Márcio Macêdo diz que Lula nunca falou em demissão e reclama de 'cerco político'

Política
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O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, desmentiu nesta sexta-feira, 26, rumores de que vá deixar o governo. Ele reclamou de sofrer um "cerco político" desde que se tornou auxiliar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que o chefe do Executivo nunca tratou com ele sobre uma mudança na pasta.

"O presidente nunca tratou comigo sobre saída do ministério e eu reconheço que ele tira e bota a hora que ele quiser. Não tem problema nenhum sobre isso. No mais, é cerco político, é disputa, faz parte da política", afirmou Macêdo em coletiva no Palácio do Planalto.

Macêdo também listou as outras vezes em que a saída dele do cargo foi ventilada. "Posso pedir música no Fantástico três vezes", afirmou, em referência ao quadro do programa da TV Globo em que um jogador escolhe uma canção por marcar três gols em uma mesma partida.

Na contagem do chefe da Secretaria-Geral, a demissão dele circulou na imprensa em nove ocasiões. Macêdo também rejeitou as informações de que teria um acordo com a cúpula do governo para que, em troca da saída da Secretaria-Geral, ele recebesse apoio para uma candidatura à Câmara no ano que vem. "Meu projeto eleitoral é a reeleição do presidente Lula", afirmou.

Conforme informação da Folha de S.Paulo, confirmada pelo Estadão, Lula pretende anunciar a troca de Macêdo pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).

Como mostrou o Estadão/Broadcast, Boulos informou, no mês passado, que iria assumir o cargo para a direção nacional do PSOL. A conversa ficou em sigilo devido aos vaivéns da mudança da Secretaria-Geral, cuja troca é noticiada pela imprensa desde o primeiro semestre do ano. Segundo fontes ligadas ao parlamentar, ele aguarda uma reunião definitiva com Lula.

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A imprensa internacional repercutiu nesta segunda-feira, 6, a ligação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, dos Estados Unidos. Os dois conversaram por 30 minutos por videoconferência e trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação.

Os veículos estrangeiros destacaram que Lula pediu a Trump a retirada do tarifaço sobre produtos brasileiros e de medidas contra autoridades.

O norte-americano The Washington Post informou, em uma nota curta, que Lula pediu pelo fim das tarifas extras de 40% e que reiterou convite para que Trump venha à COP 30, em Belém (PA).

O espanhol El País ressaltou que a conversa foi a primeira entre os dois líderes desde o início das tensões diplomáticas em razão do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Também publicou a manifestação de ambos em seus perfis oficiais (Lula na rede social X e Trump na Truth Social).

"A conversa telefônica entre os presidentes parece suavizar uma relação que havia alcançado altos níveis de tensão", escreveu o jornal.

De acordo com o jornal francês Le Monde, a ligação foi "amigável". A reação do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e seu papel nas negociações para que a conversa ocorresse foi mencionada, assim como sua opinião de que tudo correu "melhor que o esperado".

A Bloomberg reportou a reação positiva do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e mencionou a intercessão de empresários brasileiros nos EUA para tentar articular um contato entre os presidentes.

"O setor privado brasileiro uniu esforços para aprimorar o diálogo entre os dois países, com empresas líderes e grupos industriais sendo convocados a fornecer informações sobre seus setores", diz a Bloomberg.

Já o jornal português Público se referiu ao momento vivido pelos dois países como "uma crise diplomática sem precedente". A situação foi desencadeada, segundo a reportagem, pela condenação de Bolsonaro e pela "presidência brasileira nos BRICS".

O jornal também relembrou as sanções impostas pelos EUA: "Para além das tarifas, os Estados Unidos restringiram os vistos a várias autoridades políticas e judiciárias do Brasil, como os juízes do Supremo Tribunal Federal, e impuseram a Lei Magnitsky ao juiz Alexandre de Moraes, relator do processo contra Jair Bolsonaro".

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que seu governo fará algo em relação aos agricultores americanos nesta semana, sem dar mais detalhes, durante falas para jornalistas na Casa Branca, nesta segunda-feira.

A sinalização acontece após o republicano dizer que planeja um pacote de ajuda para os agricultores de soja dos EUA, em meio ao boicote da China aos grãos americanos, por conta da guerra comercial travada entre os dois países.

Nos comentários, Trump também disse que tomou a decisão de enviar mísseis para a Ucrânia, mas quer "ter certeza do que eles estão fazendo com eles primeiro".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 6, que o Hamas "está concordando com coisas muito importantes" do plano de paz proposto por Washington para encerrar a guerra em Gaza. "Temos praticamente todas as nações trabalhando neste acordo e tentando concluí-lo. É um acordo em que, incrivelmente, todos se uniram", declarou.

Trump ressaltou, porém, que há "linhas vermelhas" que não pretende cruzar. "Se certas condições não forem cumpridas, eu não farei o acordo", advertiu o republicano.

Ele também negou ter pedido ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que parasse de criticar o plano de libertação de reféns, dizendo: "Eu não disse a Netanyahu para deixar de ser negativo sobre o acordo dos reféns".

Em outro momento, o presidente comentou a paralisação parcial do governo americano, afirmando que "as negociações com os democratas sobre os planos de saúde estão em andamento".

Trump também voltou a justificar o envio da Guarda Nacional a cidades americanas, dizendo que a medida começou por Washington, agora "a cidade mais segura dos EUA".

Questionado sobre as condições para invocar o Insurrection Act, que autoriza o uso das Forças Armadas em território nacional, afirmou: "Se pessoas estivessem sendo mortas e os tribunais ou autoridades locais nos impedissem, eu agiria."