Entenda por que Fux não julga recursos de Bolsonaro no STF

Política
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O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta sexta-feira, 7, para rejeitar os recursos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo da trama golpista, mantendo a condenação a 27 anos e 3 meses de prisão. Votaram nesse sentido os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin. O julgamento ocorre no plenário virtual da Primeira Turma, e o voto da ministra Cármen Lúcia ainda é o único pendente.

O ministro Luiz Fux, que durante o julgamento do mérito havia sido o único voto a favor de Bolsonaro, não participa mais dos processos relacionados à trama golpista. Ele foi transferido para a Segunda Turma do STF, na vaga aberta pela aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso.

A mudança foi autorizada pelo ministro Edson Fachin, presidente da Corte, e está prevista no regimento interno do Supremo, que permite a migração de ministros entre as turmas em caso de vacância. Assim, Fux deixa de integrar o colegiado responsável pelos julgamentos de Bolsonaro e dos demais réus do núcleo central do plano golpista. O substituto de Fux na Primeira Turma será o novo ministro que será indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O julgamento dos primeiros recursos começou nesta sexta-feira e segue até o dia 14 de novembro, em plenário virtual, sistema em que os ministros inserem os votos eletronicamente, sem debate presencial. Alexandre de Moraes, relator do caso, foi o primeiro a votar e rejeitou integralmente todos os pedidos das defesas. Ele foi seguido por Flávio Dino e Cristiano Zanin, formando a maioria.

Os ministros analisam embargos de declaração, tipo de recurso usado para pedir esclarecimentos ou apontar omissões em decisões anteriores. As defesas de Bolsonaro e de outros seis réus do núcleo do golpe também estudam apresentar embargos infringentes, que permitem o reexame de casos com ao menos dois votos pela absolvição, condição que não se aplica a Bolsonaro, já que apenas Fux divergiu no julgamento original.

Especialistas ouvidos pelo Estadão avaliam que os pedidos da defesa têm baixa probabilidade de êxito, por repetirem argumentos já rejeitados em fases anteriores. Se os recursos forem negados, ainda caberá uma última tentativa de recurso interno antes do trânsito em julgado, quando a condenação se torna definitiva.

Bolsonaro só poderá ser preso após o fim de todos os recursos, ou se o STF entender que as novas tentativas da defesa são "protelatórias". A previsão é de que o trânsito em julgado ocorra até o fim de novembro, abrindo caminho para o início do cumprimento da pena.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a criticar a África do Sul como sede de cúpula do G20, em publicação na Truth Social, nesta sexta-feira. Na postagem, o republicano classificou a situação como "vergonha absoluta" e disse que nenhum representante do governo americano estará no evento "enquanto violações dos direitos humanos continuarem".

"Africâneres (pessoas descendentes de colonos holandeses, bem como de imigrantes franceses e alemães) estão sendo mortos e massacrados, e suas terras e fazendas estão sendo confiscadas ilegalmente", alegou.

Anteriormente, Trump já havia dito que a África do Sul não deveria mais fazer parte do G20, "ou de qualquer grupo G, com tudo o que está acontecendo lá". Em outro momento, ele afirmou que o que acontece com a minoria branca no país é "genocídio".

O Ministério Público de Istambul, da Turquia, divulgou nesta sexta-feira, 07, um comunicado com mandado de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. No texto, é mencionado que "o genocídio que o Estado de Israel tem sistematicamente perpetrado em Gaza até o momento, e como resultado de crimes contra a humanidade, resultou em milhares de mortes, incluindo decapitações, feridos e destruição de instalações".

A declaração ainda destaca que a situação em Gaza atraiu grande atenção da comunidade internacional e esforços de ajuda humanitária foram atacados pela marinha israelense em águas internacionais.

"À luz das provas obtidas, está determinado que funcionários do Estado de Israel são criminalmente responsáveis pelos atos sistemáticos de 'crimes contra a humanidade' e 'genocídio' cometidos em Gaza, bem como pelas ações realizadas contra a Frota Global Sumud", escreve.

Além de Netanyahu, há mandado de prisão para outros 36 suspeitos. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, o chefe do Estado-Maior General, Eyal Zamir, e o comandante da Marinha, David Saar Salama, são outros nomes alvos da ação turca.

Em um raro discurso em Bruxelas, a vice-presidente de Taiwan, Bi-Khim Hsiao, pediu que a União Europeia fortaleça os laços de segurança e comércio com a ilha e apoie sua democracia diante das pressões da China. "A paz no Estreito de Taiwan é essencial para a estabilidade global e a continuidade econômica", afirmou Hsiao, durante conferência sobre a China no Parlamento Europeu.

A vice-presidente não falou ao plenário, já que o bloco não mantém relações diplomáticas formais com Taiwan, mas sua visita deve provocar reação de Pequim. Hsiao defendeu cooperação em cadeias de suprimentos seguras e em tecnologia, pedindo parceria com países como Alemanha e Espanha.

Ela citou as restrições chinesas às exportações de terras raras como alerta para a UE, defendendo um ecossistema tecnológico baseado em confiança e valores democráticos, especialmente no setor de semicondutores.

Hsiao também comparou os ataques cibernéticos e sabotagens de cabos submarinos sofridos por Taiwan aos ataques híbridos enfrentados pela Europa desde a invasão da Ucrânia. "A Europa defendeu a liberdade sob fogo, e Taiwan construiu a democracia sob pressão", disse.

A viagem integrou uma conferência da Aliança Interparlamentar sobre a China (IPAC), com parlamentares de cerca de vinte países. O evento foi mantido sob sigilo após relatos de que agentes chineses tentaram atacar o carro de Hsiao durante visita à República Tcheca em 2024.

O presidente Lai Ching-te prometeu acelerar o sistema de defesa "T-Dome" e elevar os gastos militares para 5% do PIB até 2030, diante do aumento das incursões militares chinesas perto da ilha.

Segundo Ben Bland, do Chatham House, um conflito sobre Taiwan teria impacto mais grave para a Europa que a guerra na Ucrânia, por causa da importância da ilha nas cadeias globais de semicondutores. Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado