Defesas de Filipe Martins e Marcelo Câmara enviam alegações finais ao STF

Política
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As defesas dos réus Filipe Martins e Marcelo Câmara na ação penal do golpe apresentaram neste sábado, 11, as suas alegações finais após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes recuar da decisão de destituir os advogados.

Na última quinta-feira, 11, o ministro-relator do processo que apura uma tentativa de golpe ocorrida entre 2022 e 2023 decidiu destituir os advogados Jeffrey Chiquini e Eduardo Kuntz das defesas dos seus clientes, respectivamente Martins e Câmara, sob o argumento de que teriam atuado de forma "inusitada" e com "nítido caráter procrastinatório" ao deixar de apresentar as alegações finais no prazo.

Na avaliação de Moraes, os dois advogados incorreram nas práticas de litigância de má-fé e tentativa de retardar o andamento da ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado. Contudo, diante da repercussão do caso, o ministro recuou da decisão e permitiu que Chiquini e Kuntz voltassem a defender os réus.

As duas defesas pediram nas alegações finais que os seus clientes sejam absolvidos de todos os crimes imputados a eles e também suscitaram questões preliminares semelhantes, com pedidos de nulidade de fatores chave do processo.

Dentre os pedidos feitos pelos dois advogados constam a declaração de impedimento de Moraes como relator dos caso por falta de imparcialidade, a incompetência do STF para julgar o processo e a anulação da ação penal por cerceamento de defesa.

Essas questões preliminares já haviam sido apresentadas pelos advogados dos réus do núcleo crucial da trama golpista e foram rejeitadas integralmente pela maioria da Primeira Turma do STF.

Ao pedir a absolvição de Martins, o advogado Chiquini argumentou que a prisão do seu cliente "comprometeu a lisura da investigação e violou o devido processo legal, contaminando toda a persecução penal".

O ex-assessor de assuntos internacionais da Presidência durante o governo Jair Bolsonaro foi preso em janeiro de 2024 na Operação Tempus Veritatis, que investigou a suposta tentativa de golpe de Estado gestada no mandato de Bolsonaro. Ele foi solto em agosto do mesmo ano mediante o cumprimento medidas cautelares.

"A prisão do defendente não serviu a um propósito legítimo, mas sim como um mecanismo de coerção ilegal, o que impõe sua anulação e o reconhecimento da ilegitimidade da persecução penal instaurada, sendo verdadeiro imperativo moral a sua absolvição", sustentou a defesa, apontando que a Procuradoria-Geral da República (PGR) não apresentou provas do envolvimento do seu cliente na tentativa de golpe.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, citou Martins em sua delação. Afirmou que o então assessor foi o responsável por entregar a Bolsonaro uma minuta golpista, que previa a prisão de autoridades como o ministro Alexandre de Moraes e a anulação do resultado da eleição.

A defesa do coronel de Exército Marcelo Câmara também afirmou que não foram apresentadas provas pela PGR do envolvimento do seu cliente nos crimes. O militar está preso preventivamente desde junho deste ano por ter tentado acessar informações sigilosas sobre a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República.

A PGR acusa Câmara de ter participado da elaboração da chamada "minuta do golpe" e monitorado Moraes com o objetivo de neutralizá-lo. Em contrapartida, a defesa argumenta, por exemplo, que a PGR não descreveu quais teriam sido os equipamentos utilizados pelo militar no monitoramento do ministro, o que comprovaria a falta de provas do seu envolvimento.

"Ele foi denunciado e está sendo processado única e exclusivamente por supostamente fazer um monitoramento, fato este exaustivamente esclarecido no decorrer da instrução penal", disse Kutnz, que também contestou a delação de Mauro Cid e as conversas com o delator que muniram a acusação da PGR.

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O governo de Donald Trump pediu à Suprema Corte que autorizasse o envio de tropas da Guarda Nacional à região de Chicago, escalando as tensões com governadores democratas sobre o uso das forças armadas em solo norte-americano.

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No caso sobre a Guarda, a juíza distrital dos EUA April Perry disse não ter encontrado evidências substanciais de que um "perigo de rebelião" esteja se formando em Illinois durante a repressão à imigração de Trump.

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Tropas da Guarda de vários estados também estão patrulhando a capital do país e a cidade de Memphis, no Tennessee.

Em um caso na Califórnia em setembro, um juiz disse que o envio das tropas era ilegal. Na época, apenas 300 dos milhares de soldados enviados permaneciam no estado, e o juiz não ordenou que eles saíssem. (*Fonte: Associated Press).

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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"Sei que Trump quer trabalhar para encerrar a guerra na Ucrânia. Conversei sobre garantias de segurança para a Ucrânia com ele", afirmou para jornalistas, ao acrescentar que foram discutidos mísseis Tomahawks.

Segundo o líder ucraniano, será difícil negociar alterações em limites territoriais ucranianos.

Em postagem na Truth Social, Trump avaliou o encontro como "muito interessante e cordial" e sinalizou que "é hora de parar com a matança" e fechar um acordo de paz no Leste Europeu. "Já houve bastante derramamento de sangue, com os limites das propriedades sendo definidos pela guerra e pela coragem. Eles devem parar onde estão", escreveu.