José Guimarães disse que Lula pediu para 'mexer no vespeiro' de cargos na Caixa

Política
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O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu que a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, "agilize e mexa no vespeiro da Caixa Econômica Federal". O contexto do pedido é a falta de apoio prestado ao governo por parte dos partidos do Centrão que fizeram indicações a altos cargos na estatal.

"A Gleisi disse que vai meter a faca", disse Guimarães no no podcast "As Cunhãs". "Eu estava na reunião com ela e o Lula, e ele disse: Gleisi, você agilize e mexa no vespeiro da Caixa Econômica para começar".

O presidente da Caixa, Carlos Antônio Vieira Fernandes, foi indicado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). "O cara é competente, o Lula gosta dele, mas...", ressalvou o deputado.

Guimarães afirmou que todas as nove vice-presidências da Caixa e superintendências estaduais foram ocupadas a partir de indicações políticas. "Cada vice-presidência tem um poder extraordinário", avaliou. Segundo o deputado, PL (partido do ex-presidente Jair Bolsonaro), Republicanos (do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas), PDT, Rede e Podemos têm uma vice-presidência cada. "Tem uma que o Lula não deixa tirar que é dele, que é a Inês (Magalhães), do Minha Casa Minha Vida", relatou.

"A ministra Gleisi me disse com todas as letras: eu não vou discutir, eu vou fazer. Eu já tenho notícias de que mandou tirar; já recebi telefonemas", contou o deputado.

Eleições

Guimarães disse ver uma "nova fase" com o aumento da aprovação de Lula, que chegou a 48% de acordo com a pesquisa Genial/Quaest divulgada na semana passada. "Acho que será uma nova fase. O governo, na minha opinião, não tem que inventar muita coisa para ir ao Congresso; pouca coisa para não ter problema. Votar o orçamento, três projetos importantes, e ligar o modo eleições 2026", avaliou.

O deputado reclamou da falta de apoio à Medida Provisória (MP) do IOF, derrubada pelo Congresso na semana passada. "Fazem isso só para atrapalhar o Lula", afirmou. "O Lula tem dito, quero ver na campanha essas pessoas pedirem apoio pra mim".

Na avaliação do parlamentar, episódios recentes fizeram com que Lula "disparasse" nas pesquisas de intenção de voto e que agora o presidente "acertou o passo". "Ele não vai mais tergiversar; o Congresso votou, ele veta. Que derrubem o veto", afirmou.

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O Hamas afirmou nesta quarta-feira, 15, que "cumpriu o que foi acordado" no cessar-fogo com Israel, ao entregar "todos os prisioneiros vivos" e os corpos aos quais "conseguiu ter acesso". Em comunicado, as Brigadas Al-Qassam, braço armado do grupo, disseram que os corpos restantes "precisam de grandes esforços e equipamentos especiais para serem localizados e recuperados" e que estão "fazendo um grande esforço para encerrar esta etapa".

A declaração ocorre após o Exército israelense informar que um dos corpos entregues pelo Hamas na véspera não corresponde a nenhum dos reféns mantidos em Gaza, o que elevou a tensão sobre a trégua mediada pelos Estados Unidos. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, exigiu que o grupo "cumpra os termos do acordo" e devolva todos os corpos, afirmando que Israel "não vai abrir mão disso e não cessará seus esforços até que o último refém morto seja devolvido".

Nos últimos dois dias, o Hamas entregou oito corpos à Cruz Vermelha, enquanto Israel acusa o grupo de atrasar as devoluções. O governo israelense reduziu o envio de ajuda a Gaza e manteve fechada a passagem de Rafah até que todos os restos mortais sejam entregues. Segundo o Hamas, a demora ocorre devido às dificuldades de localizar cadáveres sob os escombros após dois anos de guerra.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou nesta quarta-feira, 15, que o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, se comprometeu a parar as compras de petróleo russo, destacando o papel do país asiático no esforço para encerrar a guerra na Ucrânia. "Modi é uma ótima pessoa. Ele me ama", disse o republicano, acrescentando que o líder indiano "me disse que a Índia não pode parar imediatamente de comprar petróleo russo. Isso será gradual".

Durante coletiva de imprensa no Salão Oval, Trump reforçou que "se a Índia parar de comprar petróleo da Rússia, será mais fácil acabar com a guerra na Ucrânia".

As declarações ocorrem logo após o presidente expressar insatisfação com as importações indianas de energia russa e pedir também que Pequim reduza suas compras de petróleo do país.

Trump comentou também que a "profunda animosidade" entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o líder ucraniano, Volodmir Zelenski, "está obstruindo a paz", enquanto o governo norte-americano "analisa opções" sobre um pedido de Kiev para uma nova ofensiva militar.

Gaza

Em outro momento, Trump comentou a situação em Gaza, dizendo que "os reféns vivos foram todos devolvidos pelo Hamas", como acordado, e que o grupo "está retirando outros corpos de escombros".

Segundo ele, "o Hamas concordou em entregar armas. Se não o fizerem, nós faremos isso por eles", mas garantiu que "não há razão para o exército americano ser utilizado em Gaza".

Shutdown

O presidente também mencionou o impasse orçamentário que mantém o governo federal paralisado, afirmando que "os programas democratas que não gostamos serão permanentemente encerrados com o shutdown", sem entrar em detalhes.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 15, que seu governo está "analisando a viabilidade de ataques em terra contra cartéis na Venezuela", ampliando o tom de ameaça militar após o New York Times afirmar que a Casa Branca autorizou a CIA a conduzir operações secretas no país sul-americano. "Temos os oceanos controlados na região. Estamos começando a olhar para ataques em terra", declarou durante coletiva de imprensa no Salão Oval.

Segundo ele, o objetivo é "parar os cartéis de droga da Venezuela em terra também, além do que já fazemos nos oceanos".

Trump evitou responder uma pergunta direta sobre a suposta autorização para a CIA agir na Venezuela com o objetivo de derrubar o regime de Nicolás Maduro.

A reportagem do NYT, citando autoridades americanas, afirma que o novo mandato permite à agência realizar "operações letais" e atuar de forma independente ou em coordenação com uma ofensiva militar mais ampla no Caribe.

Em outro momento, Trump criticou as compras de petróleo russo pela Índia. "Não estou feliz com a Índia comprando petróleo da Rússia", disse, antes de acrescentar que o premiê indiano, Narendra Modi, "é um amigo meu" e que "me assegurou hoje que não irá mais comprar petróleo da Rússia". O republicano também afirmou que "precisamos fazer a China parar de comprar petróleo russo".

O presidente aproveitou ainda para mencionar sua política de segurança interna, afirmando: "salvaremos outras cidades do crime em breve, assim como fizemos com Washington", ao citar Memphis, Chicago e São Francisco como próximas metas de seu governo.