CPI do INSS: Oposição atribui vitórias do governo Lula ao 'fisiologismo' do Centrão

Política
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Reforçado na CPI do INSS, o governo conseguiu reverter o cenário que deu a presidência e a relatoria da comissão para a oposição e conseguiu garantir a maioria em todas as últimas votações mais controversas.

A articulação da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que José Ferreira da Silva - irmão de Lula conhecido como Frei Chico - não fosse convocado e impediu a prisão do presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo. O Sindnapi é o sindicato ao qual Frei Chico é ligado.

Na perspectiva da oposição, o trabalho do governo configura uma "blindagem" a figuras que seriam importantes para contribuir com as investigações que apuram o esquema fraudulento de desconto não autorizado em associativas.

Para o grupo, as sucessivas vitórias do Centrão se devem ao "fisiologismo".

Neste mês, a CPI já colocou na mira figuras ligadas a caciques do Centrão. Na quinta-feira passada, 9, o colegiado votou a quebra do sigilo bancário de Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A comissão rejeitou o requerimento.

Atualmente, Boudens tem um cargo de confiança no Conselho de Estudos Políticos do Senado, com um salário de R$ 31,3 mil. O placar final terminou 17 a 13.

As votações que barraram a convocação de Frei Chico e a prisão de Milton Cavalo terminaram com o placar de 19 a 11 e 18 a 13.

"É o resultado de muito trabalho e organização. Fui escalado para organizar a bancada do governo aqui", afirma o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do governo na CPI do INSS.

Esse trabalho consiste em garantir que os deputados suplentes (em sua grande maioria, oposicionistas) não substituam titulares e votem, constante análise da pauta e firmar compromisso com demais parlamentares para não faltarem.

Foram as ausências, em especial, que garantiram a vitória da oposição no controle da CPI. Oposicionistas trabalharam na madrugada do dia da votação para escolher o presidente da CPI para garantir que o senador Carlos Viana (Podemos-MG) saísse triunfante. O placar daquela votação terminou com 17 votos para Viana contra 14 do senador Omar Aziz (PSD-AM), indicado do governo e por Alcolumbre para ocupar o cargo.

Integrantes da CPMI e do Centrão atribuíram a culpa da falta de articulação ao líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).

Nas últimas semanas, Randolfe está cada mais ausente na CPI, enquanto Pimenta costuma ser presença constante, indo até o final das sessões, que costumam ir até a madrugada.

A oposição venceu, em votações com placar ainda mais apertado, as primeiras outras disputas no voto, mas acumula reveses nas últimas semanas.

"Ganhar ou perder aqui faz parte. Mostra que o Brasil está blindando os principais investigados. Se não é o governo, é o STF", diz o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).

Para o parlamentar, é preciso trabalhar para que partidos do Centrão indiquem membros alinhados com a oposição. Neste momento, ele vê que essas siglas estão jogando com o governo e as legendas de centro estão ajudando o governo. "O Centrão é fisiológico", afirma.

O relator da CPI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), critica a postura do governo, que, para ele, favorece a impunidade. "Essa blindagem em série é muito ruim ao Parlamento", diz. "O povo brasileiro precisa cobrar responsabilidade. Eu não tenho criminoso de estimação."

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O governo de Donald Trump pediu à Suprema Corte que autorizasse o envio de tropas da Guarda Nacional à região de Chicago, escalando as tensões com governadores democratas sobre o uso das forças armadas em solo norte-americano.

O pedido de emergência à Corte ocorreu após um juiz impedir, por pelo menos duas semanas, o envio de membros da Guarda de Illinois e do Texas para auxiliar na aplicação de leis imigratórias. Um tribunal federal de apelações se recusou a suspender a ordem do juiz.

A corte, de maioria conservadora, concedeu repetidas vitórias a Trump em apelos de emergência desde que ele assumiu o cargo em janeiro, após tribunais inferiores terem decidido contra ele, muitas vezes contra a objeção de três juízes liberais. A corte permitiu que Trump banisse pessoas transgênero das forças armadas, recuperasse bilhões de dólares em gastos federais aprovados pelo Congresso, agisse agressivamente contra imigrantes e demitisse líderes de agências federais independentes nomeados em outros governos.

No caso sobre a Guarda, a juíza distrital dos EUA April Perry disse não ter encontrado evidências substanciais de que um "perigo de rebelião" esteja se formando em Illinois durante a repressão à imigração de Trump.

Mas o procurador-geral D. John Sauer, principal advogado de Trump na Suprema Corte, pediu aos juízes que intervenham imediatamente. A decisão de Perry, escreveu Sauer, "afeta a autoridade do Presidente e desnecessariamente coloca em perigo o pessoal e a propriedade federal".

Um juiz federal em Oregon também bloqueou temporariamente o envio de tropas da Guarda Nacional para o estado.

Tropas da Guarda de vários estados também estão patrulhando a capital do país e a cidade de Memphis, no Tennessee.

Em um caso na Califórnia em setembro, um juiz disse que o envio das tropas era ilegal. Na época, apenas 300 dos milhares de soldados enviados permaneciam no estado, e o juiz não ordenou que eles saíssem. (*Fonte: Associated Press).

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que os EUA não querem escalada da guerra da Ucrânia com a Rússia e que o presidente americano, Donald Trump, está certo ao dizer que os países precisam encerrar o conflito no Leste Europeu. Os comentários aconteceram após o encontro de Trump e Zelensky na Casa Branca, nesta sexta-feira.

Zelensky disse estar aberto a formatos bilaterais ou trilaterais para negociações que aproximem as nações a paz. Acrescentou que a Rússia está com medo de que a Ucrânia receba mísseis americanos Tomahawks.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse confiar nos EUA para encerrar a guerra contra a Rússia, após reunião com o presidente norte-americano, Donald Trump, na Casa Branca, nesta sexta-feira, 17. Ele classificou a conversa com o republicano como "longa e produtiva".

"Sei que Trump quer trabalhar para encerrar a guerra na Ucrânia. Conversei sobre garantias de segurança para a Ucrânia com ele", afirmou para jornalistas, ao acrescentar que foram discutidos mísseis Tomahawks.

Segundo o líder ucraniano, será difícil negociar alterações em limites territoriais ucranianos.

Em postagem na Truth Social, Trump avaliou o encontro como "muito interessante e cordial" e sinalizou que "é hora de parar com a matança" e fechar um acordo de paz no Leste Europeu. "Já houve bastante derramamento de sangue, com os limites das propriedades sendo definidos pela guerra e pela coragem. Eles devem parar onde estão", escreveu.