chanceler da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial na segunda rodada de votação realizada no Parlamento alemão nesta terça-feira, 6. Merz perdeu na primeira votação e havia dúvidas sobre a capacidade do líder alemão vencer a nova votação ainda hoje, depois da derrota histórica desta manhã.

Merz recebeu 325 votos no segundo turno. Ele precisava de uma maioria de 316 dos 630 votos em votação secreta, mas recebeu apenas 310 votos no primeiro turno - bem abaixo das 328 cadeiras de sua coalizão.

Segundo a Presidente do Bundestag, Julia Klöckner, a cerimônia de nomeação do conservador deve ocorrer ainda nesta tarde, por volta das 17h (horário local).

*Com informações da Associated Press.